quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Perdas e lágrimas...


A vida é assim mesmo. E nós seres humanos somos feitos de perdas e ganhos. Quando ganhamos, costumamos sorrir, extravasar nossa alegria. Porém quando perdemos, choramos. Ficamos tristes. Se perdemos então um ente querido, ficamos por muito inconformados, seguramo-nos na força Divina para suportar tamanho vazio.

A concepção da perda está ligada às interpretações caprichosas do nosso ego. Portanto reagimos conforme o tamanho da perda. Há perdas irreparáveis, não percebidas. Mas há perdas cuja dor é imensurável, eterna.

Ninguém está preparado para as experiências difíceis de suportar. A morte é uma perda difícil de suportar. Todas as pessoas vão passar por perdas de familiares, amigos, companheiros, e por mais que isto seja óbvio, não aceitamos.

Até hoje me dói a dupla perda dos meus pais, algo quase que surreal, ocorrida no mesmo dia. Foi algo de místico.

Nos últimos dias, fiquei deveras triste, porque perdi três amigos. E confesso que me senti como se estivesse ficando sozinho no mundo. Eram pessoas com as quais convivi um certo tempo, ou costumava conversar. Apesar da distância cotidiana, mais ainda assim fiquei triste. Todos tinham 50 anos de vida.

Raynon Junior, uma amigo dos tempos de rádio, que veio a falecer com problemas renais agravados pelo diabetes. Depois o amigo e blogueiro Robert Lobato, com quem partilhei, juntamente com outros baixadeiros, o ideal de soerguer o nome de nossa Baixada através do livro “Ecos da Baixada”. 

Bob Lobato, como gostava de ser chamado, sucumbiu a uma tragédia de afogamento em um açude nas cercanias da cidade de Brasília. Vejam só como é o destino, as águas do planalto central, escassas e longínquas afogaram alguém da terra das águas de muitos rios e praias.

Ontem, eu e muitos amigos, perdemos o nosso conterrâneo Uiraruí. Uíra, simplesmente. Também com 50 anos. Após lutar contra os efeitos danosos de um AVC, o nosso guerreiro se viu combalido, mesmo após um turbilhão de orações e pedidos pelo seu restabelecimento. Mas era grave, afirmavam os médicos. Mesmo assim, nos agarrávamos a um fio de esperança, porque a esperança é a última que morre e era o que nos restava.

Perdemos mais um conterrâneo que, como muitos, paridos no mesmo chão, amam incondicionalmente a sua terra. Uira era um amante de nossa terra. Eu e muitos dos meus conterrâneos nos irmanamos nesse sentimento que é verdadeiro e sem sazonalidades. Por isso mesmo estamos todos tristes.

Vão com Deus amigos... Raynon, Roberth e Uira.

Nestas horas o conforto deve ser mútuo. Roguemos a Deus que nos conforte sempre, sobretudo em nossas perdas, pois tanto estas quanto as nossas vitórias são desígnios de Deus...

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