CONVERSANDO COM O POVO
Nos
últimos dez dias andei na Baixada Maranhense. Exclui dos meus contatos
lideranças e autoridades políticas. Conversei com o povo, ouvindo a opinião
dele sobre a política e os políticos. Colhi decepções e desesperanças e,
consequentemente, o desinteresse de votar. A classe política de um modo geral
está desgastada. Os mandatários, aqueles que têm a obrigação de fazer e não
fazem são diretamente responsabilizados por essa realidade. A ausência de
governos nos assuntos de interesse da população justifica a inércia e o
descalabro presente na maioria dos municípios.
A
Insegurança, a educação ineficiente, a omissão das autoridades que “deixam
rolar” a desqualificação de professores e a proliferação das drogas nos mais
longínquos povoados provocam desassossegos, inquietações e desesperanças nas
comunidades. A violência e a consequente criminalidade aumentam a cada dia sem
que as providências sejam tomadas. A evasão escolar é grande e não é maior
porque as famílias pobres vivem dos programas sociais mantidos pelo Governo
Federal que, de uma forma ou de outra, obrigam os beneficiários a manterem seus
filhos na escola.
“A maioria dos professores não ensina nada” – desabafa um
aluno de uma escola do povoado Santana, em São João Batista. “Eu sei mais do
que alguns deles” – desabafa outra estudante, acrescentando que só “continuo lá
(na escola) porque gosto dos meus colegas, brinco e me divirto durante as
aulas” – disse.
Por tudo isso o povão está ausente da discussão sobre política. Há candidatos para todos os gostos, mas não conseguiram, até agora tirar o eleitor da sua acomodação e indiferença com relação à escolha de um deles. “São todos iguais: chegam com cara de bons amigos e depois de eleitos desaparecem” – desabafou um lavrador em processo de aposentadoria.
Por tudo isso o povão está ausente da discussão sobre política. Há candidatos para todos os gostos, mas não conseguiram, até agora tirar o eleitor da sua acomodação e indiferença com relação à escolha de um deles. “São todos iguais: chegam com cara de bons amigos e depois de eleitos desaparecem” – desabafou um lavrador em processo de aposentadoria.
Isso
é o que se percebe no interior – o descrédito dos políticos junto à opinião
pública. Os líderes não despertam o respeito e a admiração do povo. Não se
fazem merecedor desses sentimentos porque não cumprem promessas de campanha,
não executam programas de governos em sintonia com a vontade das comunidades,
não respeitam opiniões, enfim, não ouvem o povo.
Essa
constatação nos leva a acreditar que nas eleições deste ano teremos o registro
da maior abstenção, votos nulos e em branco da nossa história. E de quem é a
culpa?
FILHOS DA OLIGARQUIA
Políticos
que cresceram sob a sombra da ditadura e do Sarney ismo, nos últimos 50 anos no
Maranhão, em fim de carreira, apostam nos filhos para continuarem no poder.
Sarney Filho, deputado federal de vários mandatos é candidato à reeleição e
colocou o filho Adriano candidato a deputado estadual. Ricardo Murad preferiu
ficar na Secretaria de Saúde e lançou a filha e o genro que disputarão cadeiras
do Poder Legislativo. Arnaldo Mello aventura-se como candidato a vice na chapa
de Edinho Lobão, mas, por via das dúvidas, também candidatou a filha à
Assembleia Legislativa. Em Caxias o filho de Paulo Marinho é candidato a
deputado federal. Existem outros muitos outros filhos da ditadura colocando
filhos como tábua de salvação.
NÃO ESTÁ FÁCIL
A
situação, hoje, não está fácil para o candidato do PMDB ao governo do estado,
Edinho Lobão. Mesmo um tanto quanto apático o povo demonstra interesse em mudar
e quem melhor representa esse sentimento é o candidato do PCdoB, Flávio Dino. A
indiferença da governadora Roseana Sarney, com relação à campanha, segundo
observadores, passa a ideia de que ela não tem candidato, que lavou as mãos e
só pensa em passar o “bastão” a quem quer que seja. Mas há quem interprete essa
posição de forma diferente, ou seja, mostrar ao Maranhão que os dois principais
candidatos (Dino e Lobão) são iguais em termos de independência em relação a
ela e ao seu governo, mas isso não tem ajudado Lobão Filho que tem se esforçado
para alcançar o adversário, mas as pesquisas não o ajudam. É difícil não
identificá-lo como membro da oligarquia decadente.
LULA COM EDINHO
O
ex-presidente Lula da Silva, como foi anunciado pela coluna anteriormente,
virou “garoto propaganda” da campanha de Edinho Lobão e, indiretamente de
Gastão Vieira (senador). Já a presidenta Dilma Rousseff pede votos para Gastão
Vieira e, indiretamente, para Lobão. Um jogo bem articulado que poderá
contribuir para melhorar a posição dos candidatos do PMDB. O candidato Flávio
Dino insiste em exibir fotos com a presidenta Dilma. Na minha modesta opinião,
um erro.
TORNEIO DE LAÇO
Está
marcado para os dias 30 e 31 deste mês, no Parque Paz e Amor – fazenda Jardim,
no município de Matinha, o 1º Torneio de Laço organizado por Junior Carreteiro
e Manga Rosa. Fazendeiros e vaqueiros da região deverão participar do grande
evento, além, é claro, de candidatos a cargos políticos. Acontecimento desse
porte reúne número muito grande de pessoas que admiram esse tipo de esporte e
desta vez não será diferente. Segundo os organizadores, representantes dos
municípios da baixada já confirmaram presença e participação no torneio.
DISPUTA PELO CREA-MA
Pelo
menos duas candidaturas estão postas e disputarão em novembro próximo a
presidência do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Maranhão. Os
engenheiros Arnaldo Carvalho Muniz e Murilo Alfinete, declaram-se candidatos ao
cargo, interessados em representar a classe e defender um programa de ações
importantes para o Maranhão. Além deles outros nomes deverão surgir e
contribuir para a democratização cada vez mais eficaz naquela instituição
classista.