quinta-feira, 29 de abril de 2010

Município implanta Estatuto do Idoso


Antes tarde do que nunca... (Saiu o Conselho Municipal do Idoso).

 Depois de 7 anos de votado em Brasília, no Congresso Nacional, o Estatuto do Idoso, que por sua vez levou 7 anos em trâmite até sua aprovação em Setembro de 2003, chega a São João Batista, através de Lei originária do Poder Público e aprovada pela Câmara Municipal.
A fundamentação legal da Lei Municipal não deve mudar nem fugir aos cânones do que rege a Lei federal.
Em nosso caso, há que se ver uma coisa tão somente: o cumprimento desta lei.  Tanto as autoridades constituídas, como a sociedade em geral, devem estar atentas  e não permitir o “desrespeito” e os “maus tratos” aos nossos idosos.
Políticas sérias devem ser fomentadas no âmbito das Secretarias de Assistência Social e Saúde. Evitar a exploração, até mesmo por familiares, deve ser a ótica de todos que desejarem a garantia dos direitos dos idosos.
O poder público, no caso, a Prefeitura Municipal, deve criar espaços e programas que visem a socialização, o lazer, o entretenimento, a inclusão e até mesmo a aprendizagem de novas práticas de vida; em contrapartida estes idosos podem ensinar, sobretudo aos mais novos,  a ludicidade, a oralidade, enfim, marcas de uma cultura que atravessou o tempo e não pode ser esquecida.
A criação do Conselho Municipal do Idoso vem dotar o município destas políticas. Esperamos, no entanto, que não seja mais um conselho a ser manipulado por quem interessar possa. O que esperamos, é ver cumprido por todos, o direito à boa vida àqueles que já deram suas vidas pelo trabalho e manutenção da nossa história. A história do povo joanino.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mantida condenação de policial que matou ex-namorada ( O caso Aline).


Imirante com informações do TJ
Félix Padilha matou a ex-namorada no estacionamento do UNICEUMA.
SÃO LUÍS - Em decisão unânime, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça manteve a condenação de Félix do Sacramento Padilha a 20 anos e 6 meses de reclusão a ser cumprido em regime inicialmente fechado, pelos crimes de homicídio consumado e homicídio tentado. O réu entrou com recurso contra a sentença do juiz de Direito da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Conforme inquérito policial, os crimes ocorreram na noite do dia 18 de dezembro de 2001, em uma instituição de ensino superior da capital, quando Félix Padilha, armado de um revólver calibre 38, disparou contra sua ex-namorada Aline Moreira Santos Jacinto, assassinando-a com dois tiros e, em ato contínuo, atentou contra a vida de José da Silva Calvet Neto, que foi atingido na mão esquerda com um tiro.
De acordo com os autos do processo, à época do crime, o réu teria feito ameaça de morte às vítimas, por não se conformar com o término do namoro com Aline.
O desembargador Antonio Bayma Araújo (presidente da 1ª Câmara) foi o relator do processo. Sua decisão foi acompanhada pelos desembargadores Raimundo Melo e José Luiz Almeida. O Ministério Público Estadual também decidiu pelo improvimento do recurso e a manutenção da sentença em todos os seus termos.
Julgamento
O julgamento foi realizado em novembro de 2008. Félix Padilha foi condenado a 20 anos e 6 meses de reclusão, sendo treze anos pelo assassinato da escrivã de polícia Aline Moreira Jacinto e 7 anos e 6 meses pela tentativa de homicídio contra José Calvet Neto, crimes ocorridos na noite de 18 de dezembro de 2001, no estacionamento do Uniceuma, no Renascença.
Adiado seis vezes, o juiz Luiz Belchior chegou a nomear dois defensores públicos para atender o réu e decretou duas vezes a prisão do policial, a fim de garantir o julgamento.
O crime teve enorme repercussão, sobretudo pela maneira covarde,  fria e calculista como foi praticado. A estudante Aline Moreira Santos Jacinto, era escrivã da polícia civil e estudava Direito no Uniceuma. Na época, após um relacionamento com o também policial Félix Padinha, a estudante  iniciava uma amizade com o jovem estudante e colega de faculdade José Calvet Neto, também atingido pela insana fúria do assassino.
A jovem Aline era filha do conterrâneo Antonio de Achiles.
(Ampliado por Batista Azevedo às 21:30h)

domingo, 18 de abril de 2010

POUCAS E BOAS...

Os novos (velhos) concursados                                                      

Finalmente saiu o resultado do concurso promovido pela Prefeitura de São João Batista. Algumas figuras carimbadas, como já era de se esperar, foram aprovados. A novidade neste concurso foi o oferecimento de vagas por localidades, o que permite adequar melhor o contingente de professores mais  bem qualificados, nas localidades mais distantes da sede e de acesso mais difícil, como Sarnambi, Coroatá, Quiá, etc.
Aos aprovados, sucesso e parabéns. 

Reforçando o apelo 


Acompanho através dos Blogs da Agencia de SJB e do Josielson Figueiredo o drama dos moradores da Rua Benício Gomes dos Santos com a constante falta d'água.  É um martírio. Esta problematica - falta dágua ou abastecimento irregular - vem se arrastanto há muito tempo,  ao longo de várias administrações. A CAEMA, empresa responsável pelo abastecimento de água, há muito não faz nenhum investimento capaz de melhorar o atendimento às famílias. 
A exemplo dos moradores da Benício Gomes dos Santos, outras localidades também sofrem a mesma angústia.
Outro fator a ser levado em conta é o teor de salinidade da água servida aos moradores de São João Batista. Alguns até já dizem que o alto índice de "hipertensos" residentes na sede do município, dá-se pelo consumo constante de água salobra.

Flávio Braga, advogado, professor, e agora, blogueiro!

Estreou recentemente no Portal Imirante o Blog do "nobre companheiro" e conterrâneo por adoção, Flávio Braga. Comentando fatos jurídicos ligados ao direito eleitoral, sua especialidade, o blog de Flávio já é um dos mais lidos e comentados. Pra nós, joaninos, que conhecemos a capacidade do jovem advogado e professor e merecemos da sua amizade, os saudamos nessa nova jornada, pois, uma vez blogueiro, sempre blogueiro.



Um abril de incertezas...



Sobreviveu a mais uma quinta-feira, o prefeito "cassado-em-primeira-instância" Eduardo Dominice. Não devem estar sendo nada tranquilas as "quintas-feiras" do Prefeito Eduardo e de todos os seus protegidos políticos, isto porque, acontecem nas "quitas-feiras" os julgamentos em pauta do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Nesta última, dia 15/04, esteve em pauta mais uma vez o processo que pede a cassação do prefeito "por buso de poder econômico, político e compra ilícirta de sufrágio" Segurando-se em prerrogativas jurídicas, o prefeito vai sobrevivendo, cambaleante, até que seja consumada a sua cassação, fato este dado como certo pelos entendidos no assunto.
Uma vez referendada a decisão do Juiz de Direito da Comarca de São João Batista, Dr. Crstiano Sousa, que cassou o mandato do prefeito Eduardo Dominice e de seu vice Eduardo Gomes, assumirá a segunda colocada nas eleições de 2008, Surama Soares (foto), que foi candidata pela coligação formada pelos partidos PV/PSDB.
Segundo informações uma nova batalha jurídica dar-se-á no dia 04/05. Esta poderá ser a decisiva. A reboque de tudo isto estão os partidários de um lado e de outro. Os que vão rir, e os que vão chorar!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

UM CONTERRÂNEO E UM AMIGO

Não precisava palavras bonitas ou difíceis para falar desse meu conterrâneo e amigo de infânciaAugusto Serra, ou simplesmente Antonio Augusto, como aprendi a chamá-lo. Era acima de tudo um empreendedor na vida. Tudo que queria, buscava realizar com afinco, determinação e coragem. Era um homem de fibra. Corajoso. 
Nascido Antonio Augusto Moraes Serra no povoado Bexiga em São João Batista, era filho de Dona Antonia e Seu Manoel Serra . Tinha 52 anos. Fazia aniversário em 13 de junho, dia de Santo Antônio.  Filho de uma prole de mais sete irmãos, Augusto estava no terceiro mandato de Vereador por São Luis, a capital que lhe abraçou nos idos de 70, quando sua família, em busca de melhores condições de vida, desembarcou na Rampa Campos Melo.
Augusto, como gostava de ser chamado, era militar reformado. Político de convicções próprias. Advogado de formação acadêmica.
Num acidente trágico, pelas suas proprias mãos, Augusto deixou saudades aqui na Terra, enquanto se abrigará em outro plano, levado que foi pelas mãos de Deus.
Vá com Deus, meu amigo, meu conterrâneo...

domingo, 4 de abril de 2010

A HISTÓRIA QUE NOS INTRIGA E NOS EMOCIONA


A terrível Páscoa de Jesus
Nas vésperas da Páscoa do ano de 786 do antigo calendário romano, se é que é válida tal precisão de data, no mês de Nisã dos hebreus, ocorreu uma crucificação de três homens do lado de fora dos muros da cidade de Jerusalém. Dois deles eram ladrões, o outro tratava-se de um pregador, um rabi chamado Jesus, que se dizia um filho de Deus. Alguém que viera anunciar o Reino dos Céus. O cenário daquela terrível execução de que ele foi vítima iria, bem depois ao longo da história, com o Ocidente inteiro convertido à fé de Cristo, ser infinitas vezes reproduzido por seus seguidores por todos os meios possíveis: em livros, telas, murais, vitrais, esculturas, autos teatrais, representações públicas de ruas e em filmes, fazendo com que a humanidade sofredora se identificasse com o martírio dele.
O suplício da cruz







"Nenhuma culpa encontro nele. É costume entre vós que eu solte um preso, na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus? Estes não gritaram de novo, clamando: Esse não, mas Barrabás!" -- Pilatos ao povo (João 18)
Supõe-se que Jesus Cristo não tenha resistido muito tempo ao suplício da cruz, que Cícero definira como "a mais cruel e a mais terrível pena de morte". Estimou-se que um homem forte era capaz de suportá-lo por uns três dias no máximo. O nazareno entregou-se depois de três horas, ou um pouco mais. E não poderia ser diferente para quem levara uma vida praticando jejuns, alimentando-se episodicamente e ainda, antes de ser exposto, teve o corpo violentamente ofendido pelos açoites. Parece ter sido fantasia dos gravuristas e pintores terem-no desenhado, pelos séculos seguintes, preso a uma cruz bem alta, como se seu corpo fosse uma bandeira ensangüentada hasteada nos altos de um mastro. Ao contrário, a vitima era estaqueada pelos carrascos bem próxima do chão. Para que suas mãos presas com cravos não se rasgassem com o peso do corpo, fixavam uma corda que o enlaçava a partir do ilíaco ou apoiavam os seus pés num sedile, a pequena tábua afixada na parte baixa da cruz. A morte do condenado, como já se disse, era horrível, anunciando-se por gritos pavorosos de dor e gemidos lancinantes, entremeada de apelos desesperados para que o matassem de vez. Jesus fora pregado numa crux immissa (em forma de cruz) às 8 horas da manhã ou ao meio-dia de uma sexta-feira. Seja o que for, à tarde seguramente já estava morto. No alto da haste haviam colocado um cartaz: "Rei dos Judeus", escrito em três línguas (grego, latim e aramaico). Era uma ironia maldosa dos romanos, pois o
executaram junto com dois delinqüentes.
De Herodes a Pilatos
Pensavam estar livrando-se de um problema, porque durante um bom tempo ninguém sabia o que fazer com aquele homem da Galiléia. Os sacerdotes do templo de Jerusalém, como Caifás, consideravam-no um herético, alguém que estava jogando o povo local contra a tradição e o Sinédrio (o Grande Tribunal, autoridade máxima judicial com 70 membros). Os fariseus e os zelotes viam-no como um divisionista que ao invés de somar-se a eles no repúidio aos romanos, minimizara a ocupação da Palestina com a promessa da chegada de um novo reino, o Reino dos Céus. Para o procurador (praefectus) Pôncio Pilatos, governador romano da região, o nazareno, em quem não via culpa alguma, era apenas uma dor de cabeça a mais no trato com aquele povo metido em confusões e querelas intermináveis. Enviara-o preso para Herodes Antipas, o tetrarca de Israel, um monarca colaboracionista, que o devolvera sem saber o que exatamente fazer com ele. Matá-lo por dizer-se o Messias?
O Messias
Havia entre os judeus, povo quase sempre submetido às crueldades do destino, uma crença muito forte de que um dia lhes viria dos céus um Messias, um Salvador, para livrá-los das desgraças. Assim, não raro, aparecia alguém, um iluminado, dizendo-se ser um desses enviados de Deus. O próprio Jesus alertou o seu povo em razão da abundância desses falsos profetas e charlatães que se diziam os verdadeiros messias.
Quantos deles não apareciam pelas ruas de Jerusalém julgando-se isso? O único tumulto em que Jesus se envolvera dera-se quando ele, o mais pacífico dos homens, deixou-se assaltar pela fúria ao deparar-se com os "vendilhões do Templo", aquela massa de cambistas, ambulantes e vendedores de pombas, que ofertavam de tudo nas proximidades do edifício santo dos judeus. Nada mais impressionante do que isso.
Pôncio Pilatos
Pôncio Pilatos, na época do processo contra Jesus, já estava na região há algum tempo, uns cinco ou seis anos (teria assumido no ano 26 ), mas continuava sem entender as intermináveis dissensões dos hebreus em torno da religião. As nuanças e sutilezas das discussões acaloradas dos rabinos e dos sumos sacerdotes eram-lhe absolutamente estranhas. Quem o indicara para o cargo de procurador da Palestina foi Sejano, um favorito de Tibério. O Imperador, por sua vez, enojado das intrigas políticas de Roma, retira-se no ano de 27 para a maravilhosa ilha de Capri, nas proximidades de Nápoles, a fim de levar uma vida dos deuses, dado inteiramente aos prazeres. Quem algum dia poderia supor que enquanto Tibério se banhava com seus garotos, que ele chamava de "meus peixinhos”, na imensa piscina tépida da sua mansão, o crime que cometiam em seu nome nas longínquas terras da Judéia contra um pregador desconhecido iria um dia abalar o poder de Roma?
A sentença de Pilatos
"Subirás à cruz" disse Pilatos a Jesus. Até hoje, lembra o historiador J.Gnilka, não se sabe se a sentença que condenou Jesus resultou dele ter cometido o perduellio (grave prejuízo cometido contra a pátria) ou o crimen maiestatis populi romani imminutae (ter provocado algum dano ao prestígio do povo romano). Seja o que for, Pilatos informou a todos que em vista do costume estava disposto a dar-lhe a venia, a suspensão da sentença, devido à aproximação da Páscoa. Quando a intenção dele chegou aos ouvidos da multidão que estava do lado de fora no paço do tribunal de justiça, as vozes em uníssono clamaram em favor de Barrabás, possivelmente um bandido, rejeitando a oferta do romano de indultar o nazareno. Pilatos então, lavando as mãos, deixou a sentença correr. Jesus foi previamente submetido ao horribile flagellum, a levar um incontável número de chibatadas nas costas.
A morte de Jesus
Provavelmente já passavam das 3 horas da tarde daquele sexta-feira fatídica, quando um guarda enfiou sua lança no abdômen de Jesus para ver se ele já havia morrido. O líquido que escorreu, um pouco de sangue e água, confirmou-lhe que o homem ali estendido já entregara a alma aos céus. José de Arimatéia (Ha-ramathain), um respeitável homem de algumas posses, reclamou o corpo junto às autoridades e como já estavam em vésperas do shabbath, os romanos consentiram que ele desse o fim apropriado ao cadáver. O local das execuções era tétrico, até o nome Gólgota (caveira em hebraico, calvarius em latim), que descrevia o aspecto descarnado do monte onde expunham os supliciados, contribuía para aumentar a desolação do quadro.
O sepulcro








Arimatéia, impedido pelo tempo de inumar adequadamente a Jesus, foi auxiliado por Nicodemos. Ambos carregaram o pobre morto para um jardim próximo onde colocaram-no num sepulcro. Um enterro decente só poderia ser-lhe providenciado no domingo, pois no sábado judaico nada se faz, em nada se mexe. Logo que o depositaram em lugar apropriado, protegeram o corpo de Jesus com um sudário e umas faixas de linho aromatizadas. Ao sair daquela tumba improvisada bloquearam a entrada com uma enorme pedra e foram juntar-se aos seus para celebrar o shabbath.
Maria Madalena é surpreendida








Na madrugada de domingo, no dia da Páscoa, querendo adiantar-se a todos, talvez com a intenção de renovar os aromas do morto, Maria Madalena, uma das seguidoras, ao chegar ao sepulcro encontrou a rocha afastada. Espantou-se. O interior estava vazio, sendo que as tiras e o sudário que o tinham envolvido estavam postas num canto. Quando estava em prantos, lamentando o desaparecido, imaginando que haviam roubado o corpo, uma voz se lhe apresentou: era Jesus! Disse-lhe que ainda não havia subido ao reino dos céus. À tarde, mostrando suas mãos perfuradas, ele apareceu pessoalmente aos discípulos. Ressuscitara (João, 20-21). Repetia-se na Palestina o assombroso destino de Osíris, o deus egípcio morto que retornara à vida. O nazareno, pensaram seus seguidores, negara-se a morrer, vencera a rotina imposta aos homens. Dali em diante estaria sempre com eles. Enquanto isso em Capri, o imperador Tibério preparava-se para mais um banho, sem que ninguém o alertasse para o que ocorria naquela estranha e inusitada Páscoa. E assim teve início a poderosa lenda de Jesus Cristo.
Bibliografia
  Crossan, John Dominic - El Jesus historico: la vida de un campesino judio del Mediterraneo (Planeta, B.Aires, 1994)
  Donini, Ambrosio - História do Cristianismo (Edições 70, Lisboa, 1980)
  Gnilka, Joachim - Jesus de Nazaré, mensagem e história (Vozes, Petrópolis, 2000)
  Jaspers, Karl - Los grandes filósofos, I, los hombres decisivos (Sur.B.Aires, 1971)
  Renan, Ernest - Vida de Jesus (Lello, Lisboa,1961)
  Rops, H.Daniel- A Igreja dos apóstolos e dos mártires (Quadrante, S.Paulo, 1988)
  Rops, H.Daniel - A vida quotidiana na Palestina no tempo de Jesus (Livros do Brasil, Lisboa, s/d)