domingo, 29 de dezembro de 2013
domingo, 22 de dezembro de 2013
Em nome da Baixada Maranhense (Parte II)
Campos da Baixada |
Sou baixadeiro, sim sinhô! Este
bem que poderia ser um grito de guerra. Mas soa antes como um grito de paz, de
satisfação, de alegria, de prazer, de orgulho. Orgulho de ser baixadeiro, de
ter nascido na baixada maranhense. Uma região naturalmente rica, mas
potencialmente pobre. Mas que tem no espírito do seu povo, a gentileza e a hospitalidade
como marcas registradas.
Com
características naturais extraordinárias e diferentes ecossistemas, a Baixada
Maranhense foi transformada, em junho de 1991, em APA (Área de proteção
ambiental), com uma área de 7 mil km2 na região continental à oeste-sudeste da
Baía de São Marcos, incluindo a Ilha dos Caranguejos. Mas nem isto parece
chamar a atenção dos governantes para a região.
E não foi por falta de vozes
que de diversificadas tribunas, um dia clamaram e clamam pelo torrão
baixadeiro. As terras baixas da baixada produziram e ainda produzem raras
inteligências que chegaram aos mais altos postos da vida pública. Na
magistratura e na política tem-se uma grande plêiade de homens e mulheres que
dignificam suas origens. O jornal, o rádio e a televisão sempre abrigou os
dignos talentos advindos dos mais variados municípios da baixada. A docência
sempre teve e continua tendo mentes lúcidas e orgulhosas a nunca negarem seu
berço e a sempre propagar o lugar onde nasceram.
Mas ainda assim, somos vítimas
do acaso das políticas públicas de desenvolvimento. Ainda fazemos a roça do
toco. Somos uma região onde a economia gira em torno dos benefícios
previdenciários dos velhinhos, dos programas de distribuição de renda do
governo federal, e dos empregos públicos municipais de baixos salários.
Lamentavelmente.
Os gritos em favor e pela
baixada vem há muito ecoando pelo parlamento estadual. Os muitos municípios da
região já produziram inúmeros parlamentares, que de uma forma ou de outra,
pediram aos ouvidos do governo, em nome dos seus munícipes.
Lembro-me, ainda que levemente,
da atuação orgulhosa e vibrante dos conterrâneos (de São João Batista) Chiquitinho
Figueiredo e Jose Dominici, ambos deputados estaduais nos idos finais da década
de 60 e começo de 70. Pela baixada também pediram, com certeza, os vianenses
Djalma Campos, Valber Duailibe e Chico Gomes; os sãobentoenses Isaac Dias e Dr.
Ibrahim Almeida; o matinhense Edimar Cutrim; os pinheirense José Paiva, Maneco
Paiva, Dedeco Mendes, José Genésio, Filuca Mendes e Vítor Mendes.
Das entrâncias do Mearim em
terras da baixada, vem do Arari, a voz de Manoel Ribeiro. De Cajapió também
sobressai o clamor de Marcelo Tavares. E da sempre provedora terra de
parlamentares – São João Batista – ouviu-se ontem a voz pujante de um João
Evangelista, enquanto hoje ouve-se os ecos de um Raimundo Cutrim e Jota Pinto.
Das terras de Santa Helena também ouviu-se o parlar de Jorge Pavão pelos
baixadeiros.
Da antes Baixada também, hoje
Litoral Ocidental, não se pode negar a voz dos filhos de Cururupu, José Amado e
Alberto Franco. E dos eloquentes Celso Coutinho e Gastão Vieira, de terras
vimarenses.
E olha, meus nobres, que cá pra
nós, a benfazeja Baixada já produziu governadores e até Presidente da
República.
Sei que todos, com suas
particulares eloquências, um dia pediram desenvolvimento para a baixada, só que
o governo não os quis ouvir ainda.
Mas a baixada continua ali. Um
impávido colosso de exuberâncias e prodigiosas inteligências a dizer: Sou
baixadeiro, sinhô!
(Artigo publicado no Jornal Pequeno, edição de 22 de dezembro de 2013)
(Artigo publicado no Jornal Pequeno, edição de 22 de dezembro de 2013)
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Em nome da Baixada Maranhense (Parte I)
Campos da Baixada Maranhense |
Este artigo é em nome de toda
uma região – a Baixada Maranhense. Uma grande área constituída de 21 municípios
que apresentam uma mesma característica: suas terras estão quase ao nível do
mar. É por assim dizer uma região de terras baixas. Seus campos verdejantes
misturam-se aos inúmeros lagos e enseadas, proporcionando um colorido sem fim
de belezas infinitas.
Recentemente o IBGE redefiniu
em estudo os municípios que compõem a região da Baixada Maranhense. O número de
municípios permanece o mesmo, porém não fazem mais parte da região, muito
embora mantenham as mesmas características físicas e culturais, os municípios
de Cajapió, Bacurituba, Bequimão e Alcântara, os quais passaram a integrar a
região do Litoral Ocidental Maranhense, ao lado de Mirinzal, Guimarães, Bacuri,
Cururupu, Central, Cedral, Porto Rico, Apicun-açu e Serrano do Maranhão.
Na nova configuração regional
do estado, embora apresentem características e relevo um pouco distintos, o
IBGE incluiu os municípios de Conceição do Lago-açu, Igarapé do Meio,
Bela Vista e Monção, que ao lado de Santa Helena, Pinheiro,
Presidente Sarney, Pedro do Rosário, São Bento, Palmeirândia, Peri-Mirim, São
Vicente Férrer, São João Batista, Olinda Nova, Matinha, Penalva, Cajari, Viana,
Vitória do Mearim, Arari e Anajatuba, fazem a grande nação de baixadeiros.
Esta vasta região, que bem se pode chamar de “pantanal
amazônico” é uma imensa região formada por cadeias de lagoas com extensos
pântanos e campos inundados periodicamente, onde está situado o mais extensivo
refúgio de aves aquáticas da região nordeste. A Baixada Maranhense estende-se
por mais de 20 mil quilômetros quadrados, nos baixos cursos dos rios Mearim e
Pindaré, e médios e baixos cursos dos rios Pericumã e Aurá, reunindo um dos
maiores e mais belos conjuntos de lagos e lagoas naturais.
Além do maior conjunto de bacias lacustres do
Nordeste, onde se destacam os lagos Açu, Verde, Formoso, Carnaúba, Aquiri,
Coqueiro, Itãs, Maracu e Jatobá, a região possui extensos manguezais e
babaçuais, estes nas áreas mais altas. Este complexo de lagos da Baixada
constitui uma região ecológica de distinta importância no Estado e no Nordeste,
não só como potencial hídrico, mas pelo papel socioeconômico que representa
para toda a população ribeirinha, haja vista a produção de pescados que
alimenta a grande população local dos municípios desta região, bem como parte
da capital do estado.
O que chama a atenção de nós, baixadeiros, e deve
chamar a atenção dos governantes é o fato de que esta é uma região
potencialmente rica, porém mal percebida. A exploração de suas riquezas
naturais é depredadora e a ação do homem, muitas vezes de maneira irracional,
já torna algumas áreas em elevado estado de degradação. Políticas de incremento
para a potencialização das riquezas desta região já são mais que necessárias e
devem estar, de verdade, na ótica dos novos governantes. Mas esta já é outra
história.
Aguardem, “Em nome da Baixada Maranhense” (Parte
II)!
(Artigo publicado no Jornal Pequeno de 02 de dezembro de 2013)
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