“... Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria
Sobe o morro e não se cansa, pela mão leva a criança
Lá vai Maria...”
Este
sambinha dos antigos carnavais foi gravado em 1952 pela cantora Marlene. Desde então sempre é cantado ou batucado no
período carnavalesco. Algum saudosista vez por outra entoa esse “... lata d’água
na cabeça”.
Mesmo
sendo uma motivação de mais de 70 anos atrás, o enredo continua bastante atual
nos dias de hoje em São João Batista. Tudo por conta da alta estiagem que
assola o município e da falta de vontade política dos governantes em resolver o
problema da falta de água em nosso município.
Senão
vejamos: há mais de 04 (quatro) meses na sede de São João Batista não dá água
nas casas. Nem um chiado se ouve nas torneiras. E as pessoas se perguntam: O
que é que está acontecendo? Cadê o poder público que não toma uma providência?
Sabe-se
que vivemos o milênio da escassez desse líquido tão precioso. E em particular
aqui em nosso município, sobretudo na sede, é crescente a demanda populacional.
São mais famílias a necessitar da água potável. E o que fez até hoje os
governos municipal e estadual para atender a esta demanda? Absolutamente nada,
ou quase nada que venha a sanar este drama. Algumas ações ainda que pontuais
foram feitas pelos prefeitos ao longo desse tempo, como concertos de bombas,
manutenção nos poços, etc. Quem não dá um “prego” mesmo é a Companhia de
Saneamento, a fulana CAEMA.
Se na sede
a situação é ruim, imagine como não estão os moradores das áreas altas, dos
campos, onde a estiagem é mais intensa e a água é mais escassa e nunca fora de
boa qualidade. A situação é dramática e requer ação imediata das autoridades.
Um novo
estudo técnico do lençol freático, a escavação de novos poços de grande
profundidade que possibilite o abastecimento de densas áreas populacionais, e a
manutenção e limpeza dos poços já existentes podem ser algumas das providências
a serem tomadas imediatamente pela nova administração. Já na área dos campos a
construção de novos açudes e barragens, bem como a escavação de tanques, podem
ser a solução imediata e paliativa até que projetos mais definitivos sejam
concebidos e executados. O certo é que algo precisa ser feito.
Esta
situação também deve nos chamar a atenção para
a preservação imediata de áreas verdes e de fontes naturais,
vertedouros, alagadiços, etc. E isto deve ser uma preocupação dos novos legisladores
municipais, com a devida aquiescência das demais autoridades afeitas à
preservação do meio ambiente, inclusive do Ministério Público.
Assim
esperamos, para que então “Lata d’água na cabeça”, não seja uma imagem do nosso
tempo, mas apenas uma música de outros carnavais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário