quinta-feira, 14 de junho de 2012

Carta pra minha terra...


Hoje é dia 14 de junho de 2012. 

É aniversário da minha cidade, da minha terra, o lugar onde nasci.  Eu e muito dos meus amigos, conterrâneos,  espalhados por este mundão de meu Deus, gostaríamos de beijar o teu chão, neste dia.  Mas infelizmente não podemos. Estamos agarrados em nossos afazeres. Na labuta de nossas profissões. 

Uns  até que podem estar perto de ti, outros estão bem distantes, esquecidos em algum lugar deste enorme chão brasileiro.  Mas mesmo assim estamos umbilicalmente ligados. Estamos atentos aos teus passos. Podemos dizer que somos hoje, temperadamente, meio alegres e meio tristes.

Somos alegres porque temos a certeza de que apesar dos anos te fazerem sucumbir no tempo as nossas lembranças, tu  resistes impávida e serena,  à ganância dos que só te sorvem. Somos alegres por sabermos que envelhecemos a cada dia e ainda te manténs a mesma cidadezinha de outrora. Isso é nostálgico. Somos alegres por sabermos que o teu povo continua “bravo” e cônscio de sua inteligência. 

Somos alegres porque reconhecemos, em qualquer lugar do mundo, um joanino filho teu. Tens a marca da boa terra. E onde quer que estejamos tecemos a cada dia a história que é nossa e que é tua. Somos alegres por isso e por muito mais...

Entretanto estamos tristes. Tristes porque continuas,  apesar dos avanços tecnológicos, a mesma cidadezinha do interior. Tal qual aquela do poema de Carlos Drummod de Andrade. Estamos tristes porque apesar do teu quinquagésimo quarto aniversário ainda parece a mesma de tantos ontens.  Em quase nada mudaste ou te fizeram mudar!

Estamos tristes porque aqueles que muito poderiam fazer por ti, muito pouco fizeram. Estamos tristes porque não és mais a mesma pacata cidade de outrora. Não reúnes mais  em tuas praças a tua gente, como nos velhos tempos, para comemorar os teus folguedos; tuas tradições estão ficando esquecidas em algum baú do passado, sem o estímulo das novas gerações. 

Estamos tristes porque vemos as tuas riquezas se esvaírem, enquanto teu povo empobrece a cada dia. Queríamos nestes tempos atuais que o teu povo, sobre tudo o que pisas o teu chão, experimentasse as alegrias de dias venturosos. 

São João Batista, minha terra, devo mil graças a ti. E apesar de que pudesse ser a cidade dos nossos sonhos, és a terra dos nossos encantos. A terra que embalou os sonhos de tantos homens, que ainda sonham com uma terra melhor.

Apesar dos pesares, mesmo assim, Parabéns São João Batista, em nome de todos  os teus filhos. Do seu filho, simplesmente.
João Batista.

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