Por Marcondes Serra Ribeiro
Mês de junho começa com as tristezas acumuladas ao longo desse exasperante período de pandemia e entristece-nos bem mais, pois sabemos que as diversões desta época festiva, tão particularmente joanina, maranhense, e “baixadeira", não poderão acontecer mais uma vez. Continuamos medrosamente aquietados em necessário distanciamento físico. A pandemia do Covid-19 estende-se sobre 2021, sequenciando nossas preocupações, contenções, perdas doridas e transformações significativas da vida.
Os fogos e as fogueiras, os
espaços arraialescos, largos decorados em multicores, as diversas e cativantes
danças e folguedos, as manifestações folclóricas próprias da época - animadas,
eufóricas, contagiantes - as típicas comidas regionais que atiçam a gula e a
curiosidade gastronômica, embelezando, e enriquecendo a cultura brasileira,
principalmente a nordestina, sobremaneira a maranhense, permanecerão
aquietadas.
A fogueira pandêmica sabreca
nosso mês festeiro - curtido pela maioria, especialmente pelos turistas que
escolhem estas plagas buscando diversão e satisfação de curiosidades; silencia
tambores, matracas, orquestras, sanfonas, pandeirões e as vozes de nossos
típicos cantadores; aquieta as coreografias diversas das caprichadas e
empolgantes danças; acomoda as panelas nos armários, tripés e prateleiras, guarda os ingredientes e os temperos que
resultariam em comidas deliciosas; eclipsa o brilho e a profusão das cores,
paetês, miçangas, canutilhos, cetins, acetatos e chabu nos fogos de artifícios
e bombinhas; inibe a criatividade, a
alegria de um povo que espera junho com toda disposição em ser feliz! Frustra
nossa cultura em sua pujança mais admirável, deixa-nos esperançando o festivo
retorno, sem data, forçosamente “sine die”, até que esse maldito vírus seja
definitivamente vencido, pelos poderes de Deus Pai!
Toda esfuziante alegria hibernará
em lamentoso sufoco, à espera do ano vindouro, para acontecer com diversão
dobrada, descontando a quietude forçada desde o ano passado. Amante de junho,
meu mês preferido, lamentoso, eu me pergunto: até onde se estenderá os
malefícios do COVID-19? Faço uma prece aos santos juninos e peço-lhes que
redobrem as forças celestiais contra essa amaldiçoada e calamitosa pandemia!
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