Por Flávio Braga
Membros do Fórum constatando a estiagem nos campos da Baixada |
Senhor governador, em nome do
Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, agradeço publicamente o conjunto de obras que a gestão de vossa excelência já executou ou autorizou em nossa microrregião, a saber: ponte
Bequimão-Central; conclusão do hospital regional de Pinheiro; anúncio dos
Núcleos de Educação Integral em Pinheiro, Viana e Serrano; pavimentação da Estrada do Peixe
e fábrica de gelo em Itans (Matinha); pavimentação da estrada de Pedro do
Rosário-Cocalinho (Zé Doca); realização da
primeira Agritec em São Bento; anúncio da construção do campus da UEMA em São Bento; anúncio da
construção de três IEMAS (Santa Helena, São Vicente Férrer e Vitória do
Mearim); programa CNH Rural
e anúncio da construção do hospital regional de Viana.
Todavia, senhor governador, a Baixada Maranhense enfrenta a pior estiagem
dos últimos 50 anos. A escassez de água já se tornou uma calamidade pública anual,
visto que submete as comunidades rurais às mesmas privações e ao mesmo suplício
em todo o período crítico
do verão maranhense. O que mais nos angustia é que se trata de uma tragédia
previsível e anunciada, mas incapaz de
sensibilizar as autoridades que tem o poder de minimizar tamanho flagelo.
Provoca indignação lembrar que
entre os meses de abril e agosto de cada ano a Baixada fica coberta por um
verdadeiro mar de água doce. Entretanto, na
época do abaixamento (a partir do mês de julho), essa fartura de água escoa para o
mar e os campos da Baixada se transformam numa paisagem árida, imprópria para
qualquer atividade produtiva, como conseqüência direta da omissão, descaso e
negligência do Poder Público.
Governador, sugiro que vossa
excelência embarque em um helicóptero e pouse no meio dos campos de Viana,
Anajatuba, São João Batista ou qualquer outro município da Baixada para
constatar presencialmente o sofrimento, a aflição e a dor que a falta de água
provoca nas comunidades baixadeiras. Temos certeza que, após essa verificação in loco, a sua compaixão
e sensibilidade de homem público determinará as medidas necessárias para
reverter esse quadro de penúria e indigência absolutas.
Nessa perspectiva, há uma
circunstância particular que diferencia muito bem a Baixada das outras regiões pobres do Maranhão: embora
o seu povo seja bastante carente, as soluções para melhorar as suas condições
de vida são baratas, simples e de fácil resolutividade. Só depende da vontade
política de nossos governantes.
Diante desse contexto, duas obras se tornaram de necessidade
imperiosa para amenizar o tormento infligido pela perversidade da seca: a
execução do projeto Diques da Baixada e a construção de pequenas barragens,
principalmente a Barragem do Defunto (beneficiando São Bento, Bacurituba,
Palmeirândia, Peri-Mirim e Bequimão) e a Barragem do Félix
(beneficiando Bequimão e Peri-Mirim).
A título de informação
mais precisa, a foto que ilustra a postagem é do Povoado de Beira da Baixa, em
São João Batista, uma região da área dos campos, que ao lado de Carnaubal,
Manguari, Coroatá, Teso da Baixa, Ervanço e Pirabendiba, são habitadas por
pequenos criadores e pescadores que vivem de perto o flagelo da seca e a ameaça
da invasão de água salgada, uma vez que estas localidade ficam próximas às
áreas de mangues e igarapés.
(Com inclusão de Texto de João Batista Azevedo)