domingo, 5 de julho de 2009

O Passamento do Senador

Era um 24 de junho. Dia da Festa do Padroeiro. Dia de São João. Uma data extremamente comemorativa aqui em São João Batista. Ainda sobre a ressaca de seu aniversário, comemorado no último dia 14, aquela manhã de São João, que chegara com raios de sol trazidos pela calma brisa que soprava das bandas da Raposa, a generosa terra-mãe perdia uma figura impar: era também o dia do passamento do ilustre "senador Mack".
Combalido pelo próprio tempo, recluso à sua Buraçanga, o "senador" não se fez de rogado e atendeu ao convite do criador. Foi com certeza vociferar emblemáticos discursos ao lado de Chiquitinho, Dominice, José Maria Araújo, Jorge Figuieredo e tantos outros, verdadeiramente políticos de mandato da nossa terra..
Senador Mack, ou simplesmente Senador, nasceu e fora batizado com o nome de Nazário. Os demais nomes nunca interessaram ao público em geral. Poucos sabiam. Aliás não interessava muito. Bom mesmo era ver aquela figura impoluta, emoldurando sua república imáginária, fazendo projetos, articulando e até sugerindo em nossa política real. Assim foi na vida. Enfrentou a amargura de nunca ter sido votado, mas acho que por isso também nunca votou. Era notívago. Fazia da madrugada seu manto.
Atualmente recolhido à companhia de alguns parentes já não era mais visto. Mas pôde ainda desfrutar de benefício votado pelos seus pares da alta corte legislativa do país, o Senado: a aposentadoria rural. Para quem se dizia "senador", irmão de políticos importantes e filho de ilustre ex-presidente, Nazário, o nosso "senador", morreu pobre, quase indigente.

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