Por
Joaquim Nagib Haickel
Se você
estiver lendo esta crônica na edição do domingo, dia 23 de dezembro de 2012, do
Jornal O Estado do Maranhão, é porque os aloprados, aqueles que inventaram que
os maias previram o fim do mundo para o último dia 21, estes sim estavam
errados.
Os maias
jamais previram o fim do mundo. Loucos foram os que acreditaram nessa
mirabolante invenção.
Ufa! Pelo
menos por enquanto escapamos de um fim trágico. Mas é bom sabermos que é bem
plausível que uma catástrofe de proporções gigantescas aconteça um dia. Temos
provas científicas de que fatos como esse já aconteceram anteriormente. Nosso
planeta já sofreu transformações radicais em seu clima e em sua geologia que
causaram a extinção de parte da vida como ela se apresentava.
Coitados dos
maias! Eles nem imaginariam que passados vários séculos do apogeu de sua
civilização, alguns pseudocientistas fossem apropriar-se de seu calendário para
difundir essa ideia de fim do mundo.
São bastante
conhecidas as crenças segundo as quais eventos cataclísmicos ou transformadores
acontecerão em 21 de dezembro de 2012. Esta data é considerada como o último
dia de um ciclo 5.125 anos do calendário maia. Diversos alinhamentos
astronômicos e fórmulas matemáticas têm sido colocadas como coincidentes a essa
data, apesar de nenhuma delas ter sido aceita por estudiosos importantes.
Na
interpretação de alguns essa data marcaria o início da uma nova era, em que a
Terra e seus habitantes sofreriam transformações físicas e espirituais. Outros
sugerem que em dezembro de 2012 acontecerá uma catástrofe de proporções
cósmicas que culminará com a destruição da terra.
Profissionais
especializados na cultura maia dizem que essas previsões não são encontradas em
nenhum dos clássicos dessa civilização e a ideia de que o calendário de
contagem longa “termina” em 2012 deturpa a cultura e história maia.
Astrônomos e
outros cientistas rejeitaram essas teorias como sendo pseudociência, afirmando
que elas são conflitantes com simples observações astronômicas, e que existem
preocupações mais importantes para a ciência, tais como o aquecimento global e
a perda de diversidade biológica.
A NASA
tem comparado os medos em relação ao ano de 2012 com o fenômeno “Bug do
milênio” no final da década de 1990, sugerindo que uma adequada análise dos
fatos pode impedir temores de um desastre.
Enquanto o
mundo não acaba, é bom que tratemos de tentar arrumá-lo um pouquinho. Seria bom
que direcionássemos nossas energias no sentido de melhorar a vida na terra,
antes que ela realmente acabe.
Digo isso
não apenas pelo fato de estarmos em época de festas natalinas, onde todos os
corações repentinamente parecem amolecer e nos tornamos mais gentis, generosos
e tolerantes. Falo isso porque acredito que o mundo poderia realmente acabar a
qualquer momento e ainda teríamos muita coisa por fazer.
Pode parecer
piegas e o é. Confesso que não há nada melhor que parecer ridículo por se dizer
algo como por exemplo “eu te amo”. Não há nada melhor que ser olhado com
ressalvas por protestarmos contra a destruição da natureza. Não há nada mais
arriscado que querermos nos alistar como voluntários socorristas em um
terremoto do outro lado do mundo.
Nunca é
tarde para começarmos a tomar certas posições que jamais haviamos pensado em
tomar antes, por simples comodismo, para que não se precisasse sair de nossa
zona de conforto.
Nesse natal
gostaria de escrever uma carta para Papai Noel pedindo-lhe que me fizesse não
perder a esperança, para que eu não deixe de acreditar que é possivel melhorar,
que é possível se avançar nas conquistas no campo da solidariedade universal.
Olho em
volta e vejo que por mais que tentemos fazer coisas que precisam ser feitas
para melhorar a nossa vida e a vida das pessoas, ainda assim fica faltando
muito a ser feito.
O simples
fato de se ler um jornal ou uma revista, de se assistir a um telejornal, nos
coloca dentro dos maiores problemas da humanidade: fome, doenças, guerras,
catástrofes naturais… Precisamos fazer alguma coisa, mesmo que seja uma
pequenina ação, para tentar minorar toda essa situação.
O que vou
dizer agora pode parecer clichê, e o é, mas é um clichê necessário e eficiente:
Se cada um de nós fizer uma pequenina ação no sentido de melhorar a vida nesse
nosso maravilhoso planeta, seja em que setor for, tenho certeza que
conseguiremos não apenas melhorar as nossas vidas e a de outras pessoas, mas
também adiaremos um pouco mais o fim do nosso mundo.
Feliz
Natal a todos!
(Reproduzida do Blog do Joaquim Haickel)
Nenhum comentário:
Postar um comentário