Por Ana Creusa
“Vem, Doegnes, cante pra gente“, assim foi a recepção dos anjos celestiais a um dos maiores ícones da cultura popular maranhense, Doegnes Soares, faleceu na manhã desta segunda-feira, 31 de maio, vítima da Covid-19.
A vida
não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção;
os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace. (Victor Hugo)
O artista pinheirense foi
internado na última semana tendo seu caso agravado. Ele foi entubado na UTI do
Hospital Macrorregional da Baixada, onde veio a óbito.
Doegnes
cantou e encantou a Baixada Maranhense.
Dono de uma voz inconfundível. Era carinhoso e amigo. Sempre vestido em cores
vibrantes, que resplandeciam a beleza de seu coração puro. O seu público sempre
o recebia com o tradicional: “Vem,
Doegnes, cante pra gente”.
Doegnes Soares era
filho de José Martins Soares, que atendia pela alcunha de Zé Macaco, e Dona
Catarina Amorim. Filho de uma família de 7 irmãos. Sua esposa é conhecida
carinhosamente como Dona Bebel. Deixa 3 filhos: Guiguito, Júnior e Diná.
Desde garoto percebeu que
nascera com um dom raro. Segundo a sua mãe, Doegnes iniciou a vida
artística tocando tambor, com o pai, que era motivo de grande alegria ao seu
José Martins.
Certa noite, depois de uma de
apresentação, o pai de Doegnes disse à sua esposa, se referindo ao filho:
Ah, minha mulher, agora eu posso me despreocupar
porque eu já tenho quem fique no meu lugar, porque meu filho tocou 3 marchas de
tambor que eu chorei demais, foi a coisa mais linda que eu já vi na minha vida.
Seus cantos não demoraram
invadir os carnavais e diversos festivais. Integrou a Super Banda Miragem.
Participou de bandas e grupos musicais de Pinheiro e de toda a região. Recebeu
propostas de outros estados, mas preferiu não deixar sua família, seus amigos,
seu torrão. o artista sempre se orgulhou da arte da qual fez sua profissão, e
repetia com orgulho:
Eu nasci com um dom do canto. E que, modéstia à
parte, também faz parte da História de Pinheiro e que se adaptou à evolução da
cidade.
Doegnes passou a ser presença
marcante e indispensável nas apresentações na Baixada Maranhense, para a qual
dedicou a sua vida e arte. Deixa saudades. O consolo é que a sua obra está
imortalizada nos corações e mentes da Nação Baixadeira.
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