domingo, 10 de janeiro de 2010

Os velhos e novos carnavais.


Há muito queria escrever sobre o carnaval ou sobre os carnavais. O de ontem e o de hoje. Como mudou! Como evoluiu! O carnaval que teve inicio na rua, foi para os salões e voltou para as ruas e praças numa explosão de alegria e cores que apenas três dias, em datas previamente definidas no calendário gregoriano não bastam, hoje existem até os “carnavais fora de época”, que ocorrem em qualquer época do ano.

Mas o que é mesmo CARNAVAL?


Festa popular, o carnaval ocorre em regiões católicas, mas sua origem é obscura. No Brasil, o primeiro carnaval surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. Hoje é uma das manifestações mais populares do país e festejado em todo o território nacional.
O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
O termo carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim medieval, como carnem levare ou carnelevarium, palavra dos séculos XI e XII, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne.
A própria origem do carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos Césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo, e isto faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida.


No Brasil
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a Colombina, o Pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado. Hoje, uma enxurrada de ritmos invade ruas e avenidas. Em cada região sua musica específica embala os foliões.




Aqui, em solo joanino, esta mudança é facilmente percebida.
Antes podíamos perceber que as pessoas se preparavam para o período carnavalesco. Os matinais nos clubes carnavalescos tinham a missão de garantir a alegria das crianças e dos mais jovens. Os desfiles das Escolas de Samba, organizadas por funcionários públicos, trabalhadores autônomos, enchiam as ruas de alegria nas tardes dos domingos e terças-feiras de carnaval.
Estes desfiles, cada vez mais concorridos, com batucadas cadenciadas, atraiam multidões de todos os povoados que se aglomeravam ao longo do extenso trajeto do desfile.
A Turma de Mangueira do saudoso Edinho Serra, de Mequinho, de Aderson, de Brás e tantos outros; a Turma do Quinto de Mariano, de Zé Batata, de Procopinho; o Coração do Samba que reunia todos da Rua Nova e o ainda resistente Salgueiro do Samba de Bigurrilho e demais moradores da Beirada eram as estrelas da passarela daqueles tempos memoráveis.
À noite, era a vez dos bailes de salão. O baile das famílias, do banho de talco cheiroso, do whiski, do lança-perfume verdadeiro, das marchinhas ( olha a cabeleira do Zezé, será que ele é? será que ele é?; ô jardineira por que estás tão triste?, e outras tantas). Como se vê todos brincavam. Experimentava-se uma paz, pois só era permitido transgredir de alegria e exagerar só na fantasia.



Atualmente, alguns poucos resistentes ainda fazem este tipo de carnaval. Mas não há mais os bailes de clube, as crianças não têm mais seus matinais. Tudo agora é uma festa só. Todos juntos. Velhos e novos, foliões e expectadores se misturam num verdadeiro “empurra-empurra”. Os salões cederam vez para as praças e não necessariamente se precisa de fantasia. Só se precisa de disposição, energia e muita, mas muita alegria.

Como numa verdadeira “piracema”, cujos peixes buscam a renovação de suas vidas nas vidas postas, o carnaval vai se transformando no universo de cada um.
Mas como diria o poeta português Fernando Pessoa: “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. Que sobrevivam os carnavais de ontem, que vivam os carnavais de hoje!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Concursos preencherão 8,9 mil vagas na educação profissional

Segunda-feira, 04 de janeiro de 2010 - 16:48
Ensino profissional será beneficiado com a contratação de 5 mil professores.O Ministério do Planejamento autorizou a abertura de concurso público para a contratação de 8,9 mil profissionais de educação, sendo 5 mil professores e 3,9 mil técnicos administrativos, para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Em 2010, todos os institutos federais de educação, ciência e tecnologia promoverão concursos públicos.

As vagas autorizadas serão distribuídas entre as instituições federais de educação profissional em todo país, e os salários variam de R$ 1,5 até 6,5 mil. Os editais serão lançados este mês. A autorização foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União do dia 31 de dezembro de 2009.

A demanda por novos professores e técnicos administrativos veio com a expansão da rede federal, iniciativa que entregou 102 novas escolas em 2009. Para os docentes, são 5 mil vagas e salários com piso de R$ 2,8 mil para profissionais com graduação e teto de 6,5 mil para doutores com dedicação exclusiva. Já para técnicos, são 3,9 mil vagas e remuneração média de 1,5 mil.

A contratação de servidores indica o aumento dos investimentos em educação profissional. “Com esses 8,9 mil novos profissionais, injetaremos R$ 300 milhões anuais no setor” destacou Alexandre Vidor, coordenador-geral de orçamento e gestão da rede federal. Outras 8,8 mil vagas para concursos públicos da rede devem ser autorizadas até o fim do ano. Os cargos foram criados pelo Congresso Nacional para garantir a expansão da rede. A política permitiu outras 11,2 mil contratações desde 2006.

Crescimento – O número de professores e técnicos administrativos não foi o único a aumentar com a política de expansão. Antes da iniciativa, o país contava com 140 escolas federais de educação profissional. Hoje, são 236 escolas em funcionamento, e esse total deve chegar a 380 até o fim deste ano. No mesmo período, o total de alunos subirá dos atuais 215 mil para 500 mil.

Assessoria de Imprensa da Setec

Fonte: Ministério da Educação

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Professores, isto nos interessa!



Da Folha de São Paulo

 Brasília – O piso salarial dos professores da rede pública do País aumentará de R$ 950 para R$ 1.024,67 em 2010. O reajuste, anunciado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), será de 7,86%. O valor é R$ 255,05 a mais do que o salário médio do brasileiro no mês de outubro. A lei do piso foi aprovada em 2008 e a categoria é a única no País a ter um salário mínimo próprio. Em 2009, segundo uma regra de transição, os municípios podiam pagar até dois terços do mínimo fixado. Quando a lei foi aprovada, cerca de 37% dos professores do País recebiam menos do que o piso.
Atualmente, não há estimativas de quantos municípios ainda não conseguiram pagar o valor completo. Estudo feito pelo MEC neste semestre mostra que o salário médio de professores do País era de R$ 1.527 em 2008. Uma pesquisa da USP indicou que o professor de ensino fundamental da rede pública recebe, em média, 11% mais do que o da rede privada.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), Paulo Ziulkoski, boa parte das prefeituras terá dificuldade em arcar com novos custos em 2010, quando municípios terão de obedecer o piso definido pela lei. “Além do piso mínimo do professor, haverá outros aumentos que as prefeituras terão de pagar”, afirmou.
A secretária de comunicação da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Célia Tavares, defende que o governo federal ajude os municípios que não conseguem pagar o salário mínimo a seus professores. A lei do piso determina que a União ajude Estados e municípios que provem essa incapacidade. “Esse valor ainda está aquém do que consideramos efetivamente a valorização do magistério”, afirma. “Mas sabemos também que existem municípios que não conseguirão pagar.”
O aumento foi anunciado ontem pelo o ministro da Educação, Fernando Haddad, depois de uma consulta à Advocacia Geral da União (AGU) sobre como fazer o cálculo do aumento.
A lei que institui o salário mínimo da categoria afirma que o piso deve acompanhar o reajuste do valor custo-aluno do Fundeb – fundo que financia a educação no País – por meio de um valor específico pago por cada estudante. A dúvida era se tal regra deveria ser aplicada sobre o valor projetado para 2010 ou o aplicado em 2009. A AGU considerou mais adequada a segunda alternativa. Se as contas fossem feitas com o valor projetado do custo-aluno, o salário seria de R$ 1.415,97.
Ao anunciar os dados, Haddad garantiu que Estados e municípios teriam condições de arcar com o reajuste. Uma das razões, segundo ele, seria o aporte adicional de R$ 1 bilhão do governo federal para Estados e municípios, resultado do aumento dos repasses para merenda e transporte escolar . Ele lembrou ainda o aumento das transferências da União ao Fundeb de R$ 5,07 bilhões, em 2009, para R$ 7 bilhões, em 2010.
“Com essas alterações, o reajuste de 7,86% é suportável”, avaliou. Ziulkoski classificou como “propaganda enganosa” o cenário apontado pelo ministro. “Merenda escolar e transporte é dinheiro de transferência voluntária. Ele quer que prefeitos sejam acusados de desviar dinheiro de merenda para pagar salários?”
Um outro problema está na dúvida sobre o que deve ser considerado como salário. A interpretação inicial era a de que gratificações não poderiam ser consideradas. Liminar no Supremo Tribunal Federal, no entanto, permitiu somar o salário base a vários tipos de gratificações.