Por Marcondes Serra Ribeiro
Promessas de empenho e esperanças de melhorias compõem basicamente o duo que ainda assegura a política, que a cada gestão ímproba, torna-se mais desacreditada, decepcionantemente corruptiva, tanto por parte dos políticos, quanto dos eleitores. Muitos se jogam nesse bloco e, consolidados seguramente por suas dantescas índoles, praticam a filosófica folia brasileira de “tirar proveito de tudo”, mas há aqueles que esperançam a aplicabilidade de políticas públicas eficientes, adequadas, resolutivas dos problemas públicos mais cruciais, trabalhadas honestamente pelos gestores da base – as unidades menores da administração pública – os municípios.
Um bom motivo assegurador da
quase sempre malograda, frustrada, ludibriada esperança do povo, é a possível
pretensão do gestor em seguir na vida pública e que, por isso, esforce-se para
executar um bom mandato, encerrando-o de
forma positiva, com bom julgamento da
maioria, embora seja de bom alvitre observar que, em maior ou menor intensidade, haverá oposição,
adversidades, alegações devidas ou indevidas de falhas, erros, improbidades,
atitudes que também asseguram a política em sua disforme variação popularesca e
viciosa – a politicagem, ou politiquice que tanto caracteriza e funda os anais
de nossa gente!
Muitos, ou melhor, quase todos,
preocupam-se somente com os planos, destacando midiaticamente as ações que
serão aplicadas logo no “promissor” início. Instigam a opinião pública, mexem e
intumescem o brio esperançoso dos cidadãos, projetam um perfil de empreendedor
eficiente e até começam bem, mas depois que atentam à real importância do
exercício do poder e ao “poder” do dinheiro público, mergulham de cabeça no mar
de improbidades e falcatruas, tão sedutoramente à sua disponibilidade, promotor
de regalias e excentricidades, e perdem-se em atitudes mercenárias, desumanas,
desonestas, desrespeitosas, até se
referindo ao município com acintosas afirmativas, tais ou similares a “
eu sou o prefeito daquela ..., eu que mando naquela ...”, como se sabe,
palavras proferidas por gestores ímprobos, com caracteres de “Césares Romanos”,
senhores de todos os poderes, consequentes náufragos da política local,
corajosos “caras de pau” e afrontadores
da memória do povo, porque ainda palanqueiam descaradamente em apoio aos
candidatos, almejando “um lugarzinho ao sol”, uma oportunidade a mais de “sugar
a teta da vaca leiteira”. Mas... vergonha não ficou para qualquer um e
político, em maioria, tem esse perfil intrepidamente desavergonhado!
Depois da incursão no indevido,
no desonesto, logo em meados do primeiro ano, prolongando-se pelo segundo e
terceiro, costumam voltar às realizações no quarto e último ano e aplicam-se em
fazer o quê não fizeram nos três anos anteriores, “esquecidos” das regras
especiais que balizam a execução orçamentária das prefeituras, relaxam a
necessária prudência diante do fechamento de caixa, porque de fato, “não estão
nem aí” àquilo que é lícito, previsto legalmente e comprometem-se com despesas
que não poderão quitar até o término do mandato, confiam nas gambiarras
financeiras e “encorpam o presente de grego” para o substituto.
São muitas as proibições legais
direcionados aos gestores em final de mandato, mas também têm sido bem
avolumadas as desobediências e o desrespeito aos servidores e ao povo. As
normas reguladoras existem, são rigorosas e dependem unicamente do caráter, da
honradez, da honestidade pessoal do gestor e sua condução exigente junto a seus
secretários – quase sempre com histórico comprometedor por onde passaram
profissionalmente e tendenciosamente coniventes e colaboradores direto de uma
gestão fraudulenta, como se tem visto tanto. Ressalto que há exceções
respeitosamente aplaudíveis à essa abjeta regra, graças a Deus!
Somos um povo que ainda cultua
esperanças, mesmo minguada, quanto aos eleitos para o Executivo e Legislativo
Municipal, cujas ações precisam ser fundadas, garantidas pelo bom senso, boa
conduta e obediência honesta aos princípios gerais da administração pública.
Trabalhar eficientemente,
dedicar-se respeitosamente à construção do Bem Comum, posicionar-se
honradamente, de “cabeça erguida” frente ao povo, prestar contas eventualmente,
demonstrando a inteligente e legal contenção das despesas e o equilíbrio das
contas públicas, sempre será amplamente benéfico ao município e ao prefeito que
pretende a reeleição, disputar outros cargos políticos ou destacar-se em apoio
àqueles que apresenta como seus candidatos em futuros pleitos. Mas tudo isso
que naturalmente dá confiabilidade e convence a comunidade, tem obviamente
estrita relação com o melhor exercício do poder, em consonância com a
legislação vigente, contas devidamente aprovadas e perfeita condição de briosa
e exemplar postura administrativa.
Que tenhamos o primor de uma
gestão honrada, eficiente e digna de continuidade!
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