Por
Dr.Rosinha
Congresso em Foco
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Dr. Rosinha |
Até
domingo à noite, dia 26, não tinha ouvido falar em Belágua. Melhor dizer, nunca
tinha ouvido falar esta palavra e tampouco sei o significado dela. Fui procurar
nos dicionários (Aurélio e Houaiss) e não encontrei. Belágua é o nome de um
município no estado do Maranhão.
Agora,
Miami, já ouço falar há muitos anos. Só não ouvi falar essa palavra ainda no
útero de minha mãe porque em 1950, no interior do município de Rolândia, essa
palavra dificilmente devia ser dita.
Conferindo
no site do Uol o resultado da eleição para presidente, encontro a seguinte
manchete: “Dilma tem vitória mais folgada em Belágua (MA); a de Aécio é em
Miami”. A manchete me chamou a atenção pela conjuntura que vivemos e pela simbologia.
Ela é o símbolo da eleição que acabamos de disputar.
Dilma
Roussef venceu em Belágua. Ela fez 93,93% dos votos válidos do município,
contra 6,07% do tucano. Já Aécio venceu em Miami (EUA), onde fez 91,79% dos
votos válidos contra 8,21% de Dilma.
Belágua,
segundo o IBGE, tem uma das piores rendas per capita do Brasil, mas quem lá
vive sabe que no passado recente, período em que o PSDB governou o país, a
situação era pior e não havia a mínima perspectiva de vida melhor. Não havia
oportunidades.
Miami
é um tipo de paraíso para os ricos (alguns deles corruptos, como Ricardo
Teixeira, amigo da Globo e ex-mandatário da CBF) do Brasil que lá vão morar ou
passar algum período do ano. Também é o paraíso dos turistas consumistas.
Aqueles que reclamam que o Brasil não está bom, mas sempre tem dinheiro
sobrando para dar um pulinho em Miami, fazer algumas compras.
Foram
esses dois Brasis que se “digladiaram” nestas eleições. De um lado, (Dilma)
Belágua, do outro (Aécio) Miami. De um lado (Dilma) o Brasil do crescimento com
distribuição de renda e inclusão social; e, do outro lado, (Aécio) o Brasil da
especulação financeira, do preconceito, da irresponsabilidade e da exclusão. De
um lado, a construção de um Brasil soberano. De outro o Brasil de joelhos aos
EUA.
A
maioria do povo brasileiro foi sábia: disse não aos Estados Unidos (Miami) e
ficou com o Brasil. O Brasil do baixo desemprego, da inflação controlada, da
distribuição de renda, da inclusão social. Com o Brasil que acabou com a fome
endêmica.
A
maioria derrotou a elite (que, infelizmente, fez a cabeça de parte importante
da população), que procurou vilipendiar nosso país para entregá-lo aos (EUA)
financistas.
A
maioria derrotou a mentira, o ódio, a intolerância e o preconceito. Derrotou a
maioria dos meios de comunicação, principalmente a revista Veja, os jornais
Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Derrotou as TVs,
principalmente a Globo, o SBT e a Band. Derrotou a hipocrisia e a
canalhice que circulou na internet. Ou não é canalhice divulgar no dia da
eleição que Youssef tinha morrido envenenado, sugerindo que nós, do PT, o
teríamos envenenado?
Tenho
uma teoria: canalha sempre acompanha canalha.
Passada
a eleição, faço um pedido àqueles que se deixaram levar pela elite: abram os
olhos, tirem o ódio que foi incutido no seu coração e parem para pensar.
Comecem
pensando em como eram a sua vida e a vida de sua família em 2002 e como é neste
final de 2014. Verão que o Brasil mudou para melhor e a vida de sua família
também. Comparem a inflação do mesmo período: o Brasil fechará o ano com a
inflação controlada. Será o décimo ano consecutivo com a inflação dentro da
meta estabelecida. Continuará a política de distribuição de renda e geração de
empregos.
A
vitória da Dilma significa que você e o Brasil de Belágua continuarão sonhando
e com a esperança viva de conquistas e vida digna. A vitória de Dilma também
pode significar que um maior número de brasileiros poderá se mudar para Miami,
como alguns moradores do Leblon, bairro do Rio de Janeiro, com o metro quadrado
mais caro do Brasil.
Segundo
a Folha de S. Paulo de domingo, o artista plástico Zeca Albuquerque, morador do
Leblon, declarou que se a Dilma ganhasse, ele iria morar em Miami.
Zeca,
leve junto o Lobão, e boa viagem.
(*) Dr. Rosinha é deputado federal pelo PT, do Paraná.
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