A vida é assim mesmo. E nós
seres humanos somos feitos de perdas e ganhos. Quando ganhamos, costumamos
sorrir, extravasar nossa alegria. Porém quando perdemos, choramos. Ficamos
tristes. Se perdemos então um ente querido, ficamos por muito inconformados,
seguramo-nos na força Divina para suportar tamanho vazio.
A concepção da perda está
ligada às interpretações caprichosas do nosso ego. Portanto reagimos conforme o
tamanho da perda. Há perdas irreparáveis, não percebidas. Mas há perdas cuja
dor é imensurável, eterna.
Ninguém está preparado para as experiências
difíceis de suportar. A morte é uma perda difícil de suportar. Todas as pessoas
vão passar por perdas de familiares, amigos, companheiros, e por mais que isto
seja óbvio, não aceitamos.
Até hoje me dói a dupla perda
dos meus pais, algo quase que surreal, ocorrida no mesmo dia. Foi algo de
místico.
Nos últimos dias, fiquei
deveras triste, porque perdi três amigos. E confesso que me senti como se
estivesse ficando sozinho no mundo. Eram pessoas com as quais convivi um certo
tempo, ou costumava conversar. Apesar da distância cotidiana, mais ainda assim
fiquei triste. Todos tinham 50 anos de vida.
Raynon Junior, uma amigo dos
tempos de rádio, que veio a falecer com problemas renais agravados pelo
diabetes. Depois o amigo e blogueiro Robert Lobato, com quem partilhei,
juntamente com outros baixadeiros, o ideal de soerguer o nome de nossa Baixada
através do livro “Ecos da Baixada”.
Bob Lobato, como gostava de ser chamado,
sucumbiu a uma tragédia de afogamento em um açude nas cercanias da cidade de
Brasília. Vejam só como é o destino, as águas do planalto central, escassas e longínquas
afogaram alguém da terra das águas de muitos rios e praias.
Ontem, eu e muitos amigos,
perdemos o nosso conterrâneo Uiraruí. Uíra, simplesmente. Também com 50 anos. Após
lutar contra os efeitos danosos de um AVC, o nosso guerreiro se viu combalido,
mesmo após um turbilhão de orações e pedidos pelo seu restabelecimento. Mas era
grave, afirmavam os médicos. Mesmo assim, nos agarrávamos a um fio de
esperança, porque a esperança é a última que morre e era o que nos restava.
Perdemos mais um conterrâneo
que, como muitos, paridos no mesmo chão, amam incondicionalmente a sua terra. Uira era um amante de nossa terra. Eu e muitos dos meus conterrâneos nos
irmanamos nesse sentimento que é verdadeiro e sem sazonalidades. Por isso mesmo
estamos todos tristes.
Vão com Deus amigos... Raynon,
Roberth e Uira.
Nestas horas o conforto deve
ser mútuo. Roguemos a Deus que nos conforte sempre, sobretudo em nossas perdas,
pois tanto estas quanto as nossas vitórias são desígnios de Deus...
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