sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A revolta das jumentas

 Amazan (*)

Quem primeiro inventou greve
Aqui em cima do chão
Foi um lote de jumentas
Até com certa razão

É que Deus tava criando
Seus animais e soltando
Uns com urro, outros com berro
E por muito ter trabalhado
Sentiu-se um pouco cansado
Porque ninguém é de ferro.

Deus estava terminando
De inventar o jumento
Mas resolveu descansar
Determinado momento
Chamou um anjo importante
Que era seu ajudante
E amigo particular
E lhe disse com capricho
Termine aqui esse bicho
Que eu vou ali descansar.

E quando Deus retornou
Do seu descanso sagrado
Deu de cara com o jumento
Que já tava terminado
Mas notou logo um defeito
E disse assim desse jeito:
"Rapaz num tem jeito não,
só dá tempo eu me ausentar,
pro negócio desandar
no setor da criação."

É que o seu ajudante
Concluindo o animal
Deixou aquele negócio
Meio desproporcional
Metro e "mei" de comprimento
Maior do que o jumento
Chega passava da venta
Deus disse: "Num presta não,
que não vai ter posição
dele subir na jumenta."
O anjo disse: "Eu ajeito,
Comigo não tem fracasso,
É só pegar uma faca
E tirar aqui um pedaço.
"As jumentas escutando,
Foram logo se juntando
E num desejo comum,
Disseram logo em seguida:
"Vê se arruma outra saída,
cortar? De jeito nenhum."

E fizeram uma assembleia
Colocaram em votação
Ganhou por unanimidade
A frase do "corta não"

Com a confusão criada
Deus viu que da enrascada
O anjo não sairia,
Aí entrou em ação
Pra mostrar a dimensão
Da sua sabedoria.

“- A marreta de dois quilos”
Pediu para alguém trazer
E disse: "Segura o jegue,
que a gente vai rebater.
"Aí baixou a pancada
Dava cada marretada
Chega esquentava a marreta
E o jegue até hoje em dia
Possui a mercadoria,
Da forma de uma corneta.



(*)Poeta popular, cantor e músico nordestino.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Para a Coluna do Jersan

Texto originalmente produzido para a Coluna do Jersan publicado no Jornal Pequeno - edição de 02.11.2014.


O pós-eleição

Ainda são muitas as querelas acerca do resultado das eleições presidenciais. De um lado as arguições dos que queriam a vitória de Aécio Neves, de outro os que vibraram e de alguma forma justificaram a vitória da presidenta Dilma. As redes sociais foram e ainda são o palco para estas opiniões. Algumas fundamentam muito bem e assim justificam o voto dado ao que perdeu e ao que ganhou, outras recriminam de forma virulenta o voto e a vitória dados à candidata petista. E mais..., de forma preconceituosa acendem o ódio, o desprezo para os nordestinos, sobretudo aos “bolsistas” dos programa sociais do governo, como se só a estes coubessem a razão da reeleição da Presidenta Dilma Rousseff.

De certo fica latente a ideia de que precisamos rediscutir os programas sociais, a fim de que eles não funcionem como um cabresto eleitoral. Tudo bem, também concordamos. Mas o que nos espanta é saber que só agora as grandes elites descobriram que o Brasil vota por interesse, por pleito de gratidão. E nesta onda se vão a maioria dos políticos. E já faz muito tempo. Foi assim na era “Collor”. Muitos políticos “pilantras” embarcaram na onda do “caçador de marajás”, esquecendo-se de que eram os próprios, em carne e osso. Está sendo assim na era Lula. A grande moeda hoje são os programas sociais: bolsa isto, bolsa aquilo; qualquer coisa minha vida, etc.

Outro ponto a ser levado em conta ao nosso ver, é o fato de que o eleitor guarda profundas marcas dos governos. Se estas lhes são caras ou lhes trouxeram prejuízos, há o receio natural à política de tal partido, mesmo o eleitor se lixando para partido político, pois ele vota mesmo é em candidato; se por outro lado estas marcas são benéficas e lhes trouxeram algum crescimento há também uma tendência de repetir o voto. É assim aqui e alhures. Felizmente aqui quem perdeu não perdeu tudo, portanto, agora é esperar para ver no que vai dar!

Uma boa reflexão

Ainda com vistas aos comentários de teor xenofóbico contra os nordestinos, a colunista do G1, a Doutora Andrea Ramal, em artigo intitulado “Redes sociais e preconceito”, opinou, e com razão, que os muitos caminhos que levam a estes preconceitos, um deles está na educação recebida, tanto em casa como na escola.
Assim, a Drª Andrea Rama afirma: “Muitas vezes, até sem perceber, os pais podem ensinar atitudes preconceituosas às crianças menores. Quando, por exemplo, se referem a alguém pejorativamente como “aquele paraíba”, “o cabeça chata”, “o ceará”. Somados a outros adjetivos e comparações que a família possa empregar no cotidiano, firmando-se no intelecto da criança, criando assim estereótipos”.

Além do argumento de que os próprios livros didáticos caracterizam o “nordestino” como um ser solitário, como um “personagem maltrapilho desenhado sob um sol escaldante, a terra cheia de sulcos e aridez, ele com uma trouxinha, acompanhado de uma mulher grávida com outra criança no colo, e uma legenda explicando que “nordestinos partem em busca de melhor destino”.

Mas qual seria o motivo de tanta agressividade nos comentários registrados contra os nordestinos? “Talvez – é apenas uma hipótese, afirma a colunista, – “o fato de que nesta eleição, os “pequenos” e condenados ao esquecimento hajam tido um papel protagonista, o que colocou em xeque uma noção de hierarquia regional cristalizada por longas gerações”.  E ela conclui dizendo que “... cabe a nós, pais e educadores, criar oportunidades para educar numa lógica diferente. Afastar os velhos paradigmas que rotulam regiões e seus habitantes. Estimular um modelo mental que combine mais com o mundo de hoje, das redes e interconexões, em que as pessoas precisam trabalhar em grupos multidisciplinares, aprender com as diferenças e interagir o tempo todo com empatia e respeito.

Repudiando o ódio


Eu, em particular, repudio qualquer manifestação de ódio advinda dos muitos que fizeram e fazem uso das redes sociais para destilarem seu veneno contra os eleitores que votaram na presidenta eleita Dilma Rousseff, sobretudo os nordestinos, como se fossem estes os grandes responsáveis pela vitória da petista.

Esquecem estes inconformados (e eu não votei em Dilma), que vivemos em um único país e que a presidenta reeleita teve votos de todas as regiões do território nacional. É bem verdade que a grande maioria do povo pobre deste país, beneficiada com os programas sociais do governo, votaram em Dilma. Mas e daí? Na verdade estes eleitores votaram no candidato do governo, fosse ele Aécio, ou Dilma, ou Lula, ou Jersan ou eu. 

Quem assim pensa ou compartilha de tal pensamento se esquece de que o discurso xenofóbico só traz cisão ao país e ao povo brasileiro. Talvez eles não saibam que apesar da caracterização o “nordestino’ é antes de tudo um forte, um bravo, e que reconhece que apesar dos desmandos lá de cima, viu sua vida melhorar aqui em baixo.

Há que se respeitar a vontade da maioria. É assim a primeira lição da democracia.


A conta gotas...

Foi assim que se referiu um amigo nosso, acerca da indicação dos secretários do novo governador eleito e que tomará posse no dia 1º de janeiro, Flávio Dino. Ao que parece, e senhor de todas as decisões, Flávio Dino não quer causar alarde na divulgação de todo o seu secretariado. Não reúne a imprensa. Não cria expectativa. Anuncia um secretário por dia, no máximo dois. Tem sido assim, até aqui. E sempre divulga através de suas páginas de redes sociais, twiter ou facebook. Nos que estão na lista de espera é dose a conta gotas.


Pedindo a Deus...

Ainda inspira cuidados o quadro de saúde do radialista Anacleto Araújo, irmão do titular desta coluna, Jersan Araújo. Anacleto segue internado no Hospital dos servidores do estado, depois que sofrera dois infartos, no último final de semana. Por solicitação do Deputado estadual Tatá Milhomem, o corpo médico da Assembleia Legislativa tem acompanhado o quadro de saúde de Anacleto, que é servidor daquela casa legislativa e onde goza da amizade e do carinho de Deputados e servidores. Além da confiança nos médicos, a família roga ao Pai Celestial – o médico dos médicos -, para que restabeleça a saúde do seu ente querido.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Redes sociais e preconceito


Drª Andrea Ramal
A onda de comentários ofensivos contra os nordestinos que se alastrou nas redes sociais logo após o resultado das eleições revela que o país não está dividido somente pela opção política, mas também por um preconceito latente, pronto para explodir diante da primeira oportunidade.
O que surpreende é que as redes sociais, embora sejam frequentadas por pessoas de todas as idades, são o espaço privilegiado dos jovens. Como então sonhar com mudanças, se uma parte importante da juventude, em vez de ousar e ir contra a corrente, apresenta a mais conservadora e grosseira das atitudes?
De onde vem tal preconceito, a estas alturas? Os caminhos que explicam são muitos e um deles passa pela educação recebida, tanto em casa como na escola.
Muitas vezes, até sem perceber, os pais podem ensinar atitudes preconceituosas às crianças menores. Quando, por exemplo, se referem a alguém pejorativamente como “aquele paraíba”, “o cabeça chata”, “o ceará”. Somados a outros adjetivos e comparações que a família possa empregar no cotidiano (“todo baiano é preguiçoso”, “o ebola só podia vir da África”, “só não gosto de argentinos”) e pronto, está fértil o terreno para criar uma cabecinha preconceituosa e xenófoba, presa aos estereótipos do século passado.
Mais tarde, na escola, o estudante pode acabar reforçando visões discriminatórias, como por exemplo com as mensagens (mesmo implícitas) dos livros didáticos. Neles, o Nordeste é quase sempre retratado como lugar pobre e de privações, onde se sofre pela seca. Pouca diferença se faz entre um estado e outro, como se o Nordeste fosse um amálgama sem identidades, definido só pelos mapas. O nordestino é descrito, até nas ilustrações, como migrante e retirante.
Em muitos livros didáticos vi uma imagem similar: o personagem maltrapilho desenhado sob um sol escaldante, a terra cheia de sulcos e aridez, ele com uma trouxinha, acompanhado de uma mulher grávida com outra criança no colo, e uma legenda explicando que “nordestinos partem em busca de melhor destino”.

Um certo livro escolar dá como título ao capítulo que fala do Nordeste “Penando na terra”, com imagens de seca e sertão. Enquanto isso, ao apresentar o Sudeste, o capítulo seguinte traz fotos de cenas urbanas, contextos industriais e desenvolvimento.
Esse discurso reforça uma suposta condição de inferioridade daquele que nasce numa “região-problema”, “afligida” por um fenômeno climático. Sugere passividade das populações e vitimização irremediável.
Nas festas juninas, que são das poucas ocasiões em que a cultura nordestina é trazida para o interior das escolas das demais regiões, as crianças são fantasiadas de um modo que ridiculariza o homem do campo. O “caipira” é caracterizado com a roupa remendada, sem combinar as cores, e lhe faltam dentes, ou dança com as pernas tortas. É a cultura urbana debochando da cultura rural.
Pouco se fala, no currículo escolar, da riqueza e da heterogeneidade da cultura nordestina, com sua música, danças, culinária, arte, manifestações religiosas, as belas festas populares, os grandes nomes da literatura, da política, da dramaturgia, da indústria, da educação, e da tantas outras esferas.
Qual seria o motivo de tanta agressividade nos comentários registrados contra os nordestinos? Talvez – é apenas uma hipótese – o fato de que nesta eleição, os “pequenos” e condenados ao esquecimento hajam tido um papel protagonista, o que colocou em xeque uma noção de hierarquia regional cristalizada por longas gerações.

Cabe a nós, pais e educadores, criar oportunidades para educar numa lógica diferente. Afastar os velhos paradigmas que rotulam regiões e seus habitantes. Estimular um modelo mental que combine mais com o mundo de hoje, das redes e interconexões, em que as pessoas precisam trabalhar em grupos multidisciplinares, aprender com as diferenças e interagir o tempo todo com empatia e respeito.

(*) Andrea Ramal é colunista do G1 e doutora em Educação pela PUC-RJ


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Poucas e boas...

Repudiando o ódio

É para repudiar qualquer manifestação de ódio advinda dos muitos idiotas que fazem uso das redes sociais para destilarem seu veneno contra os eleitores que votaram na presidenta eleita Dilma Rousseff, sobretudo os nordestinos, como se fossem estes os grandes responsáveis pela vitória da petista.
Logo após a vitória da presidenta Dilma as redes sociais foram invadidas com o desabafo de muitos eleitores de Aécio, execrando e escarrando sobre os nordestinos por terem sido estes, no entendimentos de tais idiotas, os responsáveis pela vitória de Dilma Rousseff. Esquecem estes neofacistas que vivemos em um único país e que a presidenta reeleita teve votos de todas as regiões do território nacional. É bem verdade que a grande maioria do povo pobre deste país, beneficiada com os programas sociais do governo, votaram em Dilma. Mas e daí? Na verdade estes eleitores votaram no candidato do governo, fosse ele Aécio, ou Dilma, ou Dilma, ou Lula, ou eu.
Quem assim pensa ou compartilha de tal pensamento se esquece de que este discurso xenofóbico só traz cisão ao país e ao povo brasileiro. Certamente não sabem que o “nordestino’ é antes de tudo um forte, um bravo, e que reconhece que apesar dos desmandos lá de cima, viu sua vida melhorar aqui em baixo.
Há que se respeitar a vontade da maioria. É assim a primeira lição da democracia.


Demissão no governo estadual

A governadora Roseana Sarney está fazendo uma verdadeira degola nos muitos “comissionados” do governo. Muitos destes nomeados por ocasião das eleições, tinham cargos de “assessores sênior”, com lotação na folha do gabinete da governadoria, bem como na Casa Civil. Ao que se sabe e é dito por muitos órgãos da imprensa estadual, estes assessores nunca puseram o pé, nos seus locais de trabalho, aliás, nem sabiam onde ficavam.
Nos blogs de Raimundo Garrone  e Marrapá (http://marrapa.com/roseana-exonera-mais-92-celebridades-da-casa-civil/), você tem a lista dos mais recentes demitidos. Além desta, outras também são esperadas nos demais órgãos do governo do estado. É esperar pra conferir...


Anacleto Araújo

Anacleto Araújo
O conterrâneo e amigo, radialista Anacleto Araújo, está internado no hospital do servidor do estado. O estado de saúde de Anacleto, que é irmão do jornalista Jersan Araújo, inspira cuidados. O radialista que é diabético e possui dois “stents” nas veias coronárias, foi acometido de dois infartos.
Informações dos familiares dão conta de que Anacleto está em coma induzido, mas que apresenta uma ligeira melhora.
Pedimos a Deus pela recuperação do nosso amigo e conterrâneo, Anacleto Araújo.


Faltando merenda escolar...

imagem ilustrativa
O ex-vereador Chico de Lindoca, esposa da então vereadora Cristina Figueiredo, anda “tiririca” com os responsáveis pela merenda escolar no município. É que, segundo o vereador, nunca mais teve merenda na região dos campos, onde o vereador tem um significativo trabalho político. A reclamação é constante dos alunos e pais de alunos de Beira da Baixa, Ervanço, Pirapendiba, Tesozinho  e Coroatá, e confirmada pelo supervisor da área Raimundinho Cutrim.
A vereadora Cristina solicita o imediato envio da merenda escolar para os alunos de todas as escolas do campo. 
O Blog estende esta solicitação a todas as escolas municipais onde quer que elas estejam, caso esteja em falta.




Belágua e Miami

Por Dr.Rosinha
Congresso em Foco



Dr. Rosinha
Até domingo à noite, dia 26, não tinha ouvido falar em Belágua. Melhor dizer, nunca tinha ouvido falar esta palavra e tampouco sei o significado dela. Fui procurar nos dicionários (Aurélio e Houaiss) e não encontrei. Belágua é o nome de um município no estado do Maranhão.

Agora, Miami, já ouço falar há muitos anos. Só não ouvi falar essa palavra ainda no útero de minha mãe porque em 1950, no interior do município de Rolândia, essa palavra dificilmente devia ser dita.

Conferindo no site do Uol o resultado da eleição para presidente, encontro a seguinte manchete: “Dilma tem vitória mais folgada em Belágua (MA); a de Aécio é em Miami”. A manchete me chamou a atenção pela conjuntura que vivemos e pela simbologia. Ela é o símbolo da eleição que acabamos de disputar.

Dilma Roussef venceu em Belágua. Ela fez 93,93% dos votos válidos do município, contra 6,07% do tucano. Já Aécio venceu em Miami (EUA), onde fez 91,79% dos votos válidos contra 8,21% de Dilma.

Belágua, segundo o IBGE, tem uma das piores rendas per capita do Brasil, mas quem lá vive sabe que no passado recente, período em que o PSDB governou o país, a situação era pior e não havia a mínima perspectiva de vida melhor. Não havia oportunidades.

Miami é um tipo de paraíso para os ricos (alguns deles corruptos, como Ricardo Teixeira, amigo da Globo e ex-mandatário da CBF) do Brasil que lá vão morar ou passar algum período do ano. Também é o paraíso dos turistas consumistas. Aqueles que reclamam que o Brasil não está bom, mas sempre tem dinheiro sobrando para dar um pulinho em Miami, fazer algumas compras.

Foram esses dois Brasis que se “digladiaram” nestas eleições. De um lado, (Dilma) Belágua, do outro (Aécio) Miami. De um lado (Dilma) o Brasil do crescimento com distribuição de renda e inclusão social; e, do outro lado, (Aécio) o Brasil da especulação financeira, do preconceito, da irresponsabilidade e da exclusão. De um lado, a construção de um Brasil soberano. De outro o Brasil de joelhos aos EUA.

A maioria do povo brasileiro foi sábia: disse não aos Estados Unidos (Miami) e ficou com o Brasil. O Brasil do baixo desemprego, da inflação controlada, da distribuição de renda, da inclusão social. Com o Brasil que acabou com a fome endêmica.

A maioria derrotou a elite (que, infelizmente, fez a cabeça de parte importante da população), que procurou vilipendiar nosso país para entregá-lo aos (EUA) financistas.

A maioria derrotou a mentira, o ódio, a intolerância e o preconceito. Derrotou a maioria dos meios de comunicação, principalmente a revista Veja, os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Derrotou as TVs, principalmente a Globo, o SBT e a Band.  Derrotou a hipocrisia e a canalhice que circulou na internet. Ou não é canalhice divulgar no dia da eleição que Youssef tinha morrido envenenado, sugerindo que nós, do PT, o teríamos envenenado?

Tenho uma teoria: canalha sempre acompanha canalha.

Passada a eleição, faço um pedido àqueles que se deixaram levar pela elite: abram os olhos, tirem o ódio que foi incutido no seu coração e parem para pensar.

Comecem pensando em como eram a sua vida e a vida de sua família em 2002 e como é neste final de 2014. Verão que o Brasil mudou para melhor e a vida de sua família também. Comparem a inflação do mesmo período: o Brasil fechará o ano com a inflação controlada. Será o décimo ano consecutivo com a inflação dentro da meta estabelecida. Continuará a política de distribuição de renda e geração de empregos.

A vitória da Dilma significa que você e o Brasil de Belágua continuarão sonhando e com a esperança viva de conquistas e vida digna. A vitória de Dilma também pode significar que um maior número de brasileiros poderá se mudar para Miami, como alguns moradores do Leblon, bairro do Rio de Janeiro, com o metro quadrado mais caro do Brasil.

Segundo a Folha de S. Paulo de domingo, o artista plástico Zeca Albuquerque, morador do Leblon, declarou que se a Dilma ganhasse, ele iria morar em Miami.


Zeca, leve junto o Lobão, e boa viagem.


(*) Dr. Rosinha é deputado federal pelo PT, do Paraná.

domingo, 26 de outubro de 2014

Uma boa reflexão...

À guisa de sustentar o seu pensamento acerca do momento político por que passa o país, e notadamente como particular colaboração a este Blog, publico com satisfação o texto do amigo e conterrâneo João Batista Campos, emérito executivo do Banco Safra, ora atuando em Fortaleza, no estado do Ceará.

Brasil, privatizações e macroeconomia.

(*) Por João Batista Campos

1- Privatização
-        Precisamos extirpar esse mito criado pelo PT, como se fosse algo ruim. As melhores economias do mundo, Estados Unidos e Alemanha, possuem todos os            os setores privatizados com exceção de: Saúde, Educação, Segurança e Transporte.
-        Importantes e estratégicos setores da economia brasileira foram privatizados a exemplo de Siderurgia, Energia e Financeiro, quando podemos citar como exemplos: Vale, CSN, Bancos e Companhias Energéticas Estaduais. No Maranhão especificamente Cemar e BEM, que eram comandados pela família Sarney, deixaram o banco quebrado cheio de escândalos e a Companhia Energética sem valor nenhum e tecnicamente foi vendida por R$1,00.
-        Hoje a Vale, é uma das maiores mineradoras do mundo, gerando muito mais empregos atualmente 119.000, impostos aos brasileiros e cotada na bolsa de valores por R$156,6 bilhões. CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), estava quebrada, passou a dar lucro no primeiro ano de privatização, hoje cotada na bolsa R$14,4 bilhões e gera 19.000 empregos. Imagine se estas empresas estivessem sob o controle do PT, a exemplo de Petrobras, Correios e Banco do Brasil, estas três últimas envolvidas em escândalos e máfias com verdadeiras quadrilhas infiltradas nos comandos.
-        Todas as petrolíferas do mundo são privatizadas e como agravante a Petrobras é atualmente a mais endividada do setor. Hoje somos autossuficientes na produção de petróleo e incompetentes em refinarias, não temos o bastante para transformar petróleo em gasolina.  Chegamos ao absurdo de exportar petróleo e importar gasolina e para mascarar a inflação a Petrobras vende gasolina mais barato que importa, consequentemente se autodestruindo. Repito, a Petrobras vende gasolina por um valor menor do que compra. Como se não bastasse, somos o único país que adiciona álcool na gasolina na proporção de 25%, o que elevaria o preço real na bomba para R$3,30. Pagamos R$2,80 no litro de gasolina que nesse litro 25% é álcool, o preço real chega a R$3,30, uma vez que o álcool é mais barato.

2- Macroeconomia
-        PIB (Produto Interno Bruto). Brasil anda de lado e não cresce. O ministro da fazenda (Guido Mantega), que serve de chacota em rodas de conversas, anunciou mais uma vez que o crescimento deste ano ficaria em  2,5%. Os mercados, bancos e até o Banco Central já refizeram as previsões e numa visão otimista talvez cresceremos 0,4%. PIB de lado ou com tendência de redução, é uma condição muito próximo da famigerada recessão.

-        Taxa de juros e Inflação. Oficialmente vivemos num regime chamado de meta de inflação, que na prática significa controlar a inflação com a taxa básica de juros, atualmente em 11% ao ano, taxa esta que é anunciada todos os meses pelo COPOM (Comitê de política monetária), formado por componentes do Banco Central e Ministério da fazenda.
-         O governo na sua incompetência fica entre a cruz e a espada, ou seja: Para aumentar o PIB, precisa reduzir a taxa de juros e assim gerar mais negócios, só que reduzindo os juros gera inflação que oficialmente está próxima de 7% ao ano e na prática muito maior. Temos uma das maiores taxas reais de juros do mundo (Taxa real é quando descontamos a inflação dos juros praticados).
-        A inflação de 1993 que FHC recebeu era de 2.477% ao ano e entregou em 2002 com 12,53% ao ano e na média de 1994 a 2002 foi 9,24% ao ano. Portanto, FHC herdou um país detonado e criou um plano vencedor (Real), que até hoje é moderno e adequado ao País.  O PT como diz Aécio Neves, surfou na onda do real e agora não tem competência para as atuais demandas administrativas que precisamos. Por oportuno, o PT votou contra o PLANO REAL e todas as demais reformas que o PSDB fez ou tentou fazer no Brasil.


-        Reserva Cambial. Quanto maior melhor, a nossa atualmente US$380 bilhões de dólares.    A primeira melhor forma de gerar reserva cambial é com exportação superior a importação.  Em 2014 fruto de nossas industrias que estão sucateadas fechamos setembro negativo em US$690 milhões de dólares e estamos acumulando no ano R$3,7 bilhões de dólares negativos e vamos fechar negativo, algo que não acontecia há muitos anos. A segunda melhor forma, fruto de investimentos externos. Exemplo: Uma determinada industria estrangeira abrindo uma unidade no Brasil, algo que diminuiu muito ou inexiste no momento, uma vez que o país está desacreditado, tanto que bastou Aécio Neves ir para o segundo turno, o mercado entendeu como possibilidade de uma nova gestão, o dólar caiu e a Petrobras se valorizou na bolsa.
-         
-        Dívida Interna. O governo FHC, deixou a dívida interna próximo a R$640 bilhões de reais e atualmente beira R$2 trilhões de reais. Fruto de governos que necessitam de recursos, sobretudo na esfera federal, para cobrir os gaps/falta de caixa ou seja, gasta mais que arrecada. Na prática, os poupadores pessoas físicas e jurídicas aplicam dinheiro em bancos aplicações estas lastreados em títulos da dívida pública. A dívida interna tem como parâmetro de correção a taxa básica. Portanto, quando o COPOM aumenta a taxa básica para combater a inflação, consequentemente acelera a dívida interna.

-        Dívida Externa. O PT informa aos brasileiros que a dívida externa está paga, o que não é verdade. Atualmente a dívida se aproxima de US$340 bilhões de dólares e mensalmente só pagamos os juros. No Jornal Nacional, escutamos sempre a informação do superavit primário, que é o resultado da arrecadação menos as despesas, antes do pagamento dos juros da dívida externa. Hoje temos uma reserva cambial superior a dívida externa, mas jamais poderíamos usá-la para quitar, uma vez que deixaríamos o país sem reserva cambial e vulnerável a qualquer problema de economia no mundo, algo que nos atingiria e não teríamos como nos financiar.

-        Taxa de Câmbio (Valor do dólar). Lembre-se que já falei que as exportações são muito importantes e geram a melhor reserva cambial. Quanto maior o dólar melhor para os exportadores e para nação esta condição só é importante quando exportamos mais que importamos, o que não acontece agora. Portanto, o dólar alto como está no momento próximo a R$2,40 e uma vez que estamos importando mais que exportando, os preços nas prateleiras dos supermercados se elevam e perdemos reserva cambial. Vale salientar também que somos exportadores de commodities e isso no nosso ponto de vista é péssimo uma vez que importamos de volta na condição de produtos acabados. Exemplo de commodities (Minério de ferro, Soja, Milho, Café) etc. Quanto a minério de ferro, exportamos a tonelada em média a US$80 dólares e importamos bens fabricados com o próprio minério que exportamos, numa relação perversa uma vez que vendemos commodities baratas e importamos produtos acabados caros devido ao dólar alto. O ideal, construir industrias locais com capacidade de atender as nossas demandas e exportar somente as sobras das commodities.

-        Sistema Financeiro. Uma nação pra ser forte necessita de um sistema financeiro forte e temos hoje um sistema literalmente forte com excelentes instituições bancárias e com o maior banco da América Latina (Itaú). Quando FHC assumiu em 1994 era literalmente o contrário, com bancos quebrando (Nacional, Econômico, Bamerindus) etc. Sabiamente não deixou o sistema desmoronar e deixar os brasileiros sem suas reservas, mesma atitude dos Estados Unidos, quando o governo de OBAMA, financiou o CitiBank na crise do subprime em 2008. Os bancos brasileiros não sofreram com o subprime não por excelência e sim por não necessitar desses títulos americanos que apesar da excelente rentabilidade para o resto do mundo, era pouco para os bancos brasileiros que já navegam em rentabilidades de títulos brasileiros com retornos bem maiores. Obs.: Os banqueiros brasileiros ganharam muito mais dinheiro na era do PT. 


Observem que as práticas do governo FHC, que eram literalmente criticadas pelo PT, são as mesmas praticadas no governo Dilma, exemplos:
-        a) Quando a inflação cresce, eleva-se a taxa de juros. (Regime de meta de inflação).
-        b) Dólar sobe muito, Banco Central vende Dólar.
-        c) Dólar cai muito, Banco Central compra Dólar.


(*) João Batista Campos é natural de São João Batista. Bancário por profissão, é atualmente um dos grandes executivos do Banco Safra, agência do Nordeste, com sede em Fortaleza, Ceará.

 



   

As eleições no segundo turno

Texto originalmente produzido para a Coluna do Jersan, publicado na edição de hoje do Jornal Pequeno)

Chegou a hora. Acontece hoje a eleição que vai escolher o nosso novo presidente da República. Ou fica com Dilma Rousseff para um mandato de mais quatro anos, garantindo assim a força petista, ou fica com o PSDB, de Aécio Neves, neto de Tancredo Neves, que depois das derrotas de José Serra e Geraldo Alckim, se firma como uma nova força política da oposição. De fato é uma eleição como há muito não se via. O PSDB tem reais chances de voltar ao poder, e o PT estremece na base ao ver que pode perder o poder. A campanha, sobretudo neste segundo turno, foi marcada principalmente pela manifestação dos eleitores através das redes sociais. Foi significativa a guerra de vídeos que buscavam mostrar as razões pelas quais devia se votar, ou não votar, neste ou naquele candidato. A campanha deliberadamente assumida pelas celebridades do mundo artístico, bem como do esporte, também foi fundamental para quem a recebeu. Neste particular, o candidato Aécio levou vantagem, pois recebeu a manifestação de figuras extremamente populares e consagradas como Zezé de Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Eduardo Costa, Zico, Lima Duarte, Fafá de Belém, e muitos outros. O time pró-Dilma pareceu em menor número, além de Chico Buarque, Zeca Baleiro, Caetano Veloso, Alcione, Chico Diaz, inclusive o ator americano Danny Glover, que manifestou preferência de voto pela presidenta. No entanto o maior cabo eleitoral ainda foi o ex-presidente Lula que engrenou uma marcha de força agora no segundo turno à campanha da candidata petista.
Campanha realizada, promessas feitas, agora é esperar o resultado das urnas. Que esta possa ser para o eleito ou reeleito, uma eleição de muitas lições, principalmente a de que o povo brasileiro merece mais respeito.

O segundo turno aqui no Maranhão
Foi um desinteresse só a campanha eleitoral para presidente neste segundo turno aqui no Maranhão. Não teve bandeiraço, não teve carreata, comício nem pensar. Até parecia que aqui não haveria mais eleição. Nenhum dos lados quis onerar-se com campanha eleitoral. Nem quem ganhou, nem quem perdeu. Quando muito aproveitaram a vinda de algumas engravatados e fizeram uma leve caminhada ou uma breve reunião. Isto aconteceu com o prefeito Edivaldo Holanda que se diz eleitor da presidenta Dilma e fez caminhada com o senador cearense do PCdoB Inácio Arruda e com o ministro de Relações Institucionais Ricardo Berzoini.
Quem também fez a coruja de estar empenhada na reeleição da presidenta Dilma, foi a quase ex-governadora Roseana Sarney. Esta fez uma reunião-almoço com uma meia dúzia de prefeitos, alguns deputados reeleitos e outros derrotados para pedir empenho dos mesmos para a reeleição da presidenta. Dizem que a governador ouviu poucas e boas. Depois de encherem as panças, saíram todos como chegaram, ou seja, sem nenhum interesse pela eleição.
A propósito este segundo turno aqui no Maranhão pode ter a maior abstenção do país, uma vez que não há interesse de ninguém a custear uma passagem sequer para o eleitor se deslocar para o interior e votar.
Se quem ganhou não demostrou empenho, avalie quem perdeu...

Correndo contra o tempo
A governadora Roseana Sarney corre contra o tempo que lhe resta para entregar algumas das obras do seu governo que ainda não estão concluídas, como a Avenida Quatocentenário (antes Avenida Beira Rio, na época do ex-governador Jackson Lago) e a Via Expressa. Depois dos serviços de conclusão destas obras andarem a passos de cágado, a ordem agora é botar pra concluir, pois a governadora quer entrega-las até o final de novembro. Será de grande importância para a cidade a entrega destas obras, que sem dúvida permitirão uma maior e melhor mobilidade à população ludovicense. 
Obras como estas são por demais necessárias em nossa capital. A governadora Roseana Sarney, pelo tempo que esteve no comando do governo, cerca de 14 anos, em quatro mandatos alternados, apesar de ter feito grandes obras na capital, como avenidas, viadutos, entre outras, bem que poderia ter feito mais. De qualquer maneira a história haverá de julgar os nossos governantes, e Roseana como todos os outros não passará incólume.

Um caso hilário
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Num assalto frustrado a Agência dos Correios de Miranda do Norte uma cena foi por demais hilária. Os ladrões após ficarem presos na agência com reféns, jogaram maços de dinheiro para o lado de fora que se espalhou com o vento. As cédulas ficaram ali intactas, enquanto os policiais faziam o cerco aos meliantes. Mas quando os ladrões se entregaram e a situação ficou resolvida, a população que se mantinha afastada, caiu em tremenda algazarra juntando o dinheiro. Alguns policiais também juntavam as cédulas, e, disseram alguns presente, que cantavam aquela velha música de Luiz Gonzaga: “...uma pra mim, uma pra tu, uma pra mim, outra pra mim...”
Quanto foi recuperado do dinheiro ninguém soube ao certo, mas muitos acharam louvável a atitude dos assaltantes de meia-tigela, que deram uma de Robin Hood em solo mirandense.

Expectativa a vista
É de expectativa a indicação dos secretários do governo de Flávio Dino. Toda semana, o governador eleito indica um nome pela rede social facebook. A expectativa maior está para os cargos de secretários de Educação, Saúde e Fazenda. A bolsa de apostas está aberta. Espera-se que em particular o Secretário de Educação seja alguém que realmente seja professor e entenda de educação.