quinta-feira, 18 de maio de 2017

“ O cala-boca”

A carne e a Unha (Temer e Cunha)
Era sintomático o silêncio de Eduardo Cunha. Principalmente depois que ele ameaçou jogar “farofa” no ventilador. Disse que derrubaria a República. E está cumprindo, calado ou não.
Como bem indagou o jornalista Ricardo Noblat, por que o silêncio de Eduardo Cunha custa tão caro a Temer? Entre os tantos segredos guardados por Cunha e que, se revelados, seriam capazes de derrubar toda a República, há muito que se desvendar.
“Tem que manter isso, viu?” – disse Temer a Joesley Batista, dono do JBS, depois de ouvi-lo contar que pagava mesada a Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, presos em Curitiba, para que não abrissem o bico.
Certo dia, quando Cunha ainda presidia a Câmara dos Deputados e Temer era vice-presidente, os dois se reuniram no Palácio do Jaburu com uma alta autoridade do Banco Central.
Depois dos cumprimentos iniciais e de uma troca de comentários desimportantes, Temer saiu da sala deixando a sós Cunha e a tal autoridade. Só voltou quando a conversa dos dois havia terminado. Sobre o que falaram Cunha e a autoridade do Banco Central? A Lava Jato quer saber.
A preocupação de Temer em manter Cunha calado, mesmo que atrás das grades, deixa bem claro que o ex-presidente da Câmara é um arquivo vivo e sabe de muitos fatos escabrosos da política brasileira, que podem transformar a República num verdadeiro colapso. Acredite, pior ainda que os dias atuais…
Autor da reportagem que revelou a existência de gravações feitas pelo empresário Joesley Batista contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a coluna de Lauro Jardim, do Globo, informa nesta quinta-feira (18) que o dono da JBS contou ter pagado propina de R$ 60 milhões ao tucano em 2014.
https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003218;ord=1495116611035Os pagamentos, conforme a coluna, foram feitos por meio de notas fiscais frias a diversas empresas. Joesley também contou que comprou o apoio de vários partidos políticos para apoiar a candidatura de Aécio à Presidência da República naquele ano. O senador chegou ao segundo turno, mas acabou derrotado pela presidente Dilma Rousseff (PT), então reeleita.
Aécio e Zezé Perrela
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar pedido de prisão do senador e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Joesley gravou conversa com Aécio em que o tucano lhe pede R$ 2 milhões. O dinheiro foi entregue em quatro parcelas de R$ 500 mil a Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador. Além de Frederico, foram presos nesta manhã Andréa Neves, irmã de Aécio, e Menderson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
As residências e os gabinetes de Aécio, Perrella e Rocha Loures foram alvo de mandados de busca e apreensão.
Gravações
De acordo com o jornal O Globo, Rocha Loures foi flagrado recebendo R$ 500 mil de Joesley para tratar de assuntos da JBS. Perrella é pai de Gustavo Perrella, apontado como o dono da empresa que recebeu os recursos destinados a Aécio. Um assessor do senador foi identificado como a pessoa que transportou os valores.
Em negociação para acordo de delação premiada, Joesley e seu irmão Wesley entregaram documentos e gravações à Procuradoria-Geral da República e ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato. No encontro, segundo o jornal O Globo, Joesley contou a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro – presos em Curitiba – uma mesada para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.
Após a revelação do caso, dois pedidos de impeachment foram apresentados contra Temer na Câmara.  Na presença de Joesley, o presidente indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Em seguida, segundo a reportagem, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário goiano.
(Com informações do site Congresso em Foco.)


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