O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, criticou a comemoração feita por Jair Bolsonaro, ao comentar a suspensão de testes de uma vacina contra o coronavírus.
Em uma publicação no Twitter nesta
quarta-feira (11), Santos Cruz defendeu que qualquer vacina seja tratada de
forma técnica e dentro da lei. “Não é assunto particular. O trato tem [de] ser
técnico e dentro da lei. Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima
das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem
classificação!”, escreveu.
O general saiu do governo em
junho de 2019 após sofrer fortes críticas de apoiadores radicais do presidente ligados
ao escritor Olavo de Carvalho. Desde que deixou o cargo, ele tem criticado a gestão Bolsonaro pelo
trato com as instituições, os militares e a população em geral.
Na noite de segunda-feira (9), a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou a interrupção do
estudo clínico da vacina CoronaVac, que se encontra na fase 3 de
testes, em decorrência de “ocorrência de Evento Adverso Grave” observado
em um voluntário que participava dos testes. Na terça-feira
(10), laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou que a morte do
voluntário aconteceu por suicídio, e não por reações adversas à vacina.
Na manhã de ontem, antes do laudo
do IML ser divulgado, Bolsonaro respondeu a um seguidor que questionou no Facebook se
o Brasil vai comprar a vacina CoronaVac caso ela tenha comprovação científica.
No comentário, o presidente celebrou a interrupção do estudo clínico da vacina e
defendeu a não obrigatoriedade de imunizante contra a covid-19.
A vacina é desenvolvida pelo
Instituto Butantan, do governo paulista, em parceria com o laboratório chinês
Sinovac Biotech. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu em resposta a um
apoiador, referindo-se ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um de seus desafetos
políticos e possível adversário na eleição de 2022.
Nesta quarta, a agência
reguladora autorizou a retomada dos estudos clínicos relacionados à vacina
e explicou que a suspensão e retomada de um estudo são comuns em pesquisas
clínicas e que isto “não significa necessariamente que o produto sob
investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia”.
Pode-se dizer que, diante dos fatos, nem o alto generalato das "Forças Armadas" naõ anda muito satisfeito om Bolsonaro.
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