quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os bastidores de um rompimento

Prefeito Amarildo Pinheiro
Sabe-se que já houve o rompimento político oficial entre o Prefeito Amarildo Pinheiro e o ex-prefeito Eduardo Dominice. Mas se faz necessário que analisemos friamente as razões e as consequências deste rompimento.

Amarildo Pinheiro fora eleito na última eleição de 2012 apoiado por uma força política multigrupal que tinha o ex-prefeito Eduardo como preposto líder. Se Eduardo arregimentava a classe política, Amarildo tinha a seu favor o anseio popular em vê-lo prefeito de sua terra. Para a eleição, nenhum dos dois tinha recursos financeiros para o embate político contra a força da situação. Mas a soma dos aliados e a comprovada densidade eleitoral de Amarildo e suas articulações políticas lhe proporcionou a vitória. Resultado: Amarildo, prefeito de São João Batista.

Na montagem do governo, Amarildo procurou ser o mais racional possível. Cumpriu com os compromissos assumidos na construção de sua equipe de governo. E mais uma vez, coube ao ex-prefeito e a outros a fatia que lhes era merecedora. Emplacou o seu irmão, Ricardo Dominice como Secretário de Obras; ele mesmo fora nomeado Assessor Especial do Prefeito com um “bom” salário, além de alojar mais de uma dezena de seus “mais chegados” em folha de pagamento.

Mas corre, agora, à boca miúda, que o ex-prefeito queria muito mais. E até conseguiu. Entretanto alguns de seus fiéis seguidores não se cansavam de tecer duras críticas à administração. Tudo com um firme propósito de desestabilizar o governo. O próprio Eduardo de maneira inadvertida já bradava aos quatro cantos que seria candidato a Prefeito nas próximas eleições municipais, mesmo estando inelegível, por decisão colegiada do TRE, sustentada pelo Supremo Tribunal, e sem entretanto respeitar o direito da reeleição, cabível ao atual prefeito. Pura ingenuidade!

Ex-aliados
Entretanto o pomo da discórdia, foi a desenvoltura política do Prefeito Amarildo que vem se firmando como uma verdadeira liderança, haja vista as várias ações já desencadeadas nos primeiros meses de sua administração, e a consolidação de um grupo político, uma vez que detém hoje de uma ampla maioria na câmara de vereadores. Soma-se a isso as decisões já tomadas pelo prefeito municipal no que concerne às eleições do próximo ano. Amarildo e o seu grupo vai com o governo, enquanto o ex-prefeito, por razões entendíveis, vai com a oposição.

É perfeitamente compreensível que o prefeito Amarildo saia vitorioso nesta sua decisão, uma vez que faz um governo que busca o aprimoramento dos serviços públicos, e é incansável na busca de recursos para a realização de obras que venham atender aos anseios da coletividade.


Já do ex-prefeito Eduardo, em sua decisão, não há de se esperar muito.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

"O que REALMENTE está por trás das manifestações no Brasil?

Vale a pena compartilhar o texto publicado no Blog "Vianensidades", do jornalista Luis Antonio Moraes. O texto retrata com boa análise a onda de protestos que vem acontecendo pelo Brasil afora. É pertinente.



"Pra quem não sabe o que está acontecendo no Brasil, este é um texto traduzido da CNN Americana:
 

Os protestos que vêm ocorrendo no Brasil vão além do aumento de R$ 0,20 na tarifa dos transportes públicos.
O Brasil está experimentando atualmente um colapso generalizado em sua infraestrutura. Há problemas com portos, aeroportos, transporte público, saúde e educação. O Brasil não é um país pobre e as taxas impostos são extremamente altas. Os brasileiros não veem razão para uma infraestrutura tão ruim quando há tanta riqueza tão altamente taxada. Nas capitais, as pessoas perdem até quatro horas por dia no tráfego, seja em automóveis ou no transporte público lotado que é realmente de baixíssima qualidade.

O governo brasileiro tem tomado medidas remediadoras para controlar a inflação apenas mexendo nas taxas e ainda não percebeu que o paradigma precisa compreender uma aproximação mais focada na infraestrutura. Ao mesmo tempo, o governo está reproduzindo em escala menor o que a Argentina fez há algum tempo atrás: evitando austeridade e proporcionando um aumento com base em interesses da taxa Selic, o que está levando à inflação alta e baixo crescimento.

Além do problema de infraestrutura, há vários escândalos de corrupção que permanecem sem julgamento, e os casos que estão sendo julgados tendem a terminar com a absolvição dos réus. O maior escândalo de corrupção da história do Brasil finalmente terminou com a condenação dos réus e agora o governo está tentando reverter o julgamento usando de manobras através de emendas constitucionais inacreditáveis: uma, o PEC 37, que aniquilará os poderes investigativos dos promotores do ministério público, delegando a responsabilidade da investigação inteiramente à Polícia Federal. Mais, outra proposta busca submeter as decisões da Suprema Corte Brasileira ao Congresso – uma completa violação dos três poderes.

Estas são, de fato, a revolta dos brasileiros.

Os protestos não são movimentos meramente isolados, unificados ou badernas de extrema esquerda, como parte da imprensa brasileira afirma. Não é uma rebelião adolescente. É o levante da porção mais intelectualizada da sociedade que deseja pôr fim a esses problemas brasileiros. A classe média jovem, que sempre se mostrou insatisfeita com o esquecimento político, agora “despertou” – na palavra dos manifestantes”.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

AGIOTAGEM NO MARANHÃO: O CORAJOSO DEPOIMENTO DO PREFEITO DE CAJAPIÓ

Do Blog Barra do Corda News

Nonato Silva
Em entrevista concedida no domingo (16) ao jornalista Marcial Lima na Rádio Mirante AM, o prefeito de Cajapió, Nonato Silva (PCdoB) declarou que recebeu a indesejada visita de dois agiotas. Segundo o prefeito, os agiotas eram os mesmos que fazem parte da quadrilha que mandou matar o jornalista Décio Sá em abril de 2012.

Na conversa, Silva afirmou que os agiotas cobraram uma dívida de 75 mil reais referente a  uma parte de empréstimos feitos pelo gestor anterior. Em razão dos juros, a dívida estaria em 150 mil reais.

Nonato quis saber qual a origem de dívida e os agiotas teriam relatado tratar-se de empréstimo feito pelo prefeito anterior para quitar dívidas de campanha.

Sem pestanejar, Nonato Silva encerrou a conversa com os dois agiotas dizendo:

" Já que se trata de uma dívida particular que não está relacionada a obras no município, eu não pagarei essa quantia que os senhores estão pedindo".

Cajapió é um pequeno e paupérrimo município situado na Baixada  Maranhense. A base da economia Cajapioense gira em torno das transferências de recursos federais por meio de pagamentos de aposentadorias do INSS, dos salários de servidores estaduais e municipais e dos programas de erradicação da pobreza do Governo Federal.

Governada até o ano passado por um senhor chamado Chico da Cerâmica, reeleito em 2008 sem apresentar prestação de contas ao TCE, a pequena cidade da Baixada amargou um processo de desmonte muito semelhante ao que ocorreu em São Luís no final da gestão Castelo: O gestor esvaziou os cofres públicos sem pagar funcionários, abandonou postos de saúde e deixou a cidade destruída.
Pois bem…

Recém eleito após disputar quatro eleições sem sucesso, o técnico em enfermagem Nonato Silva teve que  recomeçar a  administrar a cidade do zero.

Salários atrasados, recursos exauridos, foi necessário fazer malabarismos para conseguir os recursos que garantissem o pagamento dos servidores públicos.

Para Nonato Silva, uma das soluções para melhorar os serviços públicos na cidade é não ceder às ameaças dos agiotas, que exigem ser ressarcidos com dinheiro público.

A entrevista chamou atenção pelo desprendimento do prefeito, ao reafirmar que não dará um único centavo ao grupo de agiotas que ele tem certeza fazerem parte da quadrilha que matou Décio Sá e o empresário Fábio Brasil.

O corajoso ato do prefeito e a situação do município de Cajapió, convidam para a reflexão e expõem o quanto as cidades do Maranhão perdem com esquemas dessa natureza. 
(Maranhão da Gente)


terça-feira, 7 de maio de 2013

UMA JUSTA HOMENAGEM

Professores e funcionários do Acrísio Figueiredo

Cumpre a nós, de bom senso, reconhecer o que é justo e correto. Por isso o texto é uma homenagem aos alunos do Centro de Ensino “Acrísio Figueiredo”.  E esta se faz necessária exatamente porque estes em bom momento homenagearam o maior de todos os nossos políticos, o nosso Deputado Francisco Figueiredo, o Chiquitinho.

Recentemente a família comemorou os 100 anos de vida de Chiquitinho, se vivo estivesse. Mas em verdade os grandes homens não morrem, e Chiquitinho, que chegou a ser Deputado Estadual por três mandatos, e já como setentão, chegou a ser Prefeito de sua terra natal, vive e bem na memória dos muitos joaninos que o conheceram. Fui um destes que o conheceu e pude demonstrar por ele a minha admiração.

Certa vez quando o presentei com um livro, uma antologia poética, do qual fiz parte e que fora publicado pela Editora Shogum, do Rio de Janeiro, no ano de 1987, pude descobrir a sensibilidades de um menino, na alma de um homem já calejado pela vida. E eu, do vigor dos meus vinte poucos anos, fiquei naquela época, surpreso quando vi, o prefeito Chiquitinho declamar “Ainda uma vez adeus”, magistral poema do maranhense Gonçalves Dias.

Deputado Francisco Figueiredo
Descobri a partir dali a crença do experiente político na força da juventude, afinal, ele era um homem maduro, mas de espírito jovem. Um boêmio.  A prova disto foram as festividades e os eventos futebolísticos, confiados e realizados por um grupo de jovens, admiradores de sua postura política e detentores de sua amizade.

Era assim o velho Chiquito. Um homem com alma jovem. E já era tempo de reconhecer este cidadão, como um dos grandes homens da nossa história. História esta que rompe as fronteiras da nossa querida e sofrida São João Batista.

Junto-me portanto, apesar da metalinguagem, ao lado dos alunos, professores e dos gestores do Centro de Ensino “Acrísio Figueiredo” para homenagear ao sempre ilustre Francisco Ferreira Figueiredo, o nosso Chiquitinho.

Parabéns aos alunos e educadores que abriram o grandes livro de nossa história, onde certamente estão contidas a vida e os feitos daqueles que fizeram e fazem a nossa boa  história.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

TRUPIZUPE (da Cultura Popular do Nordeste)


O meu nome é Trupizupe
Sou o galo de campina
Me chamam Trupizupe
O raio da Silibrina...(4x)
Eu não digo à ninguém
Que sou valente
Vivo longe
Dos brutos desordeiros
Sei tratar muito bem
Meus companheiros
Mas se um dia
Eu ficar de sangue quente
Chegarei no inferno
De repente
Faço o diabo chefão
Virar mulher
Mando logo prender
A lucifer
Solto alma de deuses
E pagãos
Se o cão cocho cair
Nas minhas mãos
Só se solta com vida
Se eu quiser...
O meu nome é Trupizupe
Sou o galo de campina
Me chamam Trupizupe
O raio da Silibrina...(2x)
Qualquer dia do ano
Se eu puder
Para o céu
Eu farei uma jornada
E como a lua
Já está desvirginada
Olha eu posso
Tomá-la por mulher
Se acaso
São Jorge não quiser
Olha eu tomo o cavalo
Que ele tem
Se a lua quiser
Me amar também
Dou-lhe um beijo
Nas tranças do cabelo
Deixo o santo
Com dor de cotovelo
Sem cavalo
Sem lua e sem ninguém...
(O meu nome é Trupizupe)

Sou o bote
Da cobra caninana
Sou dentada
De tigre enraivecido
Sou granada
Que solta um estampido
Que se escuta
Por mais de uma semana
Sou picada
De abelha italiana
Sou a bala que acerta
O meio da testa
Sou incêndio
Que arrasa uma floresta
Sou a bruta explosão
Da dinamite
Sou micróbio feroz
Da meningite
Liquidando com gente
Que não presta...
(O meu nome é Trupizupe)

Bráulio Tavares
Dei um murro nas ventas
De um mal poeta
Que a cabeça voou
Fez piruetas
Passando por todos
Os planetas
Foi parar num reinado
De um profeta
Disse um santo
Que viu ficou pateta
A cabeça do cabra
Estava um facho
Uma alma gritou:
"Oh velho macho!"
São Pedro falou:
"O que é isto?"
Disse um anjo que estava
junto à Cristo:
"É (Batista Azevedo) zangado
Lá embaixo!"
(*) O texto acima é música de Zé Ramalho e baseia-se nas proezas de Trupizupe, personagem violeiro, astuto, criado pelo poeta Bráulio Tavares, autor da letra acima.