Por Caio
Hostílio
Caso lembre,
você faz parte de um pequeno grupo de eleitores brasileiros que ainda acreditam
nas instituições democráticas e merece os parabéns, visto que a maioria não se
lembra e nem faz questão disso, contudo merecem aplausos, pois é maravilhoso
não lembrar mesmo em quem se votou, pois assim fica livre da decepção.
O descrédito
é tamanho, que muitos chegam a dizer que escolhe o seu candidato na hora de ir
votar, isso ao pegar o primeiro santinho que os cabos eleitorais distribuem
irregularmente na boca de urna.
A própria
legislação atual prestigia esse desinteresse, haja vista que para entender como
um candidato que teve menos votos que outro assume a cadeira dentro da
proporcionalidade. Isso gera um desconforto tremendo no eleitor, pois não
concebe que um candidato com milhares de votos fique de fora, enquanto que um
com poucas centenas assuma.
O certo é
que a maneira, em minha opinião é completamente antidemocrática, pois não
representa a vontade da maioria. “Os representantes do povo” no Legislativo
(deputados federais, deputados estaduais e vereadores) são eleitos pelo voto
proporcional, isto é, os partidos políticos ganham cadeiras em proporção ao
número de votos que seus candidatos recebem em todo o Estado (ou cidade).
Quanto mais candidatos, mais votos.
Com isso, só
precisa de um mês após as eleições para que 30% dos eleitores já não se
lembre em quem votou, pois vota sem conhecer bem os candidatos. Este número
aumenta para 70% em relação às eleições anteriores. Uma vez eleitos, os
representantes também não se lembram dos eleitores e agem no Legislativo sem
prestar contas a eles.
Por isso é
que se ver o quanto os Legislativos, principalmente as Assembleias Legislativas
e as Câmaras de Vereadores, servirem apenas de interesses pessoais dos eleitos,
pois sabem que não serão cobrados nem por 5% dos eleitores que os colocaram
para representar os interesses da coletividade.
Na verdade,
o povo desconhece a verdadeira função de um legislador, seja ele senador,
deputado ou vereador. Além de propor leis, cabe a ele fiscalizar as ações do
Executivo. Não cabe a um legislador ser cabide de emprego ou agenciador de
emprego. Não cabe ao legislador ser um agenciador de turismo, proporcionando
ônibus para eventos religiosos. Não cabe a um legislador tira multas, ajudar
nos concursos ou muito menos na reforma de uma casa. Cabe ao legislador criar
leis que permitam que todos os brasileiros, através do trabalho, possam ter
condições iguais na vida.
Por serem os
representantes do povo, os legisladores ao elaborarem uma lei devem atender aos
anseios da sociedade, o que muitas vezes não ocorre causando revolta em parte
da população.
Os
legisladores não possuem personalidade no ato de elaborar uma norma. Eles não
podem impor suas vontades para que uma lei seja mantida, suas vontades devem
ficar restritas somente na elaboração da norma, pois, como já foi citado, o
anseio da sociedade é o que determina a lei e não o anseio do legislador, como
ocorre na maioria esmagadora das vezes.
Para você ter
uma ideia de como os legisladores agem hoje, principalmente nas Assembleias e
nas Câmaras de Vereadores, as comissões técnicas votam os projetos em plena
sessão, quando o certo era um estudo mais aprofundado, pois a maioria de nossos
“representantes” desconhecem por completo os ditames das leis que regulamentam
o serviço público no Brasil e como sabem que estão ali apenas para transformar
o parlamento em circo, além de odiarem estudar em sua essência o projeto em
votação, a maioria de nossos legisladores participam das votações de
determinados assuntos sem ao menos saber do que se trata, com isso, votam de
maneira “aleatória” e em alguns casos favorecem representantes mais
prestigiados da Comissão Permanente para tentar criar algum vínculo político
com os que de certa forma estão em um degrau mais elevado.
Esse desvio
de conduta afeta diretamente a coletividade, por isso é que os legisladores
brincam de legislar e o eleitor brinca de votar em seus representantes.
Quer fazer
um teste agora mesmo? Procure lembrar quem são os 03 senadores maranhenses, os
18 deputados federais maranhenses, os 42 deputados estaduais e os vereadores de
sua cidade.
Diante dos
fatos acima, podemos dizer que as Casas Legislativas, principalmente as Assembleias
Legislativas e as Câmaras de Vereadores, não servem para nada, apenas para
gerar despesas para o contribuinte, que tirasse um dia para assistir uma sessão
em uma dessas Casas Legislativas, sairia dali com mais raiva e ódio, pois os
debates não são em prol da coletividade, que seria o papel primordial do
Legislador, mas sim uma guerrinha idiota por seus interesses pessoais e pelo
jogo do poder….
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