“A
Fazenda Bacazinho”, livro que assinala a estreia do jornalista e escritor
Nonato Reis na crônica e no conto, é uma das atrações da Feira do Livro de São
Luís deste ano, a XIII FeliS, que acontecerá no período de 11 a 20 de outubro,
no Multicenter Sebrae. São 60 textos ambientados em uma velha fazenda do
povoado de Ibacazinho, município de Viana, às margens do lendário rio Maracu.
O
lançamento do livro está programado para o dia 19/10, às 19h30, no Café
Literário da FeliS, no Multicenter Sebrae.
Afora o estilo leve e objetivo que caracteriza a literatura do autor – antes ele já havia publicado os romances “Lipe e Juliana” e “A Saga de Amaralinda” – uma das curiosidades deste novo livro é o local onde as histórias se passam: no entorno de uma fazenda que pertenceu à santa padroeira de Viana, Nossa Senhora da Conceição.
De acordo com o autor, a origem da fazenda remonta ao século XIX, e ninguém sabe ao certo quando o empreendimento teve início. “Conta a lenda que durante uma travessia do gado dos campos alagados para os tesos, os criadores teriam sido surpreendidos por um forte temporal, e um deles, temendo perder toda a criação e a própria vida, fizera uma promessa à santa, de dar a ela metade da sua criação, caso saíssem ilesos daquela tempestade”.
Feita a promessa, o temporal, como que por encanto, se dissipara e o sol voltara a brilhar sob céu claro. “O fazendeiro, porém, voltara atrás na promessa, ficando em dívida com a santa. Uma forte praga se abatera, então, sobre sua fazenda, matando toda forma de vida ali existente, inclusive, o dono da propriedade”.
Depois disso, temendo serem atingidos pela maldição, todos os anos, cada criador doava duas reses para a santa, nascendo daí um imenso patrimônio. Conforme Nonato Reis, no período áureo da fazenda, entre 1962 e 1978, a santa chegou a dispor de mais de 2.000 cabeças de gado, tornando-se uma das maiores fazendeiras da região.
O livro aborda os hábitos e costumes do Ibacazinho, um povoado surgido na esteira da catequese jesuítica. Os textos falam de lendas, mistérios e tradições do lugar, com destaque para aparição de espíritos e figuras alegóricas da cultura da Baixada. “A Fazenda Bacazinho” presta também homenagem a personagens que fizeram a história do povoado, no espaço temporal de 100 anos, a partir do final do século XIX.
(Do Blog de Waldemar Ter)
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