(Texto publicado na Coluna do Jersan, do Jornal Pequeno, edição de 13.12.2015)
Nunca
nos tempos da república se teve um Congresso envolto num lamaçal tão grande
quanto o atual. O que se vê no dia a dia é de causar náuseas ao mais comum dos
cidadãos brasileiros. No Brasil fica claramente demonstrado que em
política quase tudo é feito contrariando normas morais e princípios éticos,
pois, para começar, os políticos não são éticos quando mentem aos seus
eleitores. Mas, doravante, o que temos visto nas últimas semanas na política
brasileira é absurdamente imoral e antiético. Um verdadeiro jogo de trapaças!
É
comum, quando alguém menciona este estado de coisas, vir junto o esclarecimento
de que uma minoria é responsável por ele, que há grande quantidade de bons
políticos e outras coisas, mas a nossa observação nos leva a concluir que, pelo
contrário, há muito poucos políticos bem intencionados, que chegam a abandonar
a carreira por não concordarem com o que acompanham entre seus pares, e também
por não suportarem a pressão que aqueles lhes fazem para que se aliem às suas
falcatruas. É isto que se tem visto na política brasileira.
Somos todos culpados...
Diante dos fatos, podemos concluir que somos todos culpados. Ou porque
nos acomodamos com tal situação, ou porque, distanciados da realidade, quase
sempre elegemos os mesmo corruptos. Senão vejamos!
Quando explode cada um dos inúmeros escândalos de corrupção,
a mídia explora exageradamente os fatos, parecendo estar a serviço de
grupos de oposição aos que são alvos de investigações. Mas mesmo assim, como se
tudo isso fosse pouco, nada é feito para punir os culpados, trazendo outro
elemento à nossa cena política: a impunidade. Esses mesmos políticos envolvidos
nos casos de corrupção, que enojam a maioria dos brasileiros, acabam sendo
reeleitos, provavelmente pela massa popular manipulável, mantida pobre e com
baixa escolaridade exatamente com esse propósito. Ninguém pune ninguém, fazendo
parecer que todos, nos três Poderes da República, nos três níveis de governo,
têm algum tipo de culpa, e que entre eles há pactos de não se incomodarem uns
aos outros. Alguém pode até ser condenado, mas não cumpre a pena.
O legislativo aprova leis baseadas em princípios imorais para benefício
dos próprios políticos e, se algum deles é questionado por alguma ação obscura,
afirma que o seu ato é legal, já que a lei existe. Nossos políticos lançaram a
sua reputação e os seus parâmetros éticos ladeira abaixo, pois nas pesquisas
sobre a credibilidade das instituições eles estão sempre em último lugar e,
cinicamente, parecem não se incomodar com isso.
Arre!
Em conversa com as pessoas...
Diferentemente
da época do Collor, que teve a grande maioria do povo a favor do seu
“impeachment”, ao lado dos inúmeros setores organizados da sociedade civil,
como Centrais Sindicais, Universidades, CNBB, OAB, além dos “caras-pintadas”, e
muitos outros, para o caso da Presidenta Dilma, não se vê unanimidade. Pelo
contrário as opiniões se dividem e uma grande maioria é contra o “impeachment”
da Presidenta Dilma. Mesmo concordando que ela faz um governo péssimo, e que os
erros cometidos levaram a essa crise política e econômica.
PMDB,
quem te viu, quem te vê!
O
PMDB nem de perto lembra o grande partido que já fora na época das “diretas
já”, e das lutas pela redemocratização do país e que teve grandes ícones da
política nacional, como Ulisses Guimarães, Paulo Brossard, Franco Montoro,
Pedro Simom, Tancredo Neves e tantos outros. É agora mais um partido de
oportunismos. Tanto lá quanto cá. As verdadeiras lutas tem dado lugar aos
interesse corporativistas de quem está à frente de seus diretórios. O resultado
disso é o esvaziamento certamente.
No
PMDB de São Luís as querelas caseiras parecem brigas de “comadres’. Renegam-se
nomes testados em favor de figuras anônimas e desconhecidas do universo
partidário e eleitoral por pura picuinha. E assim, o PMDB, o outrora grande
partido, vira cada vez mais um partidinho.
Eleições
para gestores escolares
Ninguém
nega que foi uma boa iniciativa, essa do governo estadual estabelecer eleições
diretas para gestores escolares. A crítica ficou por conta do processo
eleitoral em si. A pressa em realizar as eleições, sem uma devida maturação da
ideia junto à comunidade escolar, parece ter sido o primeiro de muitos erros.
Após
uma enorme exigência de certidões para constituição e inscrição das chapas, e a
elaboração de uma proposta de Plano de Gestão (a nosso ver essencialíssimo), o
que se viu foi o pouco interesse pelo cargo e pelo pleito, uma vez que cerca de
20%, das escolas que teriam eleições em São Luís, não constituíram nenhuma
chapa; das que constituíram chapas, cerca de 50% formou chapa única; apenas 18
escolas registraram mais de uma chapa. Somando-se a mais erros estratégicos, um
seletivo que certificaria e habilitaria os candidatos ao pleito, reprovou a
maioria dos concorrentes, deixando as chapas inexistentes ou incompletas.
Resultado: o que era pra ser um grande feito para a Educação, serviu apenas
como o desmonte da estrutura de gestão vigente nas escolas.
Em cima do muro
Esta
é a posição, até então, dos muitos deputados federais e senadores do Maranhão
em relação ao processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff que corre no
Congresso. Se alguns já têm posição definida estão calados, exceção feita à
Deputada Eliziane Gama que, ao que parece já se definiu como a favor do
impeachment, o que poderá talvez até a lhe trazer prejuízos na sua intenção de
angariar votos junto ao eleitorado beneficiário do programa bolsa-família.
Outros, podem até ficar serelepes, mas sabem que tem um pé no céu e outro no
inferno.
Outros
porém, ainda que não estejam satisfeitos com o governo, não veem razões
jurídicas para desapearem a Dilma da Presidência e entendem que tudo é
retaliação do tresloucado Eduardo Cunha, que surpreende pela força manipuladora
do poder. É esperar pra ver!
Flávio Dino marca posição
A
contrário de alguns que pensam que o Governador Flávio Dino está se
aproveitando da oportunidade, a grande maioria, inclusive eu, acha que ele agiu
de maneira correta quando buscou formar a frente de governadores que apoiam a
Presidente Dilma e são contra o que chamam de golpe. Como homem da carreira
jurídica, Dino sabe das inconsistências que permeiam o pedido de “impeachment”.
De quebra, se tudo der certo, será bem visto aos olhos do palácio e do país. É isso
aí!