terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A CRÔNICA DO DIA

HOJE É DIA DE... 

A MULHER DO PRÓXIMO
(*) Nonato Reis

Maria Júlia ganhou o sugestivo apelido de “A mulher do próximo” algum tempo depois de deixar a localidade de São José, no município de Viana, às margens do rio Pindaré, praticamente escorraçada pelo pescador Bucho de Bilha, com quem teve um caso de amor complicado. Sem ter para onde ir, tomou o caminho da cidade e fixou moradia na periferia, onde passou a “ganhar a vida” como prostituta.
Parecia trazer na alma a mal sina de provocar a gula do sexo oposto. Nascera no lugar chamado Cachoeira, distante algumas léguas do Ibacazinho, e ali enfileirou amantes, um sobre o outro. O último, um vaqueiro da fazenda Ingá Seca, obrigou-a a deixar o torrão natal e a família às pressas, depois que o homem - a quem dera o prazer de deitar com ela por algumas fases de lua - morto de ciúme, matou a golpes de faca dois outros pretendentes e tentou mandá-la com “os sócios” para a “cidade de pés juntos”.
Por ironia das coisas, do envolvimento com o vaqueiro herdou o apelido de “Santinha”, mas ela própria sabia que de santa só carregava o nome. Mal chegou no São José e viu surgir no seu caminho a figura de Bucho de Bilha, um pescador grandalhão, de quase 1,90m de altura; musculoso, barriga em formato de melancia, cara enfezada.
Bucho de Bilha encarnava a imagem do macho da zona rural. Fora educado sobre o figurino tradicional, que retratava a mulher como a “dama (ou escrava) do lar”. Para o pescador, a mulher para casar tinha que ser prendada – saber cozinhar, lavar e engomar; cuidar da casa e ser dedicada ao marido. Estudar? “Não, senhor! Elas se formam e depois ficam cheias das ideias, querendo trabalhar fora, sair com amigos e coisa e tal”.
Bateu os olhos em Santinha e foi amor à primeira vista. Casados, formavam um par desconexo. Ele era rude, grosso, bicho do mato; ela, educada, meiga, receptiva. O sentimento, porém, tem as suas próprias razões e Santinha parecia nem notar as diferenças entre ambos. Bucho de Bilha ditava as regras da casa; mantinha-se vigilante sobre quaisquer sinais que pudessem colocar em risco a estabilidade do casal.
Porém descuidava de um pressuposto básico. Nunca fora de se preocupar com estética, nem de seguir princípios de higiene. “Esse negócio de sabonete, cremes e não sei mais o quê é coisa de fresco”, usava a frase como álibi para os que reclamavam dos odores repugnantes da sua presença.
Na cama era formidável. Vangloriava-se de passar duas horas ativo, sem intervalos ou preliminares. Santinha aguentava o ritual noturno em silêncio: o peso do corpo dele subindo e descendo sobre o seu; o suor enlameado, pegajoso; o cheiro acre que impregnava o espírito e embrulhava o estômago. “Ou essa mulher é uma santa ou deve estar sofrendo do juízo”, diziam as más línguas.
Santinha até que se esforçou por manter a relação, mas fidelidade nunca foi o seu forte. Não demorou e o juízo dela virou do avesso. Um primo que estudava na capital e há anos não sentava os pés no povoado, apareceu de repente para uma temporada de férias. Como toda a família dele já morava em São Luís, a opção foi aboletar-se na casa da prima. 
Tarcísio era magro, alto, branquela, fala mansa. Metido a poeta, escrevia umas coisas que tocavam o coração da prima como descarga elétrica. E ainda havia aquele cheiro de seiva do campo que gostava de usar após o banho e que fazia Santinha flutuar.
Em pouco tempo, a vida de Maria Júlia encheu-se de luz. O primo grudara nela como sombra. A presença dele parecia estar em todos os lugares, especialmente naquele ponto mais sublime do espírito. Como que entorpecida de um sonho azul, deixou-se guiar por aqueles fluidos magnéticos, sem se dar conta de que avançava um sinal proibido. E foi assim, pisando em nuvens de algodão, que a santa adentrou o “Jardim do Éden” e “plantou” um par de adereços nos cornos do pescador, em plena cama conjugal.
A reação do marido foi imediata. Escaldado com o alerta dos “amigos” de que a amizade dos primos passava da conta, Bucho de Bilha largou as redes de pescar no rio e fez o caminho de volta. Vendo a casa fechada e ouvindo gemidos abafados que vinham do quarto do casal, não teve dúvidas: meteu o pé na porta escancarando diante dos olhos a cena do crime.
_ Filho da puta, sua desavergonhada; eu mato vocês!
Espumando de ódio, lançou-se sobre a cama como um touro selvagem. Lépido feito puma, o primo deslizou entre as pernas do pescador, ganhou a porta da rua e fugiu em disparada, completamente despido, sob o olhar estupefato dos moradores.
As mãos do marido traído caíram pesadas sobre o pescoço da santa. Depois a pegou pelos cabelos e com uma das mãos a conduziu até o meio da rua. Diante do olhar incrédulo da plateia, sacou da peixeira e cortou a ponta de cada uma das orelhas da mulher. 

Em seguida a arrastou pelos cabelos até a casa dos pais e a arremessou no meio da sala como quem joga fora um saco de lixo. “Tomem a desavergonhada de vocês. Ela fez um cabra macho de corno, mas nunca mais vai se meter a besta com outro”.
Foi então que, triste e amargurada, Maria Júlia tomou a decisão que mudaria o curso da sua vida e o próprio nome. Deixou a casa dos pais, que àquela altura não era mais sua, e alugou uma “porta e janela” na entrada da Gugueia, que transformou em “parada obrigatória” de homens à procura de sexo por dinheiro.
Não demorou e a fama dela de “pegadora” correu beirada. Em uma única noite chegava a atender mais de dez clientes, que faziam fila na porta da casa, dispostos a meter a mão na carteira, para tê-la na cama por uma ou duas horas. A cada cliente saciado, ela gritava para a fila: “próximo!”. E assim varava a noite no ofício de “ganhar a vida”, que, segundo ela, não lhe impunha sacrifício algum. Muito pelo contrário. “Cuidar bem da freguesia é o que me deixa viva”.
Uma noite, já rompendo a aurora, a Estela Dalva límpida no horizonte, ela chamou o próximo e então deu de cara com aquele homem enorme, a barba por fazer, e um facão do tipo “americano” em uma das mãos, que reconheceu imediatamente. Sem contrair um único músculo, fitou-o com frieza espantosa e já se preparava para recebê-lo em coito, quando o homem interveio: “Eu não vim deitar contigo. Vim te levar de volta pra casa, que é lá o teu lugar”.
Maria Julia ponderou que não podia acompanhá-lo, agora era mulher de vários homens, dividida que estava entre todos que a procuravam. “Não lhe pertenço mais, sou uma mulher da vida”, ao que Bucho de Bilha acolheu com espantosa criatividade. “Sim, você é ‘A mulher do próximo’, eu sei, mas acontece que “o próximo” sou eu, e depois de mim não haverá outro, porque aquele que se meter a besta contigo eu mando para o quinto dos infernos”. E pegando os pertences de Maria Júlia, ordenou. 
- Vem comigo, que o puteiro fechou.
Maria Júlia interveio:
- Você não vai mais me arrastar pela vida como quem puxa uma carrocinha. Eu agora sou do mundo. Não pertenço a ninguém.
Bucho de Bilha sabia que, se a perdesse, perderia a própria vida. Dela sentia falta como o próprio ar, para viver. Então, jogou a última cartada.
- Você vem e eu te deixo ‘de corda de rastro’, para fazer o que quiser e com quem quiser, contanto que não me abandone.
Maria Júlia o fitou entre perplexa e admirada:
- Vai me aceitar desse jeito, sabendo que será alvo de chacota, execrado e humilhado?
- Aceito sim, que ninguém tem nada com isso.
Seguiram os dois de volta para casa, e Maria Julia assumiu o duplo papel de “mulher casada” e também “do próximo”.
A casa do pescador incorporou a rotina de filas de homem à espera de uma vez para deitar com Maria Julia, e até tarde da noite ouvia-se a voz dela a movimentar a clientela: “próximo!”.
...
Este texto integra um livro de crônicas ambientado no Ibacazinho, cujo título será "A mulher do próximo".
(*) Nonato Reis, natural de Viana, Maranhão, é jornalista e autor do romance Lipe & Julina.


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Fatos que viraram notícias


O governo ilegítimo do presidente Temer está provando realmente para que veio. A sanha do presidente é passar para a iniciativa privada tudo que é estatal rentável. Cerca de 57 empresas das diversas áreas formam o pacote de privatizações que o presidente pretende levar a cabo até o fim de seu governo. Nesse calhamaço constam empresas como a Eletrobrás, portos, aeroportos como o de Congonhas, rodovias, campos de petróleo e até mesmo a Casa da Moeda do Brasil. Tudo isto tem o propósito fazer caixa e agradar o mercado financeiro. Entretanto o maior entrave está no tempo para levar até o fim esta intenção, uma vez que o ano que vem é de eleições para deputados e senadores e que estes estarão mais interessados em parecer defensores e representantes do povo e certamente não vão arriscar votando algo que venha de encontro ao funcionários ou que comprometam a soberania nacional. 

Reforma da Previdência

Embora o governo tenha adiado para fevereiro a votação da reforma da Previdência, ainda é pequeno o entusiasmo dos parlamentares com o assunto. Para 48% das lideranças ouvidas, é baixa a chance de a proposta ser votada. Outros 29% avaliam como média essa possibilidade. Apenas 6% afirmam que é grande a tendência; 15% entendem que não há chance de a votação ocorrer até março; e outros 2% disseram não saber opinar.
Também há grandes reservas em relação à aprovação da versão mais enxuta da reforma, proposta pelo relator, Arthur Oliveira Maia (SD-BA) – objeto ainda de resistência por parte do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas considerada a mais viável pelos parlamentares. 
Na avaliação de 48% dos entrevistados, a reforma da Previdência será rejeitada. Para 31%, passa, mas com profundas alterações. Outros 17% apostam que será aprovada com poucas mudanças. Apenas 2% acreditam que a proposta avançará sem alteração. Outros 2% não responderam.

A MA-014
É de péssima qualidade os serviços de recuperação que o governo do estado estar a fazer na rodovia que corta a Baixada Maranhense, a MA-014. Em muitos trechos já recuperados o asfalto é tão ruim, mais parece uma borra asfáltica, que cria ondulações, chegando mesmo a sair as lascas, como madeira podre. Sem fiscalização por parte da Secretaria de Infraestrutura o serviço se arrasta a passos de cágado. Com a chegada das primeiras chuvas a população já teme pelo pior, que o serviço não seja concluído, e se concluído, quando chegar ao fim da rodovia, no trecho de Três Marias – Pinheiro, o começo, de Vitória do Mearim a Viana já seja preciso refazer novamente. 

Homenagens justas

Na última sexta-feira, o Fórum em defesa da Baixada Maranhense prestou significativa homenagem a duas personalidade da imprensa maranhense que muito tem contribuído com a região da baixada. Os jornalistas Jersan Araújo e Carlos Henrique ( O Galinho) receberam as honrarias como reconhecimento da instituição pelos relevantes serviços prestados à comunidade baixadeira. As homenagens foram prestadas por ocasião da confraternização natalina dos membros do fórum, ocorrida nas dependências da AABB, no Calhau.


Execração pública
Zé Reinaldo em votação
Com o advento das redes sociais está mais fácil saber da vida de todo mundo. Esta se não é uma coisa salutar, ao menos no campo político nos deixa informado sobre como andam votando os ditos representantes do povo. Votar contra o povo é condenar-se à execração pública. Muitos políticos Brasil afora tem recebido tratamento condenatório, uns até com agressões físicas além de verbais. Por esse vexame já passaram recentemente o deputado da tropa de choque do presidente Temer, Carlos Marun, que fora vaiado em solenidade pública em Campo Grande (MS). Depois foi a vez do senador Romero Jucá (RO), que em voo comercial fora interpelado por uma passageira.

Na semana passada foi a vez do Deputado Federal José Reinaldo Tavares que ouviu de tudo: “pilantra, safado, ladrão, corrupto, vendido, entre outros adjetivos”. Tudo isto por vir votando a favor do presidente Temer, contrariando assim seus eleitores. Esta manifestação aconteceu no desembarque do deputado federal no aeroporto Hugo da Cunha Machado, aqui em São Luis. A exemplo de Zé Reinaldo, outros deputados do Maranhão não estarão livres de manifestações como essa. Entretanto a maior execração ainda estar por vir: será a não reeleição deste deputados no pleito do próximo ano. Uma campanha está se evidenciando: “Deputado que votar contra o povo, não terá o voto do povo”. 

Estamos de olho! 

Texto publicado na Coluna do Jersan, na edição do dia 17/12/17 do Jornal Pequeno.

domingo, 17 de dezembro de 2017

A CRÔNICA DO DIA

HOJE É DIA DE... 

(*) Nonato Reis

AS FLORES, O CRUCIFIXO E A DEFUNTA

Imagem ilustrativa
Esse negócio de usar flores em defunto vem de longe. Conta-se que há 14 mil anos, na região do Mar Mediterrâneos, já se ornavam os cadáveres com pétalas e ramos de plantas. No México, primeiramente, e no restante da América Latina, aí incluso o Brasil, é costume ver cravos de defunto em volta do morto ou coroas de flores ao lado dos esquifes, durante os funerais.
Como surgiu isso, e por que se recorre a flores nas cerimônias mortuárias ninguém sabe dizer ao certo. Os cientistas desconfiam que a prática se tenha originado da necessidade de repelir germes e insetos sobre os cadáveres. Sabe-se por exemplo que o Cravo de Defunto é um repelente natural contra germes que atacam e causam danos às raízes das plantas. 
Outra explicação seria de ordem social. As flores, sabe-se hoje, possuem substâncias que provocam respostas emocionais positivas nos seres humanos.
Também simbolizam o amor e a delicadeza. Assim, seu uso nos velórios pode estar relacionado à tentativa de exprimir o carinho e a ternura daqueles que ficaram pelos entes que ascenderam ao reino do Além.
Eu nunca vi a menor graça em decorar morto com flores. Soa-me contraproducente misturar uma coisa tão sublime com algo decomposto. Sei que o simbolismo se dá numa esfera metafísica, para demonstrar a dor da perda e também aquilo que o ser humano tem de mais precioso. Mesmo assim, não consigo digerir a imagem de flores ao redor de cadáver.
Mas uma coisa puxa outra, e agora ocorre-me a lembrança de um fato que acontecera muito tempo atrás no Ibacazinho. Uma senhora falecera de repente e, como se sabe, a morte costuma deixar as pessoas em estado de choque, ainda mais quando se trata de um desenlace súbito. 
Foi um berreiro e um chororô dos diabos. Aqui e ali um parente tinha crises de histeria e acabava por desmaiar à beira do caixão, o que aumentava o sufoco dos mais calmos, encarregados de manter a situação sob controle.
(Imagem ilustrativa da web)
O drama maior era a de uma das filhas da falecida, que a todo momento se jogava sobre o caixão e ameaçava acabar com a própria vida. Aos prantos, dizia que a existência não tinha mais graça e, tão logo a defunta baixasse os “sete palmos”, cometeria o suicídio. “Vou me matar, não quero mais viver. Acabou pra mim!”, repetia a todo momento, ao que os parentes e amigos a abraçavam e tentavam fazê-la ver que a coisa não era bem assim. “Você tem marido e filhos. Pense na sua família. A vida continua!”, argumentavam.
Para demonstrar a sua determinação em cometer o ato extremo, arrancou do pescoço um crucifixo que recebera da mãe ao fazer 15 anos, com a promessa de carregá-lo até o último dia de vida, e o arremessou dentro do caixão da falecida. “Leve consigo, minha mãe, ele não me serve mais para nada”. 
Nisso, uma prima, postada ao lado dela, segredou-lhe ao ouvido: “Você sabia que o morto vem buscar aqueles que jogam seus pertences dentro do caixão?”.
Na mesma hora, a mulher em prantos parou de chorar e arregalou os olhos. “Isso é sério?” Ao que a outra confirmou. “Serinho da silva. Todos que fizeram isso se deram mal. Não restou nenhum para contar história”.
A outra então se recompôs, esfregou os olhos lacrimosos com as mãos, assoou o nariz, e ponderou: “Pensando melhor, não ficaria bem abrir mão de uma joia que a minha mãe me deu com tanto carinho. Melhor eu pegar de volta”. E foi afastando as flores sobre a defunta, à procura do crucifixo, porém sem encontrar.
Apelou aos presentes: “Ajudem-me, por favor! É uma peça de valor histórico, vale uma vida”. E danaram-se a remover ramos e coroas de flores. Em vão. O colar sumira como que por encanto. 

No desespero, a mulher arrancou o cadáver da mãe do caixão e o jogou de lado, como se fosse uma coisa qualquer. Depois retirou as vestes da morta e a deixou pelada. Foi então que o crucifixo ressurgiu debaixo do sovaco da defunta. Brandindo-o no ar como a um troféu, ralhou, os olhos vermelhos de raiva a fitar a morta. “A senhora queria me levar junto, não é? Pois vá sozinha, que eu ainda não quero ir”.
(*) Nonato Reis, poeta, romancista, crônista e jornalista nascido em Viana-MA.


sábado, 9 de dezembro de 2017

A insensibilidade humana!

Por Caio Hostílio

O que faz um homem tomar atitudes como essa que acompanhamos nesses últimos três dias em Barra do Corda, cujo autor de um crime bárbaro foi o filho herdeiro político ceifar a vida do pai covardemente.
Alguém já parou para pensar na cena em que Nenzin, ex-prefeito de Barra do Corda, agonizava diante do filho que o tirou a vida e depois foi chorar no velório do pai, que sempre lhe estendeu a mão? Impossível tentar imaginar!!!
Na verdade, o fato é que não sabemos certamente quais os motivos para tais destinos cruéis e solitários. No entanto, há algo de mais deplorável nisso tudo – a insensibilidade de uma maioria que se diz humana. E a pergunta que não quer calar é: “por que nos tornamos insensíveis?”.
Essa pergunta é de uma complexidade extrema, mas o risco faz parte da vida e, neste caso, o momento é oportuno para uma hipótese.
Diariamente topamos com informações desestimulantes através dos televisores, computadores ou celulares. Dentre as tantas, estão: político tal foi preso por tráfico de informação, outro por manobras fiscais e outro por roubar milhões dos cofres públicos. Pastor é preso por estuprar fiel, padre é preso por pedofilia, mãe é presa por desmembrar a filha que saia com o padrasto e a pior de todas é ler que um filho tirou a vida do pai ou mãe, ou ao inverso…
O homem cada vez mais se afasta de Deus!!!
A humanidade se perde em seu egoísmo e sua ganância…


domingo, 3 de dezembro de 2017

Lançamento do livro “Ecos da Baixada” em São João Batista.

No dia de ontem (02/12/2017), membros do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense - FDBM estiveram em expedição à cidade de São João Batista para participarem do lançamento do livro “Ecos da Baixada”, que reúne cônicas e artigos de 32 escritores e conhecedores das riquezas, causos, contos e dificuldades dos municípios baixadeiros.

Foi um evento simples, porém uma aula de cidadania e história, em que a sociedade joanina participou e pôde ter acesso a uma série de histórias e conhecimentos de extrema importância para valorização dos baixadeiros, para que se reconheçam como sujeitos do processo histórico da construção desse estado e inclusive com contribuições relevantes sobre a capital São Luís e para que possam fazer parte dessa luta por mais políticas públicas e infraestrutura para região. Os trabalhos tiveram a condução do forense e joanino Batista Azevedo que de forma magistral fez as saudações à plateia, conduziu as falas dos oradores e agradeceu aos colaboradores pela realização de tão importante evento literário.

Ainda na viagem tivemos leituras de textos do livro e conversas animadas sobre a baixada com a importante contribuição do ex-prefeito de Viana e ex-deputado Chico Gomes, e outros forenses. Após o evento e como parte da programação foi feita uma visita ao antigo Porto da Raposa, onde tivemos uma aula de história, sobre a construção da cidade de São João Batista e cidades vizinhas influenciadas pelo referido porto que foi por muito tempo a rota de escoamento da produção da baixada, transporte de pessoas e mercadorias, com a contribuição do professor do departamento de história da UFMA, natural da cidade, Manoel Barros, quem escreveu justamente sobre o Porto da Raposa.


O evento teve seu encerramento com um almoço oferecido pela prefeitura municipal que deu todo apoio ao evento. Foi um momento magnífico e especial para todos que se identificam como baixadeiros. Ressalta-se também a importante contribuição do Superintendente de articulação da Baixada, Sr. Luiz Everton, que possibilitou a ida dos “ecoeiros” até a cidade de São João Batista, cuja população deu exemplo de civilidade, apreço, carinho e sensibilidade para com o evento literário.

(Texto de David Cutrim, com adaptações.)

Vejam outras fotos do evento:
















quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A CRÕNICA DO DIA

HOJE É DIA DE... 


A PAIXÃO QUE GUARDEI DENTRO DE MIM

(*) Nonato Reis

Quem nunca se apaixonou só passou pela vida - não soube o que é “andar de corda de rastro” (expressão típica do linguajar da Baixada, que significa “caminhar sem rumo, seguir sem razão) atrás de alguém, fazer dele a própria razão de existir. 
A paixão é essa força descomunal da natureza até hoje mal explicada pela ciência, capaz de subverter os valores de uma pessoa e fazer com que ela passe a agir, guiada pura e simplesmente por impulsos de emoção. Parodiando Paulinho da Viola, é como dizer que um rio passou diante dos olhos e o coração, maravilhado, se deixou levar.
Cá entre nós, como é bom se sentir abatido por uma certeira flecha de Cupido! Carlos Heitor Cony, um dos maiores escritores da atualidade, certa vez em entrevista a Jô Soares, disse, aos 80 anos, que apaixonar-se é a melhor coisa da vida. Para ele, a paixão, ao contrário do amor, é algo imprevisível, que induz a viver experiências inéditas.
O amor é banal; a paixão, antológica, ou patológica? – queima o corpo e a alma, reformula conceitos, obriga a fazer coisas inimagináveis. Como andar de madrugada pelas ruas e conversar com as estrelas, sorrir por nada, oferecer flores a um desconhecido, beijar a mulher do próximo.
Em outras palavras, a paixão tira a pessoa do pino e a revira do avesso. Joga por terra códigos de conduta e manuais de boas maneiras. Transforma o errado em certo; o lógico em irracional. Num passe de mágica faz você ascender ao céu e também descer ao inferno.
A doutrina espírita classifica a paixão como um atributo importante do espírito, que pode carregá-lo ao infortúnio, mas também guiá-lo à senda do bem, se devidamente canalizada para o empreendimento das boas ações.
Uma coisa é certa: paixão incendeia e enlouquece. Cony contou a Jô a história de um sujeito que, febril de amor por uma menina que vivia em um apartamento na Avenida Atlântica, no Rio, subia várias vezes por dia no pé de uma árvore, que ficava de frente para o prédio dela, só para vê-la se movimentar pela casa. 
A garota sequer o conhecia, nem de longe imaginava a torrente de sentimentos que fazia brotar no sangue do rapaz, mas para ele, olhá-la, mesmo a distância, como anônimo, já o deixava com a alma tomada de encantamento.
Paixão deixa o cara maluco aos olhos dos outros. Eu, quando vim estudar em São Luís, na escola Gonçalves Dias, no Apeadouro, onde cursei o ensino médio, conheci uma garota, que me deixou alucinado. Chamava-se Nonata Rodrigues, e logo no primeiro dia de aula, ao vê-la sorrir daquele jeito todo especial, foi como cair na armadilha de um feixe de luz. 
Era morena, alta, os olhos castanhos amendoados, corpo esguio, absurdamente linda.
O professor instou os alunos a se apresentarem e, ao revelar o meu nome, ela olhou-me surpresa e depois brincou comigo: “formamos um par pelo nome: Nonato e Nonata”. Eu sorri constrangido e, paralisado de timidez, perdi a fala. Os dias se passaram e, vendo o assédio dos colegas sobre ela, compreendi que não tinha a menor chance de qualquer aproximação. Mas ela, mesmo a distância, sempre dava um jeito de me olhar e sorrir, no que eu me sentia como que ingressando numa esfera mágica.
Descobri que morava na Aurora, ao lado de uma parada de ônibus, relativamente próximo da minha casa, que ficava na Cohab. Todos os dias pela manhã caminhava a pé até lá e, protegido por trás do tronco de uma mangueira, passava horas de tocaia, ávido por uma aparição dela no terraço, que tinha o significado de um prêmio. 
Uma vez descobri que ela iria fazer compras na Rua Grande. Peguei o ônibus bem cedo e fiquei numa esquina da rua, aguardando o momento dela cruzar o local. Depois de um tempo de espera que me pareceu eterno, finalmente apareceu. Trajava um vestido estampado de vermelho, sandálias sem salto, bolsa tiracolo. Nunca vi mais linda. Foi como antever a própria imagem do paraíso.
E por meses vivi aquele idílio e acreditei que dele jamais me libertaria, até o dia que ela veio até mim e anunciou que deixaria a escola. Quis saber por que, os olhos já tomados de tristeza. “Vou morar no Rio, tenho uma tia que mora no Leblon e quer que eu vá estudar lá”. Era coisa decidida. Até a passagem já havia comprado. Disse-me o dia e a hora em que viajaria, e eu entendi que aquilo podia ser um convite para uma última despedida.
Fui até o terminal rodoviário da Alemanha e por sorte a encontrei quando já ia entrar no ônibus da empresa Itapemirim. Ao me ver, sorriu, entre surpresa e feliz. Abraçou-me como se quisesse me guardar consigo e depois falou olhando nos olhos. “Te encontrar aqui foi o maior presente que poderia receber. Muito obrigada”. 
Os dias se passaram arrastados. Uma dor indômita parecia espicaçar-me a alma. Meses depois, recebi uma carta dela, que de tão extensa, mais parecia um jornal. Entre outras coisas, uma revelação que me deixou sem chão. “Você foi a melhor coisa que eu conheci no GD (iniciais de Gonçalves Dias), e o primeiro amor da minha vida”.

(*) Nonato Reis é poeta, cronista e jornalista.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

... E já se vão 40 anos!

Sabe-se que o tempo passa rápido, voa como diriam alguns poetas, mas a verdade é que a gente sempre se surpreende quando se dá conta dos anos de existência de algo ou de alguém. Confesso que me surpreendeu o 40º aniversário da Escola Acrísio Figueiredo. E lembro bem como ela surgiu...

No meu querer de menino, juro que que não me agradou muito a ideia de perder o campo de bola que ficava por trás da minha casa. Era um pulo só, e lá estava eu junto aos companheiros da pelada no sol da tarde. O campo de futebol ali instalado fora uma empreitada de muitos meninos peladeiros. O terreno desmatado fora aos poucos tomando forma pelas mãos de nós, que queríamos o nosso campinho. O propósito da aquisição do terreno pelo poder público municipal era esse mesmo, transformá-lo em campo de futebol, pois o então lugar de jogos oficiais, tinha cedido espaço para a construção da maternidade municipal ainda pelo prefeito Luiz Figueiredo.

O novo campo ali feito foi palco da era gloriosa do futebol joanino. Ali viu-se o esplendor das jogadas de muitos craques nossos. Times que empolgavam com um futebol que encantava suas torcidas. Como esquecer dos times do Cruzeiro, Nacional e Lasagna. Os grandes campeonatos realizados por times da sede e da zona rural, revelando sempre craques da bola. A implantação e a oficialização daquela nova praça de jogos esteve sobre a responsabilidade do então prefeito Jorge Figueiredo, que até mandou cercá-lo certa vez com paus de mangue com o propósito de evitar que o gado não escavasse e sujasse tanto.

Tudo ia bem até que mais uma vez o velho campo de futebol cedia seu espaço. Desta vez para uma escola. Era o ano de 1977. O prefeito municipal já era Nhozinho Figueiredo. A justificativa era plausível e mais que justa. O velho Grupo Escolar Estado de Santa Catarina já não comportava a demanda sempre crescente de crianças que ascendiam ao ensino de primeiro grau, como assim era denominado todo o ensino fundamental à época.

Fachada da Escola Acrísio Figueiredo /São João Batista
Não sei ao certo quanto tempo levou a construção da nova escola que ao ser inaugurada no ano de 1977 recebera a denominação de Unidade Escolar Acrísio Figueiredo. E começou a funcionar logo no ano seguinte, em 1978. A demanda era sobretudo alunos das séries iniciais (1ª a 4ª séries).

A nova escola ali implantada deu uma nova dinâmica para a cidade. Ao lado da já existente Escola Municipal Presidente Médice, a unidade estadual de ensino redesenhou o espaço estudantil. Funcionando nos três turnos a Escola Acrísio Figueiredo logo passou a ofertar um maior número de vagas para as séries iniciais, nos turnos matutino e vespertino, e a implantação do ensino de Educação de Jovens e Adultos, no turno noturno. A primeira gestora a iniciar com todo este funcionamento fora a professora Florita Bitencourt. Na sequência outras nobres professoras empenharam-se em dar o melhor de si na gestão escolar, como as professoras Dona Viana, Dona Creusa, Vilma, Nonoca, Dona Filomena, Rosa, Ana Lúcia, Jocione e hoje o professor Saulo.

Como memorialista faço estas referências para saudar a Escola Acrísio Figueiredo na passagem dos seus quarenta anos. Mas como pai, tenho um voto de gratidão às professoras que ensinaram a meu filho, Randolfo, pois entre 1993 a 1996, quando residia e estava à frente da educação municipal de São João Batista, foi lá, que ele sequenciou seus estudos. Hoje, gestor ambiental, ele é só mais um dos grandes nomes que enobrecem a quadridecana escola estadual da Rua Vereador Pedro Fonseca Lindoso.

Hoje já refeita, a nossa velha escola atende a jovens estudantes do ensino médio que tem o dever e a responsabilidade de continuarem a levar aos píncaros da glória o bom nome e o bom ensino que ali sempre se fizera fecundo.

Parabéns a todos os alunos e professores que fizeram e fazem a história do Acrísio Figueiredo!


domingo, 19 de novembro de 2017

A CRÔNICA DO DIA

HOJE É DIA DE...  

MIRREGUE, O PEGADOR!

(*) Nonato Reis

Nonato Reis
Eu participava de uma operação nacional do Projeto Rondon em Mari, um município nos arredores de João Pessoa, na Paraíba. Como a minha função era de supervisão, sobrava-me tempo para conversar com os moradores, conhecer o seu quotidiano, identificar seus personagens. Certo dia um líder comunitário aproximou-se de mim e comentou: pena que você chegou tarde e não conheceu o “Mirregue”.
Levei um susto. “Mirregue?” “O que significa isso?” O cara sorriu e explicou. “Mirregue foi um milagre da espécie macho, o maior pegador que conheci. Ganhou esse apelido ainda na infância. Baixinho e rechonchudo, adorava fazer sexo com animais, de preferência vacas e jumentas". 
Como não conseguia alcançar a altura ideal para a cópula, pedia a ajuda de alguém, dizendo 'mirregue'!, que significa 'me sobe, me levanta'.
Eu caí na risada e quis saber mais sobre o mito. O líder contou-me que a compulsão por sexo o fazia diferenciado. “Dizem que nem Salomão foi páreo para ele. Nunca passou uma noite sem sexo. Teve mais de 2.000 mulheres, e em pelo menos metade delas deixou herdeiros. Quase formou uma cidade só com os seus descendentes. O cara era um reprodutor contumaz. Não havia nada igual”.
Ocorre que o tempo passa para todos, e para ele passou rápido demais. Um dia, sem mais nem menos, o pinto de Mirregue embicou e parou de funcionar. Para ele foi como morrer. Entrou em depressão, deixou de comer, ficou transtornado. Os amigos o aconselharam a procurar um médico, não um médico qualquer, desses que dão consulta toda semana em postos de saúde, porém um especialista do ramo.
Com muito sacrifício conseguiu a consulta e explicou o seu drama ao urologista que, alguns exames depois e meses de espera, receitou-lhe umas pílulas branquinhas, com a recomendação de que não extrapolasse a dose, que devia ser apenas um comprimido antes do ato sexual.
Mirregue, ansioso para ver o companheiro de volta ao batente, ignorou a recomendação do médico e tomou logo cinco cápsulas de uma vez. O efeito foi avassalador. Com o pinto vivíssimo novamente, partiu para descontar o atraso. Pegou a esposa e com ela passou a noite inteira dedicado aos prazeres da carne. No dia seguinte, morta de sono e alquebrada, e vendo o marido naquela danação louca, arrumou as trouxas e abandonou a casa. 
Ele olhou em volta e se deparou com a cunhada, que assistia à cena estupefata. Sem tempo a perder, deitou-a no chão de cimento duro e lançou-se sobre ela. Já no final da tarde, igualmente exausta, a cunhada se desvencilhou das garras de Mirregue e bateu em retirada.
Foi até a cozinha e esbarrou na empregada Tertulina, famosa pelos atributos traseiros, que procurava algum condimento nos armários da pia. Lá pelas tantas da noite, Tertulina, suando em bicas e com as pernas bambas, conseguiu escapar do massacre e correu para a rua, a gritar por socorro. Alguém precisava fazer alguma coisa. Ou amarravam o patrão ou ele colocaria a população feminina da cidade em polvorosa.
Vendo Mirregue de arma em punho, pronto para novas refregas, os vizinhos não tiveram outra saída: enrolaram-no em um lençol e o levaram para João Pessoa, onde passou por uma intervenção cirúrgica para desobstrução dos canais que irrigam o pênis e sustentam a ereção. Mirregue livrou-se do priapismo, mas seu companheiro de jornada sexual aposentou-se, para sempre condenado à flacidez.
De desgosto definhou e viu a morte surgir diante dele. No leito mórbido, às pessoas que o tentavam reanimar, oferecendo-lhe alimento, ele respondia num fiapo de voz: “eu quero é f...”. Depois, já sem voz, quando lhe perguntavam se queria alguma coisa, quem sabe um chá ou uma colherzinha de leite, batia várias vezes com a palma da mão direita na outra mão fechada, num gesto que simboliza o ato sexual.
Já perto do fim, pálido e sem forças, apenas encostava a ponta do dedo indicador de uma mão na entrada do círculo formado pela outra mão, como quem toca cuíca, em resposta sobre se desejava alguma coisa.
Até que os movimentos cessaram e o dedo saliente ficou para sempre enterrado no vão da outra mão. Após sua morte, a casa em que morava virou tapera e palco de assombrações. Tarde da noite, ao passar por ali, as pessoas diziam ver um vulto vestido em uma saia branca a implorar por ajuda: “mirregue!!!”


(*) Nonato Reis, é jornalista, poeta, cronista e romancista nascido em Viana-MA.
Por João Batista Azevedo (Interino)


Um golpe semântico

Os eleitores vão se deparar com novas denominações partidárias no ano que vem. “Avante”, “Podemos”, “MDB” e “Livres” são amostras grátis do mimetismo partidário que teremos em 2018. Não estamos falando exatamente de siglas novas, com novos programas. São as velhas agremiações, com as mesmas lideranças, tentando fugir da ira do eleitorado. Os eleitores brasileiros andam indóceis com a política e os políticos brasileiros. A perspectiva de todos, por causa dos casos de corrupção e das reformas em votação no Congresso Nacional, é que haja grande renovação política no ano que vem. Por conta disso, os partidos têm focado nas mudanças. O PTN virou Podemos. A presidente nacional do partido, Renata Abreu, no entanto, nega a relação. A sigla não é de direita e nem de esquerda e a inspiração veio do “yes, we can”, de Barack Obama. O PTdoB passará a se chamar Avante. O PSDC se intitula agora Democracia Cristã. O PEN quer passar a ser denominado Patriota. A ideia não tem como fundo nenhuma ideologia progressista. Os dirigentes admitem que pretendem mesmo é tirar a palavra “partido” temendo insucesso nas eleições de 2018.

O Partido Social Liberal (PSL) passará a se chamar Livres, Deus sabe lá o porquê. O partido defendia as ideias liberais e se manterá na mesma trincheira. Outro que pretende mudar de nome é o PMDB. A ideia é voltar a ser chamado de Movimento Democrático Brasileiro, o antigo MDB. O partido já não tem nada que lembre a velha sigla de oposição aos governos militares, do doutor Ulysses Guimarães. A proposta está no forno e poderá ser tirada do papel até o ano que vem. Os peemedebistas estão entre os mais afetados pelas delações premiadas e denúncias da operação Lava Jato. As principais lideranças, vale ressaltar, encabeçam dezenas de denúncias.
A onda das mudanças de nome não é nova. O Democratas se acostumou, ao longo de sua história, com as constantes mudanças de nome. De Arena, partido de sustentação dos militares, passou a ser chamado de PDS, depois PFL até chegar à denominação atual. Sem medo de errar, é possível dizer que as denominações mudam para “apagar” o passado, mas as lideranças e as ideologias costumam ser as mesmas. E o eleitor estará atento.


Até tu, Flávio?

A Polícia Federal deflagrou na última sexta-feira (16/11), a Operação Pegadores, que apura indícios de desvios de recursos públicos federais por meio de fraudes na contratação e pagamento de pessoal, em Contratos de Gestão e Termos de Parceria firmados pelo Governo do Estado do Maranhão na área da saúde.
A operação contou com o apoio do Ministério Público Federal, do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil.
Cerca de 45 mandados judiciais foram expedidos pela Juíza Federal Paula Souza Moraes da 1ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Maranhão. Foram cumpridos 17 mandados de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão em São Luís/MA, Imperatriz/MA, Amarante/MA e Teresina/PI, além do bloqueio judicial e sequestro de bens no total de R$18.000.000,00.
Durante as investigações conduzidas na Operação Sermão aos Peixes, em 2015, foram coletados diversos indícios de que servidores públicos, que exerciam funções de comando na Secretaria de Estado da Saúde naquele ano montaram um esquema de desvio de verbas e fraudes na contratação e pagamento de pessoal.
Pelo sim, pelo não, fazem-se necessários os esclarecimentos e a verdade!


Previsões pessimistas

Os prefeitos municipais na maioria dos municípios maranhenses estão completando o primeiro ano de seus mandatos, e quase a maioria já tem folha de pagamento de servidores em atraso. Alguns críticos até dizem que estamos diante de mais uma safra de “péssimos gestores” a exemplo do que foi a passada, com algumas exceções. Diante desse quadro, uma preocupação já paira sobre os funcionários concursados, a real possibilidade do não pagamento do 13º na data prevista pela lei. Se neste ano, os prefeitos já se mostram enrolados em suas gestões, imaginem no próximo ano que é eleitoral, pois geralmente, em anos de eleição, as folhas de funcionários são acrescidas de novos contratados, em geral fantasmas, com o único propósito de assegurar o voto.


Ecos da Baixada: o livro (I)

O lançamento do livro “Ecos da Baixada”, ocorrido na noite do dia 14 (terça-feira), representou um marco na história da literatura maranhense, notadamente nos anais das letras baixadeiras, e revelou-se um evento sobranceiro para o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense. O evento foi um “sucesso retumbante”, conforme testemunho de muitos participantes. Segundo o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, os ecos da Baixada chegaram a Itapecuru-Mirim, sua terra natal. E o lançamento foi “o dia em que a Baixada parou o trânsito da Avenida dos Holandeses, em São Luís”. Proeza inimaginável para os 32 autores da coletânea e para os mais de 500 baixadeiros e amigos da Baixada ali presentes. Empresários, executivos, professores, intelectuais, deputados, vereadores, juízes, promotores, jornalistas e em especial familiares e amigos, todos prestigiaram o magnânimo evento.
  

Ecos da Baixada: o livro (II)


O livro que reúne crônicas e artigos sobre a Baixada, de autoria de 32 escritores, organizado pelo advogado, professor e escritor Flávio Braga, que é o Presidente de honra do FDBM (Fórum em defesa da Baixada Maranhense), é o primeiro de muitos outros trabalhos que poderão ser publicados pelo selo editorial da citada instituição. Ressalta-se que o evento e o produto tiveram uma aceitação muito boa pelos profissionais da imprensa. O público em geral que compareceu saiu satisfeito, enaltecendo o trabalho de todos os cronistas e articulistas. Em publicação, Flávio Braga resumiu: “Foi gratificante ver tantas pessoas disputando autógrafos, tirando fotos e fazendo selfies com os ecoeiros. Um verdadeiro festival de emoções”.
Eu, João Batista Azevedo, que me incluo entre os que produziram tão relevante obra, me sinto profundamente orgulhoso de fazer ecoar as potencialidades da nossa região. “Viva a Baixada!”


Edição de hoje do JP...!