terça-feira, 27 de julho de 2021

A ACADEMIA JOANINA DE LETRAS, CIÊNCIAS E SABERES CULTURAIS

 Por Marcondes Serra Ribeiro

Faz certamente bem mais que dez anos, desde o dia em que eu e o nobre conterrâneo e amigo, Professor Batista Azevedo – mui respeitosamente, um grande profissional da área educacional, particular expoente e orgulho da terrinha - conversamos, muito empolgados, sobre a criação da Academia Joanina de Letras.

Na oportunidade, as considerações feitas primavam pelo propósito de reunir nossos intelectuais para tratarmos coletivamente, com cuidadoso carinho, sobre as questões contemplativas de nossa língua, com especial enfoque às produções literárias, incentivo à arte de escrever, apoio às manifestações culturais, e reconhecimento da qualidade valorativa de seus membros, o que aconteceria através de eventos, homenagens e premiações. Outra assertiva colocada em pronta evidência naquela oportunidade, e muito valiosamente fortalecedora do intento, foi a funcionalidade da “academia” como uma instituição voltada à preservação de nossa memória, zeladora do acervo reconhecidamente criativo dos cidadãos joaninos. 

Não nego que o compartilhamento da ideia criativa da academia seja contemplativa de minha vontade em ser um dos acadêmicos, com a necessária humildade que me caracteriza, sem o esplendor de “tornar-me imortal”, à exemplo daquilo que ocorre com a maioria dos membros das instituições congêneres. Embora seja uma vaidosa intenção, tenho consciência de que há necessidade de enquadramento aos critérios estatutários estabelecidos mediante as discussões em reuniões com os demais envolvidos, pessoas que, desde o primeiro momento, foram inclusas em uma listagem de convidados para apreciação da ideia, também seguindo os moldes das academias existentes. É claro que eu e o amigo Batista Azevedo tínhamos em mente a justa certeza de que não deveriam existir precedências privilegiáveis de algum membro. 


Na ocasião, ainda sabíamos muito pouco sobre o assunto, mas conhecíamos alguns importantes itens do estatuto da Academia Brasileira de Letras, como por exemploaquelequeestabeleceaoscandidatos àvaganainstituição, anecessidade de ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da literatura, obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livros de valor literário. Esse detalhe levou-me a dedicação mais resolutiva da edição de meu primeiro livro, Revérbero Amarelo, que se fez realidade, embora com alguns pormenores pendentes quanto ao ISBN, pois a gráfica relaxou este importante detalhe, mas que está em trâmite, junto à Câmara Brasileira do Livro. Apressei-me na divulgação, pelas redes sociais, de alguns trabalhos que habitualmente faço com dedicada paixão: escrever e postar meus textos reflexivos, notas e poemas – retratos de mim em aproveitamento da inspiração que o dom instiga e o hábito constrói, mesclando as qualidades e defeitos de todos os artistas.

Depois de algumas investiduras, ao longo destes anos, juntamo-nos a outros expoentes joaninos e caminhamos, determinados e bem confiantes, para a elaboração do estatuto e criação da então nominada “Academia Joanina de Letras, Ciências e Saberes Culturais”.     Estão conosco, os respeitáveis futuros acadêmicos, perfis do mais puro ajuste aos preceitos institucionais: Manoel Martins, Edinete Alves, Gracilene Pinto, Flavio Braga, Sharlene Serra, Damasceno Júnior, Raimundo Cutrim, Evando Cutrim, Dilercy Adler, Gilberto Matos Aroucha, José Eulálio Figueiredo, Jersan Araújo, Raimundo Correia Cutrim, Ana Márcia Ferreira, entre outros profissionais que também labutam com as artes, ciências e os saberes culturais, componentes iniciais de um quadro que estará completo até o dia previsto para a fundação e que se seguirá preenchendo condignamente o número de cadeiras, na medida em que surgirem candidatos a atenderem os requisitos. 

Todos nós comungamos as ideias mais promissoras quanto à promoção da literatura, leitura, educação, defesa consciente do meio ambiente, dos patrimônios artístico, cultural, histórico, turístico, paisagístico de nosso município, além de nos mostramos desejosos de investir na manutenção de intercâmbios com as demais entidades nacionais, realização de seminários, cursos, encontros que congreguem expoentes das atividades culturais, proporcionem condições de produtividade e livre debates de ideias.

Até o momento, temos definidos alguns nomes para Patronos das Cadeiras Acadêmicas. Personalidades escolhidas para    serem inicialmente as homenageadas, por terem expressivo destaque e marcado verdadeiramente a história joanina: José Maria de Araujo, Francisco Figueiredo, Antônio Santos Jacinto, José Ribamar Dominici, Onezinda Castelo Branco, Fran Figueiredo, José Souza Martins, Iracema Ferreira de Araújo, Arthur Marques Figueiredo, Creusa Costa Araújo, Maria Creusa Santos Jacinto, Padre Domingos Tibúrcio, Padre Dante Alligiere Lasagna, Suvamyr Viverkananda Meireles, José Brígido da Silva Neto, entre outros.

Em reuniões conectadas, nós, os membros fundadores, conhecedores das limitações do nosso município quanto à militância puramente literária, resolvemos ampliar o leque de abrangência da academia, certos de estarmos investindo em uma expressiva referência no mundo cultural de nossa cidade, porque a academia simbolizará o assento da historicidade de nosso povo, preconizando um caminho venturoso para aqueles que se empenham nas artes, ciências e nos saberes e divulgação da cultura como grandes ideais de suas vidas!

A fundação e posse dos primeiros acadêmicos está prevista para o dia 29 de outubro – Dia Nacional do Livro, em sessão solene, com a honrosa presença das autoridades municipais e convidados, podendo se constituir, talvez, com o apoio de representantes do Poder Público e de empresários locais, um dos mais significativos eventos da nossa querida São João Batista!

Nós merecemos!

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