Nos muitos blogs que
costumo ler e até mesmo referenciar, tem o blog do meu amigo Paul Getty, poeta,
compositor dos bons e um apreciador da boa música. Pedreirense de quatro
costados e seguidor da veia poética de mestre João do Vale, Paul Getty é um dos
mais recentes imortais da Academia
Pedreirense de Letras. E foi lendo o blog do Paul que descobri esta pérola
da poesia cabocla. O texto me fez rir bastante, sobretudo porque as palavras
parecem que vão além da ficção. O “caso”, ao que parece, foi verdade, dada a
forma rápida da resposta e o tino poético dos violeiros e repentistas.
Como
forma de permitir aos nossos leitores que possam desfrutar desta pérola
literária, reproduzo aqui o texto do Paul Getty. 
Oliveira de Panelas, repentista Pernambucano, certa vez se deparou com
um desafio no mínimo inusitado.
 Após consertar seu carro na oficina de um amigo e perguntar quanto havia
custado o conserto, ouviu do dono da oficina que o conserto ficaria de graça,
caso ele fizesse um verso, falando sobre o seu “órgão sexual”.
 Surpreso, e ao mesmo tempo indignado, Oliveira resolveu brincar com o
seu amigo dono da oficina e descreveu assim o “dito cujo”:
NA PORTA DO C... DO DONO 
Essa rôla antigamente 
Só vivia caçando briga 
Furando pé de barriga 
Doidinha pra fazer gente 
Mas hoje tá diferente 
No mais profundo abandono 
Dormindo um eterno sono 
Não quer mais saber de nada
Com a cabeça encostada 
Na porta do c... do dono.
Já fez muita estripulia
Quando firme que só bambu 
Mais parecendo um tatu 
Fuçava depois cuspia 
Era o rei da putaria 
O priquito era seu trono 
Trepava sem sentir sono 
E sem precisar de escada 
Mas hoje vive enfadada 
Na porta do c... do dono 
Nunca mais desvirginou 
Uma mata vaginosa 
Há muito tempo não goza 
A noite de gala passou 
Vive cheia de pudor 
Sonolenta e sem abono 
Faz da ceroula um quimono
E da cueca uma estufa 
Vive hoje a cheirar bufa 
Na porta do c... do dono! 
 

 
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