Texto originalmente produzido para a Coluna do Jersan publicado no Jornal Pequeno - edição de 02.11.2014.
O
pós-eleição
Ainda
são muitas as querelas acerca do resultado das eleições presidenciais. De um
lado as arguições dos que queriam a vitória de Aécio Neves, de outro os que
vibraram e de alguma forma justificaram a vitória da presidenta Dilma. As redes
sociais foram e ainda são o palco para estas opiniões. Algumas fundamentam
muito bem e assim justificam o voto dado ao que perdeu e ao que ganhou, outras
recriminam de forma virulenta o voto e a vitória dados à candidata petista. E
mais..., de forma preconceituosa acendem o ódio, o desprezo para os
nordestinos, sobretudo aos “bolsistas” dos programa sociais do governo, como se
só a estes coubessem a razão da reeleição da Presidenta Dilma Rousseff.
De
certo fica latente a ideia de que precisamos rediscutir os programas sociais, a
fim de que eles não funcionem como um cabresto eleitoral. Tudo bem, também
concordamos. Mas o que nos espanta é saber que só agora as grandes elites
descobriram que o Brasil vota por interesse, por pleito de gratidão. E nesta
onda se vão a maioria dos políticos. E já faz muito tempo. Foi assim na era
“Collor”. Muitos políticos “pilantras” embarcaram na onda do “caçador de
marajás”, esquecendo-se de que eram os próprios, em carne e osso. Está sendo
assim na era Lula. A grande moeda hoje são os programas sociais: bolsa isto, bolsa aquilo; qualquer coisa
minha vida, etc.
Outro
ponto a ser levado em conta ao nosso ver, é o fato de que o eleitor guarda
profundas marcas dos governos. Se estas lhes são caras ou lhes trouxeram
prejuízos, há o receio natural à política de tal partido, mesmo o eleitor se
lixando para partido político, pois ele vota mesmo é em candidato; se por outro
lado estas marcas são benéficas e lhes trouxeram algum crescimento há também
uma tendência de repetir o voto. É assim aqui e alhures. Felizmente aqui quem
perdeu não perdeu tudo, portanto, agora é esperar para ver no que vai dar!
Uma boa reflexão
Ainda
com vistas aos comentários de teor xenofóbico contra os nordestinos, a
colunista do G1, a Doutora Andrea Ramal, em artigo intitulado “Redes sociais e preconceito”, opinou, e
com razão, que os muitos caminhos que levam a estes preconceitos, um deles está
na educação recebida, tanto em casa como na escola.
Assim, a Drª Andrea Rama afirma: “Muitas vezes, até sem perceber, os pais podem ensinar atitudes
preconceituosas às crianças menores. Quando, por exemplo, se referem a alguém
pejorativamente como “aquele paraíba”, “o cabeça chata”, “o ceará”. Somados a
outros adjetivos e comparações que a família possa empregar no cotidiano, firmando-se no intelecto da criança, criando
assim estereótipos”.
Além do argumento de que os próprios livros didáticos
caracterizam o “nordestino” como um ser solitário, como um “personagem maltrapilho desenhado sob um sol
escaldante, a terra cheia de sulcos e aridez, ele com uma trouxinha,
acompanhado de uma mulher grávida com outra criança no colo, e uma legenda
explicando que “nordestinos partem em busca de melhor destino”.
Mas qual seria o motivo de tanta agressividade nos
comentários registrados contra os nordestinos? “Talvez – é apenas uma hipótese, afirma a colunista, – “o fato de que nesta eleição, os “pequenos” e
condenados ao esquecimento hajam tido um papel protagonista, o que colocou em
xeque uma noção de hierarquia regional cristalizada por longas gerações”. E ela conclui dizendo que “... cabe a nós, pais e educadores, criar
oportunidades para educar numa lógica diferente. Afastar os velhos paradigmas
que rotulam regiões e seus habitantes. Estimular um modelo mental que combine
mais com o mundo de hoje, das redes e interconexões, em que as pessoas precisam
trabalhar em grupos multidisciplinares, aprender com as diferenças e interagir
o tempo todo com empatia e respeito.
Repudiando o ódio
Eu, em particular, repudio qualquer
manifestação de ódio advinda dos muitos que fizeram e fazem uso das redes
sociais para destilarem seu veneno contra os eleitores que votaram na
presidenta eleita Dilma Rousseff, sobretudo os nordestinos, como se fossem
estes os grandes responsáveis pela vitória da petista.
Esquecem estes inconformados (e eu não
votei em Dilma), que vivemos em um único país e que a presidenta reeleita teve
votos de todas as regiões do território nacional. É bem verdade que a grande
maioria do povo pobre deste país, beneficiada com os programas sociais do
governo, votaram em Dilma. Mas e daí? Na verdade estes eleitores votaram no
candidato do governo, fosse ele Aécio, ou Dilma, ou Lula, ou Jersan ou eu.
Quem assim pensa ou compartilha de tal
pensamento se esquece de que o discurso xenofóbico só traz cisão ao país e ao
povo brasileiro. Talvez eles não saibam que apesar da caracterização o
“nordestino’ é antes de tudo um forte, um bravo, e que reconhece que apesar dos
desmandos lá de cima, viu sua vida melhorar aqui em baixo.
Há que se respeitar a vontade da
maioria. É assim a primeira lição da democracia.
A conta gotas...
Foi assim que se referiu um amigo
nosso, acerca da indicação dos secretários do novo governador eleito e que
tomará posse no dia 1º de janeiro, Flávio Dino. Ao que parece, e senhor de
todas as decisões, Flávio Dino não quer causar alarde na divulgação de todo o
seu secretariado. Não reúne a imprensa. Não cria expectativa. Anuncia um
secretário por dia, no máximo dois. Tem sido assim, até aqui. E sempre divulga
através de suas páginas de redes sociais, twiter ou facebook. Nos que estão na
lista de espera é dose a conta gotas.
Pedindo a Deus...
Ainda
inspira cuidados o quadro de saúde do radialista Anacleto Araújo, irmão do
titular desta coluna, Jersan Araújo. Anacleto segue internado no Hospital dos
servidores do estado, depois que sofrera dois infartos, no último final de
semana. Por solicitação do Deputado estadual Tatá Milhomem, o corpo médico da
Assembleia Legislativa tem acompanhado o quadro de saúde de Anacleto, que é
servidor daquela casa legislativa e onde goza da amizade e do carinho de
Deputados e servidores. Além da confiança nos médicos, a família roga ao Pai
Celestial – o médico dos médicos -, para que restabeleça a saúde do seu ente
querido.