Entre
as competências do legislativo municipal, uma é de fundamental importância: a
de fiscalizar as ações do executivo. Mas tão importante quanto essa, é a
prerrogativa de apreciar e julgar as contas dos administradores municipais.
Os
vereadores de São João Batista têm sob suas responsabilidades julgar as contas
do ex-prefeito Eduardo Dominice, que
fora cassado no seu segundo mandato, por capitação ilícita de votos, em
processo movido à época pela segunda colocada Surama Soares, que lhe tomou o mandato nas barras dos tribunais.
Ocorre
que as contas de Eduardo Dominice relativas ao ano de 2007 que tiveram
reprovação unânime pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) estão na Câmara para
serem votadas. Eis aqui a questão. Ratifica-se o parecer do TCE ou os nobres
representantes do povo julgam inocente quem delapidou o patrimônio do
município? É sempre bom lembrar que pesa contra Eduardo sérias denúncias de
desvios de recursos públicos, sobretudo do FUNDEB, conforme comprovou a CGU,
que apontou desvio de cerca de mais de 9 milhões de reais.
Para as contas de 2007, em análise técnica realizada pelos auditores do
TCE foram identificadas diversas irregularidades que motivaram a reprovação das
contas, entre as quais se destacam: ausência
de metas e riscos fiscais relativos à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
não arrecadação de tributos municipais, ausência de informações sobre a
estrutura legal e organizacional do Fundo Municipal de Assistência Social
(FMAS), encaminhamento fora do prazo dos Relatórios Resumidos de Execução
Orçamentária (RREO) e dos Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) e aplicação dos
recursos destinados à educação abaixo do que determina a Constituição Federal.
Além das contas reprovadas, Eduardo Dominici foi condenado a devolver
aos cofres públicos municipais R$ 4.428.076,00 e ao pagamento de multas que
totalizam R$ 587.807,00.
A expectativa da população é que os vereadores, que são os fiscais da
lei, confirmem o resultado do TCE, sob pena de colocarem em jogo seus próprios
mandatos. Ansiosos por este desfecho estão os professores que viram sumir, à
época, os recursos do Fundeb, além
de grande parte da população que assistiu aos desmandos administrativos.
Espera-se que os edis mostrem na prática a independências entre os
poderes e façam valer a honestidade, a transparência e a moralidade na
política, banindo da vida pública os maus gestores do dinheiro público.
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