domingo, 14 de março de 2010

BAIXADEIRO, SIM SINHÔ!


Este, bem que poderia ser um grito de guerra. Mas soa antes como um grito de paz, de satisfação, de alegria, de prazer, de orgulho. Orgulho de ser baixadeiro, de ter nascido na baixada maranhense. Esta região constituída de vários municípios tem este nome porque suas terras estão quase ao nível do mar. É por assim dizer uma região de terras baixas. Seus campos verdejantes misturam-se aos inúmeros lagos e enseadas, proporcionando um colorido sem fim de belezas infinitas.
O site “Amazônia Maranhense” dedicou um estudo, ainda que rápido à região da Baixada Maranhense. Achei interessante. Reproduziremos e associaremos novas fotos que comprovarão as belezas ímpares de uma nação das águas: A Baixada Maranhense.



"Um Pantanal Amazônico"


O Maranhão também tem seu pantanal. Este pantanal amazônico é uma imensa região formada por cadeias de lagoas com extensos pântanos e campos inundados periodicamente, onde está situado o mais extensivo refúgio de aves aquáticas da região nordeste. A Baixada Maranhense estende-se por 20 mil quilômetros quadrados, nos baixos cursos dos rios Mearim e Pindaré, e médios e baixos cursos dos rios Pericumã e Aurá, reunindo um dos maiores e mais belos conjuntos de lagos e lagoas naturais do Brasil.
Num ciclo de energia que se renova anualmente, os campos naturais desta região ficam descobertos durante aproximadamente 6 meses por ano, no período da estiagem. Na estação chuvosa, quando os rios e lagos perenes extravasam, os campos são inundados e transformados em extensos lagos rasos. Parte das águas é devolvida aos rios quando seus níveis baixam. O sistema e a paisagem são semelhantes aos lagos de várzea da bacia amazônica em geral e da Ilha do Marajó em particular, mas na Baixada eles sofrem influência não apenas dos rios, mas também das marés.
Pela sua importância ecológica, especialmente para aves aquáticas migratórias e residentes que utilizam a região como ponto de apoio e reprodução, a Baixada Maranhense foi transformada em Área de Proteção Ambiental (APA) pelo governo do Estado, em 1991. Parte da área também foi incluída no Acordo Internacional do Ramsar, de Proteção a Áreas Úmidas. Mas apesar da proteção legal, a região vem sofrendo, ao longo dos tempos, fortes e profundas alterações ambientais, provavelmente as mais graves em toda a Amazônia Maranhense, por ser uma das primeiras áreas de fronteira agrícola a serem ocupadas por colonos do interior e nordestinos vindos do Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia fugidos das seca, em busca de férteis terras propícias à agricultura e agropecuária como as da Baixada. Além dos desmatamentos e queimadas nos vales dos rios Mearim e Pindaré, oriundos da atuação histórica do homem nas frentes de ocupação para o cultivo de algodão e a exploração de babaçu, o equilíbrio ambiental da região vem sendo seriamente afetado pela criação extensiva de búfalos, a caça e a pesca predatórias, a implantação de barragens e de projetos de irrigação nas margens dos rios e cercanias dos campos, com o uso indiscriminado de agrotóxicos.

ECOSSISTEMAS
Com características naturais extraordinárias e diferentes ecossistemas, a Baixada Maranhense foi transformada, em junho de 1991, em APA, com uma área de 7 mil km2 na região continental à oeste-sudeste da Baía de São Marcos, incluindo a Ilha dos Caranguejos. Além do maior conjunto de bacias lacustres do Nordeste, onde se destacam os lagos Açu, Verde, Formoso, Carnaúba e Jatobá, a região possui extensos manguezais, babaçuais, campos inundados e matas de galeria, e uma rica fauna e flora, com destaque para aves aquáticas e animais ameaçados de extinção como o peixe-boi marinho.
PEIXES
O complexo de lagos da Baixada Maranhense constitui uma região ecológica de distinta importância no Estado e no Nordeste, não só como potencial hídrico, mas pelo papel sócio-econômico que representa para toda a população ribeirinha. Os lagos são ricos algas, peixes e outros animais. No verão, somente no lago Açu, são pescados até 15 toneladas de peixes por dia e no lago de Viana a produção anual chega a 1000 toneladas. Essa produção natural de peixes, segundo os pesquisadores, ocorre provavelmente em função dos primeiros elos da cadeia alimentar aquática. As pesquisas mais recentes indicam uma queda na produção do pescado, em consequência da destruição das macrófitas aquáticas e do assoreamento dos corpos d'água. Além da pesca predatória, que afeta a procriação das espécies nativas, os biólogos também alertam para os impactos do uso indiscriminado de agrotóxicos em projetos de irrigação e a introdução precipitada de espécies exóticas nos lagos e rios, sem os necessários e indispensáveis estudos ecológicos.
AVIFAUNA
Estudos sobre a avifauna da Baixada Maranhense, realizados em meados da década de 80 pelos pesquisadores Paul Roth e Dereck Scott, revelaram que em grande parte da região, principalmente no Baixo Mearim, a fauna é pouco perturbada e ainda mostra grande riqueza, tanto em número de espécies quanto em número de indivíduos. A Baixada representa, principalmente na época seca, o mais extensivo refúgio para aves migratórias do Nordeste brasileiro, muitas ameaçadas de extinção. Durantea pesquisa, foram observadas 50 espécies de aves aquáticas e outras espécies ligadas à agua, como o gavião-caramujo e martim pescador. 
Entre as aves residentes aquáticas mais comuns estão a garça e o socó. Também foram observadas mais de 20 espécies de maçaricos, a maioria delas espécies migratórias que depois da reprodução no continente norte-americano migram para o Brasil, fugindo do frio. Outras aves, como gaivotas, trinta-réis, narceja e jaçanã utilizam a Baixada para a reprodução, migrando depois para o interior ou para a costa.  (Fonte: www.amazoniamaranhense.com.br)

Novos estudos e textos ainda nos permitirão conhecer mais e mais sobre esta exuberante região do Estado do Maranhão.
 

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