João Batista Azevedo (Interino)
Eleições 2018: O efeito Lula
A exatos 15 dias nos separam da eleição
mais importante para o país desde o processo da redemocratização do Brasil. Nem
a primeira eleição direta após o regime militar, chama tanto a atenção como
esta de 2018. Bem verdade que aquela tínhamos as grandes lideranças políticas
se confrontando, fato que já não temos para as eleições deste ano. Temos sim,
uma eleição que vai se desenhando sob dois prismas: os eleitores do Lula contra os eleitores
anti-Lula. Impedido de ser candidato, por estar cumprindo pena por uma
condenação que segundo alguns é questionável, Lula ainda assim se impõe como
uma liderança política neste país, gostem ou não. Mesmo apesar da forte
oposição midiática, o PT tenta se equilibrar sobre as hostes de simpatizantes
que ainda veem no espectro da esquerda os avanços que o país necessita. Tempos
difíceis. Mas o que chamou mais a atenção foi – para não fugir à moda do que
acontece no mundo europeu – o surgimento de um candidato da ultradireita
conservadora em terras tupiniquins. Pois é. E ele existe: Jair Bolsonaro. Com
um discurso visceral, colocando-se contra tudo que é dito comportamento moderno
e negando a própria política e suas relações, não foi difícil cair no gosto de
uma fatia da população eleitora que, com certa razão, anda desesperançosa. Sem
propostas concretas, mas com frases decoradas de um efeito bombástico e gestos
grotescos, como o de imitar uma metralhadora com as mãos, parece ter sido o
combustível de sua ascensão eleitoral. Entretanto, essencialmente, o que se vê
é um candidato vazio de ideias, odioso contra as minorias, que ao longo de sua demorada
carreira como deputado federal (cerca de 30 anos) não tem nenhum projeto de lei
aprovado, nem mesmo na área da segurança, área que ainda estudou ainda que
pouco.
Ainda o efeito Lula
Uma única coisa pode se creditar ao
candidato Bolsonaro. Foi ele quem melhor vestiu a camisa do antilulismo. Nem
mesmo os adversários costumeiros e idealizadores da derrocada petista, a turma
do PSDB e DEM com o apoio de setores do MDB, puderam imaginar que fossem
atropelados por um até então desconhecido e solitário deputado do baixo clero.
Isto reforça urgentemente um repensar das forças políticas, sejam de esquerda,
de centro ou de direita. Uma outra lição a ser também tirada destes tempos é
com relação àquilo que alguns setores da imprensa dita como regra: mesmo com
toda a campanha contra o ex-presidente Lula, este ainda mostra força ao colocar
na disputa o seu preposto candidato Fernando Haddad, que caminha rumo ao
segundo turno, com reais possibilidades de ser eleito, seja pelo efeito do
ex-presidente, seja porque a maioria dos eleitores veem numa candidatura
Bolsonaro uma ameaça real para o Brasil. E viver tempos piores é tudo que não
se quer.
De olho neles
Mais de 90% dos congressistas disputam
cargos nas eleições de outubro. São 558 deputados e senadores de olho no voto
do eleitor: 470 tentam a reeleição e 88 buscam novos cargos. O elevado número
dos que tentarão novo mandato no Congresso sugere um baixo índice de renovação.
A tendência é reforçada pelo novo modelo de financiamento eleitoral, que
favorece quem já está na Câmara ou no Senado a obter recursos mais generosos do
novo fundo público eleitoral, aprovado por esses mesmos parlamentares.
Portanto, a hora é de ver quem tem mais serviço prestado para merecer o seu
voto. Um Parlamento qualificado pode conter as bobagens cometidas por maus
governantes. Um Congresso ruim pode inviabilizar o melhor dos governos. É
crucial prestar mais atenção nos votos que damos para o Legislativo e no que os
eleitos fazem quando chegam lá. Uma boa medida é ver as últimas votações que
impactaram a vida dos brasileiros do impeachment pra cá. Veja quem votou contra
a sua vontade, eleitor, e quem atendeu aos conchavos partidários. É hora de pôr
o pijama em boa parte deles.
O
voto pra Senador
Se nos últimos tempos da política
maranhense teve uma disputa tão acirrada esta é a eleição para as duas vagas
para senador deste ano. Cinco candidatos são cacifados para postularem essas
duas vagas, sejam pelos conhecimentos e vivência política, sejam pela garra e
determinação que demonstram ter. Os dois grupos que evidenciam a disputa partem
para o corpo a corpo na busca de eleger seus candidatos. Correndo por fora, e
bem qualificado pela experiência e pelo fato de já ter sido governador, com boa
visão sobre o Estado, seus problemas e potencialidades, aparece Zé Reinaldo.
Tenho encontrado muitos eleitores que veem nestas eleições a hora e a vez de Zé
Reinaldo chegar ao senado.
Bons
nome
Um bom parlamento não pode prescindir da
experiência de nenhum homem público, mas também não pode se abster da vontade,
da coragem e da determinação dos mais novos. Para a câmara federal e
legislativo estadual bons nomes integram esta condição. A possibilidade da
volta de Gastão Vieira à câmara federal é real e justa. Além de muito
serviço prestado ao estado, Gastão Vieira tem um largo conhecimento e muita
experiência. Já no legislativo estadual alguém com a experiência de Manoel
Ribeiro e a vontade de servir de jovens políticos como Ricardo
Diniz e Jota Pinto fazem toda a diferença. A estes desejamos boa sorte.
Ódio
e eleição
Nestes tempos de descrença nos políticos,
é bem natural que alguns rasguem o título de eleitor, ou que votem como
protesto em qualquer maluco que aparece, ou até mesmo votar em figuras
travestidas e caractas de político, como o caso do Bode Zé, Macaco Simão, etc.
Eleição é o momento mais importante da vida de um país. Não colocar o ódio em
seu voto deve ser um primeiro passo para um país melhor. Somos todos
responsáveis.
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