segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Apesar dos mimimis...


Isto precisa ser dito. Pra quem pensa que o PT vai desaparecer no mínimo pensa errado. Isento de paixões é preciso analisar o quadro destas eleições.

O PT e seus aliados conseguiram eleger todos os governadores dos nove estados da região, além de dar vitórias monumentais ao presidenciável petista Fernando Haddad. É o partido que mais elegeu governadores.

O partido de Lula elegeu quatro governadores: Rui Costa, na Bahia; Camilo Santana, no Ceará, Wellington Dias, no Piauí, e Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte.

Além disso, os petistas compõem coligações nos outros cinco estados: Maranhão, com Flávio Dino (PCdoB); Alagoas, com Renan Filho (MDB); Paraíba, com João Azevedo (PSB), Sergipe, com Belivaldo Chagas (PSD) e Pernambuco, com Paulo Câmara (PSB).

O candidato do PT também venceu nos estados do Pará e Tocantins. Elegeu também a maior bancada de deputados federais. Não esqueçamos que em meio a isso o partido viveu uma extensiva campanha de desconstrução, com denúncias que envolveram e envolvem suas principais lideranças, inclusive sua maior liderança política, o ex-presidente Lula.

Ressalto que o PT, no meu entender, cometeu muitos erros, entre os quais, assim entendo, teimar na candidatura do próprio Lula, quando o mais leigo dos brasileiros, desconfiava que não vingaria tal candidatura, no que terminou por sacrificar o candidato que se titularizou, no caso o Fernando Haddad. Este só se tornou candidato oficial a cerca de um mês do primeiro turno.

Analisando tudo isso é que concluo que o PT, apesar de tudo, ainda foi relativamente vitorioso, apesar dos mimimis contestatórios.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Vox Populi: Diferença entre Bolsonaro e Haddad é de 5% e indecisos decidirão eleição


Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta-feira (25) confirma as intenções de voto no candidato Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) e mostra que a disputa presidencial segue indefinida. Na simulação estimulada, quando é apresentado os nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 44% das intenções de votos contra 39% de Haddad.
A diferença entre os dois candidatos é de 5%. Se for considerada a margem de erro da pesquisa, que é de 2,2% para mais ou para menos, a diferença entre as intenções de voto em Haddad e Bolsonaro chega a 1 ponto percentual. “Uma diferença de 5 pontos deixa a eleição indefinida e entre os indecisos parece haver uma inclinação pela candidatura de Haddad”, disse à Fórum, Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi.
O levantamento mostra também que 17% dos eleitores ainda estão indecisos. Desse total, 12% disseram que não vão votar em ninguém, vão votar em branco ou anular os votos. Outros 5% não sabem ou não quiseram responder. Os percentuais são exatamente iguais aos da pesquisa anterior.

Votos válidos
Em relação aos votos válidos – excluídos os brancos, nulos, ninguém ou não sabem ou não responderam -, Bolsonaro tem 53% e Haddad 47%.
A simulação espontânea, quando o entrevistador apenas pergunta em quem o eleitor vai votar, aponta Bolsonaro com 43% das intenções de votos contra 37% de Haddad.

Estratificação
No cenário estimulado, o Nordeste, Região onde o candidato petista apresentou os maiores percentuais de intenção de voto durante toda a corrida presidencial, aumentou o número de eleitores que pretendem votar em Haddad: de 57% para 60%.
Os percentuais de intenção de voto em Haddad também cresceram entre os homens (de 35% para 37%), entre os maduros (de 37% para 41%); entre os eleitores que têm até o ensino fundamental (de 44% para 47%) e entre os que ganham até 2 salários mínimos (45% para 50%).
Os percentuais de intenção de voto em Bolsonaro registraram queda de 27% para 25% na Região Nordeste, entre os homens – de 53% para 49% -; entre os maduros – de 48% para 43%.
A pesquisa CUT-Vox Populi foi realizada entre os dias 22 e 23 de outubro. Foram feitas 2.000 entrevistas pessoais e domiciliares com eleitores de 16 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior de todos os estratos socioeconômicos. Os entrevistadores foram em 121 municípios. O nível de confiança é de 95%.


terça-feira, 23 de outubro de 2018

A CRÔNICA DO DIA


HOJE É DIA DE... 



 TANCINHA, A MULHER QUE PARIU UM CÃO

Por Nonato Reis

Boato em cidade pequena do interior, sabe como é: queima e se espalha rápido que nem fogo em canavial. E isso, mesmo em um tempo em que telefone, internet e rede social ninguém nem sabia o que era. A notícia corria mesmo era de boca em boca, por meio das más e das boas línguas. Não havia quem não se intrometesse na história e dela tomasse parte, seja como autor, personagem, narrador ou simplesmente assistente. O pau corria solto, para usar um linguagem típico da Baixada Maranhense.


A notícia que acabara de sair do forno era por demais cabeluda e tinha a força destruidora de uma bomba de murrão. Tancinha, a menina-moça do coronel Idelfonso (Idelso, para os íntimos), preparada e talhada para ser uma dama do lar, embuchara.

A coisa começou com uma simples suspeita, quando ela sentira um mal súbito em plena missa dominical, com a igreja apinhada de fieis. Do nada, perdera a cor e por pouco não desmaiara.
Socorrida pelos familiares e também pelo padre Bento ao pé da sacristia, a menina logo recobrou os sentidos e tratou de banalizar o caso. “Foi só uma tontura, alguma coisa que comi e me fez mal”. Até aí, tudo bem, problemas digestivos acontecem e deles ninguém está imune. Ocorre que a coisa acabou se tornando rotina e vire e mexe Tancinha tinha um catiripapo. Passou a enjoar, vomitava do nada. Perdeu peso, os seios incharam, a barriga começou a saltar. 
Até o dia que alguém teve um estalo, compartilhou a suspeita com outro e pimba! A coisa explodiu. “Tá prenha, sim senhor! Prenhazinha da silva”.
A notícia, como se costuma dizer entre as comunidades ribeirinhas do ‘Maracu”, correu beirada, incendiou os vilarejos. O problema, por si mesmo delicado, assumia um tom ainda mais grave por se tratar de uma filha do homem mais brabo e poderoso da região.
E pior, virgem! Ou pelo menos, tida como tal. Porque na verdade Tancinha perdera o selo de castidade desde que se deitara na cama de pau d’arco da mãe com o caixeiro viajante Apolinário, o Popó.
Foi num dia em que a família fora ver o espetáculo da Esquadrilha da Fumaça, que pela primeira vez se exibia nos céus de Viana. Tancinha, virada do juízo pelo caixeiro, e cedendo aos apelos dele, inventou dor de cabeça para ficar em casa na companhia do ‘quase-namorado’. Vendo a chance de ouro de sua vida, talvez única, Popó não perdeu tempo e tratou de conduzir Tancinha ao estaleiro que, assim, aos 21 anos, deixava o círculo das donzelas e adentrava o das ‘mulheres bulidas ou mexidas’, ou, no linguajar típico da época: ‘das putas recatadas’. 
Mas disso só ela e Popó sabiam. Popó, aliás, após consumar o ato, ante a promessa de levar a dama ao altar, tratou de dar no pé e sumiu na buraqueira, deixando com Tancinha a dor e a saudade. Ela, porém, jamais esqueceria aquele sujeito elegante, de fala mansa, carinhoso até a alma, bem-falante e físico de atleta. 
No rosto Popó exibia uma cicatriz em cruz, que ele dizia ter sido herança de um duelo que travara com outro caixeiro, por dívida de jogo. Outro detalhe marcante era o nariz que, arredondado e com os orifícios enormes, mais parecia um focinho de porco.
Em pouco tempo, todo mundo já sabia da novidade e comentava abertamente, às margens do rio, no campo de futebol, nas bodegas e até nas sentinelas, menos o coronel Idelfo, que foi o último a tomar ciência do ocorrido, por meio da esposa Naná.
Com surpreendente tranquilidade, o coronel reuniu a família na sala principal da fazenda e colocou Tancinha sentada em uma cadeira no centro. “Agora debulha. Diga quem foi o autor de tamanha barbárie, para que eu possa acertar as contas com ele”.
Tacinha, branca por natureza, ficou azulada, perdeu a voz e não conseguia dizer nada. O coronel, no limite da paciência, ralhou: ‘diga!’. Suando em bicas, a voz parecendo um grunhido, soprou: “Dublan!”. Incrédulo, o velho berrou. “Dublan? Mas quem é esse malfeitor que eu nunca ouvi falar na vida?”, ao que ela completou: “Meu cachorrinho de estimação!”. 
A revelação deixou a todos atônitos, até o coronel perdeu a voz. Não podia ser! Como poderia um cachorro manter relações com uma mulher, e o pior: emprenhá-la! Seria possível? O assunto vazou e em poucas horas o povoado inteiro ficaria sabendo que Tancinha embuchara de Dublan. A família correu até o padre Bento, pediram-lhe explicação. “Deus permitiria uma coisa dessa?”. O padre, conservador até o bigode, corou, fez o sinal da cruz três vezes, mandou todos se retirarem da igreja. “Vão se embora daqui. Isso é uma blasfêmia. É coisa do demo!”. Porém recomendou à menina que rezasse 300 Pai Nossos e 500 Ave Marias. “E peça ao Senhor que tenha compaixão de ti, pobre pecadora!”.
O coronel pensou em matar o cachorro. Bastava uma bala na cabeça. Mas a questão se encerraria com a morte do cão? Concluiu que não. E se Tancinha estivesse mentindo para tentar proteger o verdadeiro criminoso? Na dúvida foi ter com o médico e compadre Abenildo, quem sabe ele tinha uma explicação correta para o caso. 
O doutor coçou a cabeça, depois falou de forma categórica. “Meu compadre Idelfo, até hoje não há um único registro na literatura médica sobre casos de hibridismo com homo sapiens”. O coronel perdeu a paciência. “E que diabo é isso, home!” O compadre explicou que hibridismo, naquele caso, seria a cria resultante do cruzamento de um humano com um animal.
O caso não desatava e o coronel já se preparava para deixar o consultório, quando o médico propôs o que lhe pareceu uma saída sensata. “Meu compadre, não faça nada agora, espere a Tancinha ter a criança, ou seja lá o que for. Se a coisa nascer com algum traço de bicho, aí se terá uma pista mais segura para o diagnóstico. Se não, é porque o pai da criança é o bicho homem”. E assim, foi.
Meses depois de espera e angústia, Tancinha dera à luz um filho macho, e de animal ou algo parecido o moleque tinha apenas o nariz, no formato de um focinho.

Do livro "A Fazenda Bacazinho" de autoria do poeta  e romancista Nonato Reis.


domingo, 14 de outubro de 2018

Antipetismo é infantilidade política. Ou esperteza.


Por Milton Saldanha


Para começar, tenho em meu arquivo uma coleção de artigos que escrevi criticando o PT e Lula. E não acredito na inocência deste último, que conheço desde os tempos do sindicalismo no ABC, quando lá exerci durante sete anos o jornalismo.

Logo, não me venham com histerismos e adjetivos, nem da direita nem da esquerda, não tenho mais tempo e paciência para isso. Acompanho a política brasileira desde garoto, começando em 1954, sob o impacto do suicídio de Vargas. Leio e estudo muito desde então, com a humildade de reconhecer minhas carências culturais. Não será um garoto mal formado numa faculdade que vende diplomas que me dará aulas de política. Para isso busco os livros que valem a pena.

Apostar no fascismo bolsonarista, que se apresenta com as mais primitivas propostas, tipo armar a população, é no mínimo uma regressão mental. Mais ainda quando baseada num antipetismo sem reflexão.

Ora, o PT roubou e deixou roubar, isso foi parte do acordo com a direita, e que caracterizou o período Lula. Bolsonaro estava lá: foi durante 12 anos de um partido que integrava a base aliada do governo. Esqueceram ou não sabiam?

Quando, em que dia e hora, o “honesto” apontou alguma irregularidade? Ou contra Cabral, do PMDB, que saqueava o Rio de Janeiro?

 Ele não estava preocupado com isso. Cuidava de ajeitar os filhos na política, educando-os para a truculência, e tratando dos negócios da família no Vale do Ribeira, onde hoje tem mais de 40 empresas, como apontou a revista Época, do grupo Globo, que ninguém ousará chamar de comunista.  Como alguém consegue isso só somando proventos de capitão da reserva com ganhos parlamentares? A conta não fecha.

Antes da fundação do PT, em 1980, tanto a elite da direita, como os chamados governos populares, há um século já roubavam descaradamente os cofres públicos.  Mas sempre empunhando o discurso moralista em vésperas de eleições. Nada disso é novidade.  Jânio e Collor usaram a tática com êxito. Nenhum terminou o mandato. 

Portanto, nada disso nasceu com o PT, começa com Cabral, quando aqui aportou subornando os índios com espelhinhos. 

Em 1963, há 55 anos, o presidente João Goulart colocou o íntegro general Osvino Ferreira Alves na presidência da Petrobrás com a missão de coibir a corrupção. O problema não começou ontem, com FHC ou Lula, e nunca foi a estatal e sua função estratégica, e sim a má gestão.

E quem acha que na ditadura não se roubava merece um pirulito e um chocalho de presente, além do troféu ingenuidade.

Apontem um único partido, na História desta República, que não tenha se lambuzado em todo tipo de falcatrua, a começar pelo emprego de parentes como funcionários fantasmas.

Aécio Neves tinha 18 anos, passava as tardes jogando vôlei em Ipanema, no Rio, mas já estava na folha de pagamento do Congresso, como assessor parlamentar do avô. Certamente com sua mesa de trabalho nas areias da praia. É o mesmo Aécio que deixou viúvas traídas, hoje bolsonaristas.  Mas que nada aprenderam.

Não santifico nem esconjuro o PT. Não foi o único a errar. Mas desconhecer o que fez de bom no plano social seria leviandade.

Como é falta de caráter dos empresários que ganharam muito dinheiro com renúncias fiscais nos governos Lula e Dilma e hoje criticam com a maior cara de pau. Por que não criticavam quando estavam se dando bem?

 Quero, com tudo isso, apenas dizer que o PT sempre foi um partido como outro qualquer. Não é o demônio encarnado, e que uma vez debelado transforma o Brasil num paraíso só de vestais.

É o que temos na política brasileira, infelizmente. Em nada diferente do PMDB, PSDB, PP (onde estava Bolsonaro, dividindo o banco com Cunha e Maluf).  A propósito, este mesmo PP campeão de inquéritos na Lava Jato.  Bolsonaro só não entrou na lista, como ele mesmo disse na Globo News, porque era do baixo clero, ao qual ninguém dava a mínima atenção, nem mesmo para subornar.

Jogar o Brasil no fascismo imprevisível, com um vice que desconhece a Constituição e quer extirpar até o décimo terceiro salário, do pouco que resta ao trabalhador, é uma irresponsabilidade.

Por mais que tenha defeitos, o PT jamais levantaria um questionamento tão cretino. Por mais que tenha defeitos, o PT jamais faria apologia da tortura, e isso não é irrelevante:  um presidente exerce um grande poder policial-militar delegado pela Constituição, como chefe supremo das Forças Armadas.

Não há antipetismo que justifique isso. É infantilidade política, para uns. Manipulação, para outros. Ou esperteza oportunista.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Chegou a hora!


Finalmente chegamos ao dia mais importante para o Brasil nos últimos tempos. O dia da eleição. Eleição para escolha do novo presidente da República. Depois da volta das eleições diretas esta é 8ª eleição. Poucas para a estabilidade da nossa jovem democracia. Lembrando que nesse tempo tivemos duas rupturas que puseram em xeque as bases desse mesmo regime democrático – o impeachment de Fernando Collor e o mais recente, de Dilma Rousseff. Seguramente o país é outro. Muita coisa mudou. E muita coisa também não mudou. As cidades cresceram e os problemas aumentaram. Os tempos atuais estão a exigir que os nossos governantes tenham sobretudo o discernimento de governar para todos, respeitando as inúmeras minorias que se formam num país tão desigual quanto o Brasil. Essas minorias que se fazem presentes no debate nacional não são obra de nenhum partido político, antes seja de todos os governos pós período militar que passaram a respeitar e a garantir a partir da Constituição o direito de todas as minorias. Continuar a respeitar estas prerrogativas constitucionais é premissa por demais importante, sob pena do país descambar para um confronto.


O país dividido

É inegável o racha no Brasil de hoje. Dos muitos brasis que se tem, resumiu-se para estas eleições em apenas dois: os que defendem Lula, a esquerda, o PT; os que acreditam nas forças progressistas populares contra os que negam o PT, Lula, que são de direita e que não admitem a possiblidade de um novo governo de esquerda. Para estar contra toda a ideologia de esquerda, a direita mais extrema arregimentou forças e num discurso mais virulento possível, buscou na figura de um ex-capitão do Exército o seu candidato. Apesar dos xingamentos que tomou conta das campanhas de um lado e outro o segundo turno está proposto: Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, o que caracteriza ou a chegada da extrema direita ou a volta do PT ao poder. O eleitorado de Bolsonaro e de Haddad é bastante diferente. Enquanto o capitão atinge eleitores com renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos, o petista dispara de 10% para 27% entre os que têm renda de até um mínimo. A curva dos dois também se cruza quando se fala em escolaridade. Enquanto Bolsonaro sobe de 29% para 36% entre os mais escolarizados, Haddad pula de 6% para 24% entre os menos escolarizados. Grosso modo, um é preferencialmente candidato dos “ricos com diploma” e o outro, dos “pobres e menos aquinhoados”.


A ser levado em conta (I)

Vivemos uma crise moral na política brasileira, não restam dúvidas. O argumento está colando em parte do eleitorado progressista, machucado e esgotado com uma crise que se arrasta há cinco anos. Cinco anos de crise esgota as energias de qualquer um. Por outro lado, na esteira do colapso social, a extrema direita não será o remédio para a cura de nossos problemas, principalmente se quem encabeça esse lado, traz consigo um discurso de ódio e prega a violência como resposta aos muitos dos males da sociedade. Daí o surgimento do anti-PT, o antipetismo. Mas o que seria mesmo esse antipetismo? Trata-se de um problema com o PT? Algo semelhante a uma antipatia pessoal? É o que parece. Mesmo assim a liderança de Lula, mesmo impedido de concorrer a estas eleições, esteve em evidência como líder das pesquisas. Mesmo assim a esquerda está viva. Não a esquerda socialista-comunista, mas aquela que se aproxima mais dos pobres e mais necessitados, aquela que pensa e desenvolve política de inclusão e respeito para as minorias. Neste campo Haddad e Ciro Gomes são boas opções.


A ser levado em conta (II)

Se é verdade que nem tudo na vida são flores, também podemos dizer que nem tudo são espinhos. Mesmo sendo conservadora, a transição democrática trouxe algo de bom: a mobilização de setores importantes da sociedade brasileira na crítica ao autoritarismo. Foram anos animados, com grandes atos públicos, engajamento de artistas e intelectuais, greves gerais, milhares de pessoas nas ruas. Desse clima, saíram dois partidos políticos que, cada um a seu modo, passaram a representar as demandas da sociedade civil por um país mais justo e democrático: PT e PSDB, que se tornaram os principais ocupantes do campo político progressista. Mas o que é o campo político progressista? São os grupos políticos que partem do princípio de que o Estado deve amparar o sofrimento dos mais vulneráveis, daqueles que no conflito social são mais frágeis, ou sejam, mulheres, negros e negras, comunidade LGBT e, principalmente, pessoas pobres. Do outro lado do campo progressista está o campo do atraso. O objetivo do campo do atraso é direcionar a riqueza social para uma minoria, justamente aqueles que já são mais poderosos: homens, pessoas brancas e, principalmente, ricos. Jair Bolsonaro encarna bem o candidato que muitos temem ser um retrocesso e o atraso.


Em oração...

Que Deus nos ilumine e nos proteja de todo mal seja ele de direita ou de esquerda! Que possamos decidir com clareza o nosso voto e que os eleitos sejam exemplos de homens públicos, espelhos da probidade e da decência. Bom voto a todos!