terça-feira, 28 de junho de 2016

Vai com Deus, Dinor...

Dinor e suas netas
Valdino Pereira Assunção. Mas todos o conheciam por Dinor (ou Dinô). Este nome caseiro certamente veio da intimidade da família e dos amigos de infância. Mas se tornou um nome forte, dado ao caráter e a personalidade de quem por este nome era conhecido. Um cidadão honesto. Trabalhador. Exímio pai de família. Um amigo verdadeiro. Desses que a canção manda guardar no lado esquerdo do peito.

Conheci mais de perto Dinor e ficamos amigos por volta do ano de 1979. Éramos apenas dois adolescentes perdidos em sonhos e fantasias, mas já focados com uma boa dose de responsabilidade. Nunca soube ao certo sua idade, sempre achei que eu fosse mais velho do que ele. Nessa época eu contava com meus dezoito anos incompletos. Eu tinha concluído o segundo grau e tropecei na primeira tentativa de transpor a barreira para a academia. Era difícil, uma verdadeira guerra, cujas batalhas precisavam ser continuadas. Foi nesse momento, de volta à casa paterna, que, ao assumir uma função na Câmara de Vereadores, fui companheiro de Dinor, que à época era uma espécie de ASG da Prefeitura, onde trabalhava com um outro amigo, que também se foi antes do combinado, Zeca de Neco. Foi um tempo bom.

Dinor sempre foi muito responsável. Mas também era chegado a uma brincadeira com os amigos. Era de um riso fácil. Com os amigos sempre usava de uma pilhéria. Mas sem nunca ultrapassar os limites da amizade. Comigo sempre foi assim. Selamos uma grande amizade.
Um ano depois àquela convivência de trabalho e amizade nos afastamos por força do destino. Vim prosseguir meus estudos na capital e ele ficara lá, na nossa terra. Perdemos o elo que nos unia, porém a amizade não. Só fui reencontrá-lo novamente, alguns anos depois, quando ele também já morando em São Luis, trabalhava no Armazém Gonçalves Dias, onde começou como contínuo e chegando até ao posto de gerente de loja.

Após alguns anos de trabalho e dedicação, inclusive gerenciando nas cidades de Santa Inês e Bacabal, Dinor, voltando pra sua terra, quis ter seu próprio negócio. Foi arrojado e montou sua própria loja de confecção: Lojas Mayara. Era uma homenagem à sua primeira filha, fruto do casamento com Ana. Aliás até nisso meu amigo demonstrou arrojo e coragem, casou-se ainda muito cedo, aos vinte anos de idade. E essa trajetória toda já se passara com a família constituída.

Certa vez combinamos uma pescaria de piabas na beira de João Baixinho. Era época delas. Tava fácil a pescaria. Ali mesmo montamos o fogão improvisado. Uma lata de flandres era a nossa chapa e tudo que precisávamos, além de uns limões e sal. Com algumas cervejas a nossa conversa corria solta e as gargalhadas fluíam mais facilmente.  Era o momento para colocarmos a conversa em dia. E assim passamos parte do dia: rindo, comendo piabas assadas e tomando cervejas. Sempre guardei aquele dia no baú das minhas lembranças...

E a vida seguiu seu rumo. Há cerca de alguns anos soube que meu amigo vivia um quadro depressivo. Ainda o visitei. Já não tinha o mesmo brilho nos olhos. Saí então meio triste. Pensei em como é a vida. O que fomos, o que somos e o que seremos.

Por fim vencido, Dinor perdeu o gosto pelo colorido das manhãs. Pouco ou quase nada fazia sentido. O mal do século o consumia. E o consumiu.

O meu amigo, sempre destemido, partiu antes do combinado. E em meio às lágrimas, foi aí que eu descobri, que tínhamos a mesma idade.

E eu, aqui sentado neste apartamento, com os olhos marejados, encarando a vida, só posso dizer: vai com Deus, Dinor!





sábado, 25 de junho de 2016

Quando a porca torce o rabo

Nós que somos do nordeste somos adeptos dessa linguagem metafórica. Usamos por demais. Não seria diferente de nós interioranos, acostumados com a linguagem rápida e sem por menores do caboclo dos rincões deste Brasil, fazer uso destas preciosidades de gosto popular, quando queremos nos referir a outrem ou alguma coisa. No caso desta expressão em particular, diz-se que, “quando a porca torce o rabo” é quando chegou o ponto mais problemático de uma situação. Em nosso caso, queremos nos referir à interminável novela-real da corrupção no Brasil. Os últimos acontecimentos nos dão a verdadeira certeza de que muitos apêndices caldais ainda haverão de ser torcidos. E pelo que se vê, faltarão suínos para representarem os de quem verdadeiramente estamos falando. A corrupção vai tomando forma desproporcional, vai abrindo veredas. A Lava Jato é a incrível operação que desmontou esquema de corrupção e propinas na Petrobrás. Deflagrada em março de 2014, a operação mandou para a cadeia doleiros, lobistas e empreiteiros das maiores construtoras do país que amargam uma temporada na Custódia da Polícia Federal no Paraná. Embora enraizada na cultura política brasileira, a corrupção pode sim ser debelada, porém, isto somente será conseguido se os órgãos de fiscalização e controle deixarem de ter postura meramente repressiva dos atos de corrupção e passarem a ter enfoque preventivo, para fulminar os esquemas de corrupção no seu nascedouro, antes de causar danos ao Patrimônio público. Ou assim se faz, ou haveremos de ver muitos rabos torcidos e retorcidos. E haja corrupção!

Uma senhora mancada

O deputado Glaubert Cutrim, então candidato mais votado do município de São João Batista nas eleições de 2014, cometeu uma tremenda mancada. Ele usou uma foto de uma outra cidade para homenagear o município, que no último dia 14 de junho completou 58 anos de emancipação política. E para acabar com tudo, o parlamentar errou até quantos anos a cidade estava fazendo. No facebook, o deputado postou uma foto comemorando o aniversário da cidade. Porém a foto usada é do município de São João Batista do Glória, cidade do interior de Minas Gerais. E para piorar, Glaubert Cutrim diz que o município completou 56 anos, quando na verdade completou foi 58.
E olha que o Deputado tem raízes e até parentes no município. Certamente, o nobre Deputado e seus assessores não conhecem muito bem a cidade que lhe deu cerca de 1700 votos na última eleição.


Ironia do destino

Kátia Bogéa esteve à frente do IPHAN, no Maranhão, por muitos anos, algo não muito comum na administração pública, graças à sua competência. Pois bem. Ocorre que no início deste ano, por obra e graça do Dep. Waldir Maranhão, ela fora demitida e substituída por Alfredo Costa Neto. Mas por prestígio e conhecimento, recentemente, a experiente Kátia Bogéa, assumiu a direção do IPHAN nacional e imediatamente promoveu a substituição do seu sucessor, por Maurício Itapary, que é funcionário do quadro do IPHAN.
O órgão no Maranhão que estava ocupado por manifestantes, já teve suas dependências liberadas por ação da Polícia Federal, que deixou o ambiente em condições para o retorno ao trabalho dos funcionários lotados naquele instituto.


Agiotagem

Foram presos na manhã desta sexta-feira, 24, Domingos Sávio Fonseca Silva (ex-prefeito de Turilândia, conhecido como Domingos Curió) e sua esposa, Ângela Maria Everton, que ocupou o cargo de secretária municipal na gestão do marido. Os dois são investigados pelos crimes de corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, peculato, associação criminosa, entre outros.
As prisões partiram de pedido do Ministério Público do Maranhão, com base nas investigações realizadas pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) sobre o esquema de agiotagem envolvendo diversas prefeituras no estado.
Além da prisão temporária dos ex-gestores, a decisão da 1ª Vara da Comarca de Santa Helena também determinou a realização de operações de busca e apreensão em diversos endereços ligados a Domingos Curió, Ângela Everton e ao filho do casal, José Paulo Dantas Silva Neto, em Turilândia e São Luís. Foi determinada, ainda, a quebra de sigilo bancário e fiscal dos três envolvidos, da Prefeitura de Turilândia, da Construtora Única (pertencente a Domingos Sávio e José Paulo Dantas) e da Associação de Moradores do Bairro Bacabeira, em Turilândia, da qual Domingos Curió foi presidente.


Enquanto isso...

Por aqui as eleições se aproximam e a situação do Prefeito Edivaldo Holanda Júnior fica cada dia mais complicada. O prefeito tem hoje sua reeleição seriamente ameaçada. Como se não bastasse as inúmeras reclamações advindas dos quatro cantos da cidade, e a incapacidade de dar uma resposta (entenda-se solução) a esses problemas, o gestor enfrenta uma greve de professores, a insatisfação de milhares de funcionários municipais que tiveram um mísero reajuste de 2% apenas nos seus vencimentos. Como se não bastasse isso, já se observa uma significativa debandada de vereadores que o apoiavam, e que agora dizem que são Eliziane desde criancinhas. As últimas pesquisas confirmam este nosso ponto de vista.
É preciso uma reação urgente do Prefeito, sobretudo no que diz respeito à infraestrutura da cidade. Caso contrário a vaca vai pro brejo.


Era uma vez...

Sempre tivemos as nossas Festas Juninas bem animadas, ao logo do mês de Junho inteiro. Os arraiais eram inúmeros ao longo dos bairros. A festança era descentralizada...  Tudo fazia jus ao grande universo das nossa tradições culturais. Batalhões de bumba-meu-boi, quadrilhas, danças portuguesas, do boiadeiro, cacuriás, danças do côco, dança do pau de fita, tambor de crioula e muitas outras manifestações dispunham de muitos espaços para suas apresentações. Hoje, por algumas razões, tudo isso foi reduzido. E o nosso São João ficou mais pobre, desanimado, e os nossos arraiais muito pouco frequentado. Seria o efeito da crise? Alguns dizem que não..., mas isto é outra história!
Valei-nos Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal!





terça-feira, 21 de junho de 2016

Diques da Baixada na ponta da língua

Flávio Braga*
A fim de dirimir eventuais dúvidas acerca da importância do projeto Diques da Baixada Maranhense, publicamos hoje informações compiladas pelo Dr. Alexandre Abreu, engenheiro civil e membro destacado do Fúrum em Defesa da Baixada Maranhense.
O projeto Diques da Baixada prevê a construção de 71 quilômetros de diques, abrangendo os municípios de Viana, Matinha, São João Batista, São Vicente Ferrer, Cajapió, São Bento e Bacurituba. A obra consiste em um sistema de diques e vertedouros, em sentido paralelo à margem da baía de São Marcos. Quem conhece bem a realidade social da Baixada sabe do grande alcance social e do impacto positivo desse projeto para a nossa microrregião. Sem exagero, ele representa a redenção dos municípios abrangidos, com melhoria imediata no IDH da população rural beneficiada.
Os objetivos fundamentais do Sistema de Diques da Baixada são: a) proteção das áreas baixas contra a entrada de água salgada pelos igarapés, decorrente das variações da maré, protegendo assim os ecossistemas e os mananciais de água dessa região; b) contenção e armazenamento de água doce nos campos naturais durante a estação chuvosa, retardando assim o escoamento para o mar, sem alterar, no entanto, as cotas máximas naturais de inundação; e c) aumentar a oferta da disponibilidade hídrica em boas condições durante o ano, para usos múltiplos.
O material a ser usado nessa construção é basicamente barro do campo que será retirado ao longo do caminhamento da construção. Serão utilizados também a piçarra para a crista da barragem e o concreto para a construção dos vertedouros.
Serão construídos 23 vertedouros que permitirão o controle da lamina d´água, bem como a velocidade do escoamento das águas do campo. Com a retirada do material ao longo da construção para a execução dos diques, será criado um canal de aproximadamente 1,50m de profundidade e largura variando de 30 a 40m, que acompanhará toda a extensão da construção, permitindo o tráfego de pequenas embarcações (canoas, etc.) além de servir como reservatório de água doce propiciando a pesca de peixes nativos durante todo o ano.
Os campos da Baixada não ficarão permanentemente cheios. O ciclo existente hoje será preservado, os campos continuarão possuindo a época da cheia e a época de seca, apenas o ciclo de cheia se prolongará por mais tempo beneficiando toda a região.
Com a construção dos diques, o SEBRAE pretende desenvolver arranjos produtivos para   favorecer a agricultura familiar, pecuária, piscicultura, pequenas criações, além de inúmeras outras oportunidades para melhorar a vida dos moradores que serão diretamente beneficiados.
Quem pode ser contra um projeto dessa envergadura?
*Advogado e Presidente do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense


sábado, 18 de junho de 2016

São João Batista está sem juiz e pode ficar sem promotora e delegado

A situação do município de São João Batista não é das boas. Nos próximos meses, fará um ano que a cidade está sem juiz titular e agora pode perder a promotora e o delegado de uma só vez.
Segundo informações passadas, além de magistrados recém empossados não escolherem a nossa cidade para trabalhar, a promotora Maria do Nascimento Carvalho Serra deve ser transferida na próxima semana, deixando assim a cidade sem um representante do Ministério Público.
As notícias ruins não param por aí, o delegado vai passar um mês ausente pois estará fazendo um curso de aperfeiçoamento e também corre o risco de ser transferido para a outra cidade. Enquanto isso, pilhas de processos estão se acumulando na comarca e casos estão parados.
A juíza que era de São João Batista, Jaqueline Rodrigues da Cunha, foi transferida para Anajatuba e promotora já está certa de que deverá sair da Promotoria de Justiça.
Esta situação precisa despertar o interesse das nossas autoridades municipais. Vereadores, prefeito e até mesmo o os deputados votados no município precisam se questionar por que a comarca fica tanto tempo sem juiz? A quem e a que os novos juízes temem na comarca de São João Batista.
Em tempos idos, esta era uma preocupação do gestor municipal. Precisar ser agora também.

 (Com informações do Blog Portal Folha de São João Batista,com ampliação)