domingo, 18 de outubro de 2020

A Música além da arte

 Por Marcondes Serra Ribeiro

Todo trabalho com boas músicas é proveitoso, por isso gosto da arte musical e das outras formas artísticas nas escolas, compondo as atividades do processo educacional!

As músicas, com poesias maravilhosas e arranjos de sons geniais, inspiradas no amor, exaltantes dos bons relacionamentos, que contextualizam lições de vida, trabalhadas com expressivo lirismo e esmerada construção, às vezes, levam-nos à análise detalhada da mensagem e consequente admiração da sensibilidade, habilidade, da inteligência artística dos grandes compositores. Isto se torna especialmente prazeroso quando se tem amigos que se afinam conosco  pelo mesmo gosto musical, com os quais se possa desfrutar momentos melodiosos, discutir, argumentar sobre a obra, estender as ideias e concluir o quanto há de belo e poético na genialidade d’algumas citações, que podemos comprovar em nosso cotidiano.

 Assim é que cultuo admirações gratas por tão poucos compositores nacionais, independentemente de suas pessoalidades, ligado unicamente em suas expressivas artes musicais encantadoras, significativas: Caetano, Gilberto Gil, Belchior,  Geraldo Azevedo, Milton, Chico, Djavan, Zé Ramalho, Gonzaguinha, Jorge Vercillo, Zeca Baleiro, Luís Gonzaga, Renato Russo, Cazuza e o próprio Roberto em sua coerente e límpida simplicidade de musicalizar o amor, a amizade  e a fé!

Natural e perfeitamente fácil de entender é o senso aguçado e apurado da sensibilidade que nos toma e domina por completo, quando escutamos algumas músicas que nos transportam no tempo, fazem-nos saudosos dos amores vividos, dos cenários onde transcorreram e deixam-nos ansiosos por revivê-los.

Certas músicas tornam-se tão apropriadas, perfeitas e encaixadas em nosso viver sentimental, que nos induzem a apropriarmo-nos delas como se realmente fossem de nossa autoria. Se se referem ao amor e pararmos para tentar interpretar, entender esse nobre sentimento, o mais fácil é personifica-lo em alguém que amamos, porque serão tentativas vãs - já diziam os grandes e sensíveis escritores em suas investiduras poéticas.

Mas ...  O que é mesmo o amor?

Tentar explicá-lo com lembranças é atribuir-lhe um dorido tom nostálgico, pois invariavelmente incidente sobre alguém que o personifique, porque não se saberia  interpreta-lo de outra forma, sem a indutora simbologia. Qualquer tentativa será falha em algum ponto, e quando tentamos  demonstra-lo, também não o fazemos devidamente. Algo que o compõe fica retido pelas circunstâncias do momento, do próprio ser que ama ou daquele que é amado. Melhor mesmo é amar da forma que é possível, no presente, ou sonhar em construí-lo, tentando sempre mais uma vez amar!

Por isso é que se deve cativar quem nos encanta, e isto é bem mais fácil quando se aproveita o embalo do instante mágico e envolvente de boas músicas!

Domingo é um dia bem propício ao deleite musical. Aproveitemo-lo!

Marcondes Serra Ribeiro é professor e poeta joanino.

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