sexta-feira, 14 de junho de 2019

LONGE DOS OLHOS, PERTO DO CORAÇÃO...


Hoje faz 61 anos que o então distrito de São João, pertencente ao Município de São Vicente Férrer, que muito antes fizera parte do Município de São Bento dos Perizes, emancipou-se politicamente. Antes experimentara, ainda que por pouco tempo a primazia de ser autônomo. Mas somente em 14 de Junho de 1958, tornou-se em definitivo município.
São João Batista tem uma beleza ímpar. Belos campos, lindas enseadas! Mas a sua particularidade maior está no caráter de seu povo.
Aí reside a magia e o encanto de ser uma terra tão buscada, desejada, embora tão impiedosamente explorada. O jeito pacífico e ordeiro de nosso povo corrobora com tantas aventuras. Mas é preciso amar a cidade! É preciso amar o seu povo! É preciso amar as nossas tradições! E mais do que isso, é preciso respeitar a cidade e a sua gente!
Hoje, quisera eu estar me deleitando dessa festa junto com meus amigos, entretanto, os deveres convencionais e a responsabilidade adquirida nos ensinamentos de casa e de minha gente, me faz estar ausente desse solo abençoado.
Posso não tê-la agora, no limite dos olhos, mas estás aqui dentro do meu coração. Me congratulo com os milhares de conterrâneos que aí, ou além mares, te saúdam neste dia!
PARABÉNS SÃO JOÃO BATISTA, MINHA TERRA QUERIDA!!!!!

                                                                              João Batista Azevedo

Mensagem de Mecinho à cidade de São João Batista


Neste dia 14 de junho, a nossa cidade   está completando 61 anos de emancipação política e nada mais justo que parabenizar o povo joanino, pessoas de bem, honesta, hospitaleira, trabalhadora, que no seu cotidiano labuta na construção do desenvolvimento do nosso município.

Desejo que cada munícipe seja uma sustentação na constante construção de uma São João Batista melhor, que através da credibilidade, respeito e esperança ajudem a preparar pequenos cidadãos em grandes cidadãos joaninos. Neste sentido semeamos ações e colheremos conquistas, buscando no presente o futuro para que tais conquistas sejam reais, demonstrando que somos nós quem fazemos o amanhã e que nossa perseverança é bússola que guia o caminho rumo a uma São João mais justa e cidadã. É com orgulho de ser joanino, de pertencer a esta cidade, que deixo minha mensagem de esperança e agradecimento a toda essa gente que trabalha para que seus filhos sonhem com dias melhores.

 Reafirmo o nosso compromisso em continuar sempre trabalhando em benefício de todos e do crescimento dessa cidade, defendendo e lutando pelos interesses da população.  Unidos em um propósito, o resultado não será diferente, São João Batista vencerá!
Feliz aniversário minha querida cidade!

                                   Um grande abraço a todos!

                                                           Mecinho

Homenagem de Luiz Everton a São joão Batista


Aos meus diletos conterrâneos,


Neste dia 14 de Junho, a nossa cidade completa 61 anos, e hoje, nada mais justo que parabenizar o povo Joanino, gente de bem, guerreira, honesta e batalhadora que, com seu trabalho diário, constrói o desenvolvimento do município e dentro das suas possibilidades não mede esforços na busca do crescimento e de melhores dias para esta cidade.

Desejo que cada munícipe seja um ponto de apoio na constante construção de uma São João Batista melhor, que através de valores sólidos ajudem a preparar as crianças e jovens para este processo contínuo de transformação que o nosso município tanto precisa. É necessário semear ações e colher conquistas, buscando no presente o futuro para que as conquistas da comunidade sejam sempre crescentes, demonstrando que somos nós quem fazemos o amanhã e que nossa perseverança é a luz que ilumina o caminho rumo a uma São João Batista mais justa e cidadã.

Parabéns a todos que diariamente cumprem sua missão, contribuindo assim com o desenvolvimento do município; buscando sempre novos projetos e aceitando o desafio de fazer mais e melhor; não perdendo de vista os anseios da comunidade, mostrando assim que não existem fronteiras ou limites para alcançarmos nossos objetivos; existem sim barreiras e desafios que serão transpostas sempre que for da vontade daqueles que governam e principalmente, se for fruto do anseio do nosso povo.

É com orgulho de ser Joanino, de pertencer a esta cidade, que deixo minha mensagem de esperança e agradecimento a toda esta gente que trabalha para que seus filhos possam sonhar com um futuro melhor. Tenho muito respeito e carinho pelo povo de meu município, homens e mulheres que com suas mãos sabem valorizar o fruto da terra… Faço questão de dizer que o nosso compromisso continua, sempre trabalhando em benefício da coletividade e do desenvolvimento de um São João Batista próspero e pujante.

“Uma cidade é sempre mais importante do que quem a governa. Uma cidade é sempre maior do que projetos pessoais e políticos de qualquer um”.

Feliz aniversário, minha querida cidade.


                                                             Luiz Everton


quinta-feira, 13 de junho de 2019

São João Batista e sua herança indígena


Por João Damasceno Júnior (*)

João Damasceno Júnior
Escrevo este modesto artigo na intenção de render homenagem à cidade de São João Batista pela passagem dos seus 61 anos de emancipação político-administrativa. E o faço a partir de uma perspectiva de pesquisador sobre a etnologia indígena e com o compromisso de contribuir minimamente, em um determinado aspecto, com a história da nossa querida cidade.

Antes de receber o nome de batismo do santo do carneirinho, o distrito de São João era conhecido pelo nome Ibipeaura, cujo toponômio é procedente da língua tupi guarani que provavelmente seria grafada Ibiperewá (ibi = terra, chão + perewá = ferida), literalmente: terra ferida. Esse nome indígena nos remete a diversas reflexões quanto às nossas origens advindas dos primeiros habitantes do Brasil. Fato que, infelizmente, foi sendo apagado da nossa história e memória.

Essa ocultação e invisibilidade da nossa origem indígena foi, na verdade, algo arquitetado e executado em todo o Brasil, desde o período colonial, até o atual sistema republicano. Pois, para afirmar-se enquanto nação, a matriz indígena não serviria como referência por estar associada a algo “atrasado”, ao “não civilizado”, ideias estas baseadas numa visão etnocêntrica e preconceituosa a respeito das culturas diferentes dos colonizadores europeus.

Deixando, por enquanto, de lado esse debate, voltemos ao significado do primeiro nome de nossa cidade, enquanto ainda era um território pertencente ao município de São Vicente de Férrer (até 1958). Consultando diversos linguistas e dicionários, chego à conclusão que esse nome tupi, Ibiperewá, tem a ver com o fato de que no período da estiagem, os nossos campos se tornam áridos ao ponto de surgirem rachaduras no solo, os torrões. Dando a impressão de estarmos, literalmente, pisando em um chão ou uma terra ferida.

Muito embora esse nome não tenha prosperado, conforme atesta o ilustre conterrâneo Luiz Figueiredo, em seu livro São João Batista: suas lutas conquistas e vitórias (2010), o nosso município possui uma forte influência cultural indígena, aliás, como toda a região da baixada maranhense.

A presença dessa matriz étnica manifesta-se nos hábitos cotidianos dos habitantes dessa região, tais como: dormir em redes; conversar de cócoras; o banho frequente; a roça de coivara; a cultura da mandioca; a crença em entidades sobrenaturais (currupira, curacanga, mãe d’água); as diversas armadilhas e técnicas de pesca, somente para citar algumas dessas influências. Sobre estas especificidades culturais do baixadeiro, retomarei a abordagem em outro momento.

São João Batista possui ainda diversos povoados que confirmam, através de seus nomes, a origem dessa matriz étnica e a manutenção desses nomes deve servir de orgulho a todos nós. Pois, preservá-los, significa não apagar da nossa memória a herança ancestral de povos que tanto contribuíram e contribuem para a formação da cultura brasileira. Somente a título de curiosidade e informação, pesquisei alguns nomes dessas comunidades e seus significados:
Capim Açu - capim  grande.
Coroatá - Um tipo de planta.
Buraçanga é uma palavra tupi guarani que significa: porrete, cacete, bengala.
Iguaratuba (Ilha de) - local onde há abundância de guará ou garças.
Jabutituba - local onde há abundância de jabuti.
Jurupari – ser pertencente à mitologia e cosmovisão indígena.
Janduaba - Nome de uma espécie de arara.
Manival - Nome comum da mandioca. Rama da mandioca ou parte da rama destinada ao plantio.
Pirapendiba – local onde há abundância de peixes.
Quiriri - Silencioso; calado.
Sarnambi - tipo de molusco.
Tabaréu - morador da aldeia.
Tauá - Argila amarela empregada para colorir a louça de barro.
Urucu - planta que se faz um pó vermelho usado como corante.
Ubá – canoa feita de um tronco de árvore.

Concluo informando que este breve levantamento foi feito a partir de uma pesquisa bibliográfica. No entanto, acredito que a pesquisa in loco, nas conversas com moradores mais antigos, revelarão diferentes significados, cujo exercício seria instigante para ser realizado por estudantes dessas localidades.

*João Damasceno Figueiredo Jr. -  Antropólogo, natural de São João Batista; Graduado em Ciências Sociais (UFMA) e Mestre em Cartografia Social e Política da Amazônia (UEMA); Coordenador do Setor de Etnologia do Centro de Pesquisa de Arqueologia do Maranhão.