Depois
de um longo tempo retorno com as postagens que permitiram ao Blog inúmeros
acessos. As postagens “Poucas e boas”. E elas têm a preferência não só porque lembram
as conversas relâmpagos, o disse-me-disse, mas também porque casam bem com a
comunicação das redes sociais. Longe de ser um “fuxico”, as postagens tendem a
atingir o alvo de maneira certeira e intencional, deixando no ar um certo
mistério, sarcasmo e prováveis interpretações de cada um. É na sua essência a
notícia pela notícia; a opinião pela opinião; o objeto pelo objeto; o sujeito
pelo sujeito. E vamos nós...
Pedaladas carnavalescas
Ainda
repercute nas rodas de conversa de toda a cidade a escolha da marchinha de
carnaval intitulada “Pedaladas carnavalescas” de autoria
do magistrado Dr. Eulálio Figueiredo Almeida (Lalinho, como gosta de ser
chamado), natural de São João Batista, pelo programa da Rede Globo, Fantástico.
A escolha se deu em meio a mais de 780 composições inscritas no concurso. A composição
do joanino-maranhense ficou entre as cinco melhores. Neste fim de semana, o
juiz-compositor cumpriu uma série de compromisso levando sua marchinha pra ser
cantada nas inúmeras festas e prévias carnavalescas da cidade. Sucesso total.
Enquanto isso...
Se
por um lado alguns buscam fazer músicas verdadeiras carnavalescas, a exemplo de
marchinhas, ou sambas de pura beleza poética, outros buscam tão somente o “merchandising”,
e fazem umas besteiras que por incrível que pareça são bem assimiladas pela
massa jovem tão inculta, porém bela. Causa-me indigestão os hits carnavalescos
dos últimos tempos. Algo verdadeiramente intragável... Exemplo dos últimos besteiróis
foram “rebolation”, “lepo-lepo”, e a última do ano passado “A muriçoca”. Aff...
Até parece que pensam os compositores de tais músicas que nossos ouvidos sejam penicos!
Ainda bem...
Nem
só de besteiras viveu a música baiana. A chamada “baianizaçao” do carnaval já
produziu muitos sucessos nas décadas de 80 e 90, até mesmo no início dos anos
2000. Bandas como “Araketu”, “Cheiro de amor”, “Eva”, “Olodum”, “Timbalada”, “Chiclete
com banana”, “Asas de águia”, e as cantoras Ivete Sangalo, Margareth Meneses, e
Daniela Mercury embalaram os sucessos destas épocas. As músicas tinham embalo,
ritmo e traziam letras trabalhadas. Ficaram eternizadas e são até hoje cantadas
nos carnavais retrôs.
Já por aqui...
Há
muito os carnavais dos interiores deixaram de ser os tradicionais, com desfile
de Blocos e escolas de samba, que reuniam milhares de pessoas que vinham para as
ruas e avenidas para verem os desfiles. Até que estes não acabaram, graças a determinação
de alguns inveterados organizadores de blocos e escolas de samba, que aos
trancos e barrancos levam pra uma avenida já desmotivada e inerte um desfile já
sem muita empolgação. Aqui em São João Batista é assim.
Os
bailes de clube cederam lugar para as festas abertas, cujas bandas enrolam mais
que cantam, protagonizando uma verdadeira salada de forró, xote, quadrilha
juninas, funk, axé e pouca coisa de música carnavalesca. E ainda dizem que
estes são os melhores carnavais...
A
falta de disciplinamento, ou seja, a falta de ordem nos municípios permite a
invasão e aniquilação de nossas tradições culturais, antes, durante e após os
carnavais.